02 🎬 Até onde você aguenta?

53.1K 6.5K 4.9K
                                    

Boa leitura ♡

#desligueascameras

📸

Se houvesse uma definição possível sobre nervosismo e ansiedade, esta seria facilmente direcionada para uma única pessoa, Park Jimin. Ele estava com uma carga tão grande de adrenalina no corpo, que não podia evitar liberar um pouco de cortisol também, resultando em sentimentos ansiosos e um corpo eletrizado, tamanha era a expectativa que estava criando com tudo isso. Sua única preocupação era causar uma boa impressão fora do contexto acadêmico, onde estava tomando uma decisão por si só, e de modo totalmente irresponsável. Como pôde ser tão descuidado em passar nada mais e nada menos que a localização de sua casa, em meio a um site pornográfico? Se seu pai descobrisse, com certeza ficaria tremendamente decepcionado.

E esse nervosismo parecia ser do tipo perigoso e contagioso. Era a terceira vez em que Park via o empregado da casa passar o pano branco no início do corrimão da escada que dava para os quartos. Chegava a ser irritante o quanto Kim Namjoon poderia facilmente perceber qualquer sujeira em qualquer milímetro da casa. Jimin estava sentado no sofá fofinho da sala de estar, observando o empregado verificar pela segunda vez do dia se tudo estava em ordem, antes de sair para olhar como estava o jardim externo.

Voltou a atenção ao celular, relendo as últimas mensagens do grupo onde estava desenvolvendo um trabalho de sua faculdade. Pretendia relaxar com isso, mas, estava ficando indignado, afinal o planejamento deles era horrível para um trabalho de nível acadêmico. Não se tratava de glitter e cartolina, mas sim de normas ABNT e de aprovação de uma banca que avaliava nada mais e nada menos que o TCC.

Enganchando nesse assunto, lembrou-se de que o empregado tinha olhos e ouvidos trabalhando vinte e quatro horas para seu pai, Kim Seokjin, então, seria melhor inventar uma mentirinha para que o garanhão pudesse passar pela porta. E o mesmo seria um ótimo estudante da mesma universidade que frequentava, onde o curso, período e outros detalhes Jeon teria de improvisar, se quisesse sair vivo daquela casa.

Apesar de tantos pontos pré pensados, ainda havia um alerta que ficava tilintando e martelando em sua cabeça, alto e incômodo, com uma placa de perigo enorme. Como poderia gastar uma quantia consideravelmente grande de dinheiro, por quinze minutos de conversa? Sem nenhuma garantia de que aquilo seria o suficiente para lhe colocar no controle de uma situação que ele inventou em sua cabeça? Isso fez o garoto rir incrédulo de sua imprudência mais uma vez. Era um dinheiro recuperável, mas, como faria para recuperar a honra desse feito tão estúpido? Jimin não poderia voltar atrás, já havia uma pequena manchinha ali, que acabaria por ficar enorme.

Suspirou fundo. Além de tudo isso, iludia-se a ponto de achar que conseguiria lidar com essa situação quase fúnebre. Não estava pensando em quantas formas se pode machucar uma pessoa - até porque ele mesmo não fazia ideia de quantas opções são - , mas, pensava em quantas formas poderia se recuperar de todos os machucados e amadurecer mais, já que, eles são inevitáveis. São como danos colaterais. São dolorosos. E difíceis de lidar. Entre outros péssimos dizeres.

Uma buzina um tanto afoita do lado de fora o deixou curioso, a ponto de fazê-lo se levantar para ver o que acontecia. Andou graciosamente para a porta de entrada, e, em um solavanco, as puxou de uma só vez, revelando o fervor que o sol trazia para aquele horário. Do lado de fora do portão de entrada, um carro sedan preto havia sido barrado pelo empregado. O mesmo piscou os faróis duas vezes, fazendo o assalariado olhar na direção da porta, vendo seu superior balançar uma das mãos indicando que deixasse o carro entrar.

Atenciosamente, o carro ainda misterioso adentrou em suas propriedades, estacionando perfeitamente em uma das vagas dispostas no local. Do carro, saiu nada mais, nada menos, que ele, Jeon Jungkook, fazendo o coração de Park se desregular por alguns segundos. Ao ver o garoto visivelmente nervoso o esperando, Jeon tratou de andar diretamente para seu encontro, encarando-o de forma sugestiva e confiante após fechar a porta de sua carruagem. Pois, quem olhasse sem conhecer, diria-lhe que ele era um príncipe.

GAROTO DA VITRINE • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora