GAROTO DA VITRINE • jikook

14 🎬 Onde você está, gatinho?

Chegay

Los Angeles, a cidade das oportunidades e de tudo o que você possa imaginar, acordava no maior caos que o inferno poderia oferecer. Não que o próprio diabo tivesse vindo para Terra, mas, se alguma vez ele esteve aqui, deixou uma mala enorme de coisas caóticas pelo caminho.

As avenidas principais estavam cheias de carros, cortando o horizonte em um trânsito de longa extensão. As pessoas caminhavam apressadas pelas ruas tentando escapar do calor presente, queriam uma sombra logo, algo para beber e se refrescar. Os noticiários narravam o cotidiano em várias versões. Crimes, conquistas, atos de bondade e mais crimes.

Os estúdios nunca sabiam ao certo como lidar com toda e qualquer mudança, mas parecia que a DADDY.COM sabia muito bem lidar com esse tipo de pressão. A mudança de planos repentinamente alcançou a empresa, e sugestivamente o CEO tinha um plano brilhante que colocaria tudo de volta aos eixos em menos de três horas. E foi em menos de uma hora, que o site mais famoso do país estava atualizado, graças aos esforços da equipe de tecnologia e marketing. Tudo parecia incrível demais, não?

Park Jimin levantou-se lento e pesaroso, como há muito tempo não fazia. Odiava admitir, mas tirar uma noite de sono sem hora para acordar era um mal necessário para qualquer ser humano que já existiu na história.

Espreguiçou-se e levou poucos minutos no banheiro, antes de se sentar em sua mesinha e verificar as notificações. Nada de Jeon Jungkook. Nem uma piadinha, nem uma foto engraçada, nem um post. Jimin mal conseguia resistir a curiosidade corroendo-lhe as entranhas, mas confiava de que o ator queria um tempo para si, ou de que estava resolvendo algo importante.

Talvez esse algo fosse importante demais para sumir pela última semana. Nos meses em que estiveram juntos isso já aconteceu algumas vezes, mas dessa vez tudo isso estava estranho. O detetive continuava sem novas informações, mesmo com um trabalho constante e muito dinheiro no bolso (era uma quantia enorme, e ele realmente estava se esforçando), o descanso de Jimin parecia uma eternidade ao mesmo tempo que se passava em segundos, e o Grupo Hwalyeo estava passando por problemas com negociações internacionais.

Park tinha certeza que o caos não se resumia apenas nas paredes utópicas da universidade, mas também não esperava que sua volta para o mercado de negócios e para a vida digna de alguém que consegue dormir oito horas por dia (como o médico recomenda), seria tão barulhenta e movimentada.

Desviando os olhos da tela, seus lumes e pensamentos pairaram sobre a rosa no vaso, aquela que o ator lhe dera na primeira vez em que fizeram um ato carnal digno de Oscar. Mordiscou o lábio inferior tentando conter um sorriso, e sentiu uma carga de adrenalina percorrer todo o corpo. Aquilo foi de tirar o fôlego, literalmente.

Há uma linha tênue entre paixão e amor. A paixão é algo intenso e passageiro, mais baseado nos impulsos prazerosos temporários do que em qualquer outra coisa. O amor é algo mais íntimo e profundo, onde a roda da reciprocidade sempre está girando, o cuidado, a atenção, e devoção com aquele que você admira e almeja ter por perto sempre. Você não consegue explicar o que é exatamente, apenas sente que aquilo é o certo a se fazer.

Jimin estava ultrapassando essa linha tênue lentamente, brincando na corda bamba. Não conseguia tirar dos pensamentos as vezes em que se beijaram lentamente sob o luar da praia, ou sob as luzes da sirene da polícia em uma ronda de madrugada. O suor escorrendo, as carícias maliciosas, os beijos molhados de Jungkook descendo seu pescoço, chegando aos mamilos com aquela risada sacana de quem sabia que estava conseguindo exatamente o que queria.

"Você gosta disso?" frase sempre acompanhada de uma risada rouca e sensual, enquanto podia ser observado pelo ator com os lábios entreabertos, suspirando lento e pesado, com uma devoção nos olhos que nenhuma outra pessoa conseguiria demonstrar. Jeon Jungkook não era mais seu objeto de desejo, era sua pessoa favorita, tanto que havia pego o mal hábito de dar uma espiada no celular nos momentos de estudos, ou antes de dormir.