CAPÍTULO TRINTA E OITO: Loyal.

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Ryan Carter POV:

  Elliot me fixa o olhar, enquanto me mantenho apoiado sobre a quina da mesa de meu escritório, com os dedos da mão pousados sobre meus lábios.
  Encarando à paisagem nova iorquina.

- Chefe? Está tudo bem? O senhor precisa de algo?

  Massageio ao meu queixo, ponderando.
  Talvez ela compareça hoje à noite.
Eu deveria tentar a sorte de pegá-la pelo pulso novamente.

- Chefe?

- Suma daqui, Elliot.

  O homem de baixa estatura e que tenta encaixar sua enorme barriga dentro de uma camisa que ameaça arremessar seus botões para longe deixa a minha sala apressadamente, deixando uma folha cair de sua pasta sem nem voltar para apanhá-la.
   Estou tão focado em meus princípios e objetivos, que nem mesmo um gordo charlatão que tenta ser meu maior braço direito daqui vai me tirar a atenção.
Continuo a massagear o meu queixo com meu polegar, sentindo o conforto que a vista metropolitana de Nova Iorque me traz, sendo acalmado pelo fim de tarde, e início da noite que está por nascer nos próximos minutos.
  Ouço minha porta se abrir sem que o autor bata antes, o que não me é o suficiente para que eu perca a atenção na lua que aparece cada vez mais linda e subjetiva no céu alaranjado escuro.

- Senhor Carter! Me perdoe por essa abordagem absurda, mas tenho que informá-lo sobre algo de suprema necessidade totalmente em cima da hora!

  A voz de Mark Leviels está totalmente aguçada, e percebi que ele tomou um pouco de ar antes de falar.
  Portanto, não me dou o trabalho de olhá-lo nos olhos.

- O quê é de mais importância do que meu momento de paz e calmaria? Saía, Leviels.

- Senhor, é muito importante. O representante grego acabou de desembarcar em Nova Iorque, e sua primeira parada aqui, será em nossa sede.

  Movo meu polegar de meu queixo, e engulo seco, me desencostando da quina de minha mesa.
  Leviels forma gotas de suor próximas ao seu óculos, e se apóia na porta de minha sala de forma desengonçada.

- O representante grego? Você tem certeza de que não foi um engano? Eu marquei uma data previsível com ele. Tenho certeza, o dia não é hoje. É no mínimo, daqui a dois meses.

- Mas ele chegou, senhor! E não podemos dizê-lo que estamos indisponíveis!

  Antes que eu pudesse apontar um dedo em seu rosto, e jogá-lo palavras furiosas e autoritárias, eu me lembro de que ele tem razão.
Passo minhas mãos por meu rosto, tratando de esquecer de todos os meus planos pra esta noite, que devia ser livre e prazerosa pra mim após um dia cheio de stress e funcionários descontentes.

- Leviels, trate de recebê-lo da melhor forma possível, e contate Anne para que ajeite a sala de reunião, e peça alguns petiscos e uma garrafa de vodka lacrada. Agora.

- Sim, senhor.

  Leviels deixa a minha porta bater, e anda apressadamente por meu andar.
  Desgraçados. Gringos desgraçados.

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Daryl POV:

  Lisa está encolhida na ponta do sofá, prestando atenção no filme que passa na televisão de minha sala.
Ela parece tentar prestar atenção.
Aliás, está nessa pose inquietante há dias, desde a noite do jantar.

- Você... Quer conversar comigo?

  Passo uma mão sobre sua coxa, que a faz suspirar, e fechar seus olhos.
  Ela não estava, exatamente, prestando atenção no filme.

Garotinha Do Papai ( Is It Love? Daryl Ortega ) VERSÃO EM PORTUGUÊSOnde histórias criam vida. Descubra agora