13 🎬 Entre víboras e vitórias

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Boa leitura coração!

O copo de café gelado estava rodeado pelas mãos nervosas de Jimin, que encarava constantemente as ruas em volta da cafeteria, esperando por qualquer sinal de contato discreto. Nunca sabia exatamente como o detetive agia, somente sabia que por uma boa quantia de dinheiro, ele poderia ser capaz de ir até as portas do inferno, tocar a campainha, e sair correndo, irritando o diabo.

- Senhor. - a voz singela soprou no ar.

Virando-se, Park sentiu o arrepio percorrer-lhe, e por um milésimo de segundo, havia se assustado com a presença repentina. Após reconhecer a face sombria e balançar a cabeça para que o outro se sentasse, o universitário levou o tronco para frente e cruzou os dedos sobre a mesa, pronto para receber quaisquer respostas vindas da investigação.

- Este caso tem sido muito intrigante, porque venho tendo dificuldades em encontrar alguma coisa. - introduziu, franzindo o cenho. - Fui em alguns hospitais, escolas, orfanatos, bairros que me indicaram... E nada. Nenhuma prova concreta, somente especulações.

- Conte-me todas. - sua voz soou mais intimidadora do que de costume, mas o detetive não se deixava levar pelo tom. Era ele quem intimidava mais ali.

- Os arquivos da escola foram invadidos há alguns anos, muitas informações roubadas. Os funcionários antigos não conseguem se lembrar claramente do objeto da investigação, alegam ser muitas crianças para si. - respirou fundo. O hálito de nicotina inundou o ar. - Nos hospitais, aparecem as informações básicas de nascimento, e parece nunca ter sido atualizado. Nem uma vacina, uma consulta, nada. - ajeitou o chapéu, um dos traços de sua irritação. - Em orfanatos e bairros, a casa onde alegaram a moradia do nosso foco estava completamente diferente do descrito. Mesmo tendo sido abandonada entre tantas outras construções, outras pessoas estavam vivendo ali, e nenhuma delas tinha ideia de quem seria a pessoa.

- Parece que alguém não quer revelar alguma coisa. - Jimin pensou alto por um momento.

- Posso segui-lo e ver se consigo encontrar algo. Mas, preciso de sua permissão. - sacou a caixa de maços, e pescou um dali.

O universitário pensou por um instante. As palavras do detetive faziam eco em sua cabeça, repetindo-se constantemente, como se seu subconsciente tentasse encontrar alguma outra lógica para aquilo. - E você a tem. Mas lembre-se de que ele não é um suspeito, é um investigado, pegue leve. - ordenou, direto e em bom som.

- Como quiser. - o homem sorriu e então se levantou, ajeitando o maço de cigarro entre os lábios. Saiu dali em passos firmes, e a névoa da nicotina cobriu seu rosto, sem que qualquer outra pessoa ali pudesse reconhecê-lo posteriormente.

Os pensamentos de Jimin estavam conturbados e irritantes, apesar do silêncio dramático dentro do veículo em direção a faculdade. Namjoon olhava pelo retrovisor, sabia que algo estava o incomodando, mas não ousara falar sequer uma palavra, a menos que fosse necessário.

Jungkook seria tão influente assim a ponto de apagar toda e qualquer coisa de seu passado? Por que? Temia que encontrasse sua família para extorquir quando a fama chegasse? Queria uma nova identidade? Eram tantas possibilidades, e todas irritavam Jimin em níveis extremos, porque nenhuma delas respondia suas perguntas.

- Pare de franzir tanto a testa, ou terá rugas cedo. - Namjoon chamou a atenção do universitário, que saiu de seus devaneios.

- Talvez assim eu possa competir com você um dia. - viu o outro fazer uma careta. - Obrigado por me trazer, agora é hora da verdade. - suspirou, recolhendo seus pertences.

- A verdade é uma só, você já foi aprovado. Faça que nem os jovens, manifeste. - delegou irônico e brincalhão.

- Faço melhor que eles, eu conquisto. - soprou, antes de abrir a porta e sair.

GAROTO DA VITRINE • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora