Lar doce lar?

2.8K 262 34
                                    

- "Yuri amiguinho!" - digo sorridente quando ele abre a porta e tenta fechar ao mesmo tempo. - "Yuri, por favor!" - impeço-o

- "Me dá um motivo para eu não fechar a porta na sua cara bem agora?" - ele diz rude e eu bufo.

- "Olha, nós dois sabemos que essa conversa vai rolar de um jeito ou de outro então me deixa falar poxa?" - fico sem ar e ele cede. - "Enfim, Me desculpa por eu ter te chamado de Maria-mole e não acredito que eu estou fazendo isso mas... Eu-eu preciso da sua ajuda." - ele finalmente abre a porta sorridente e me examina. Claramente está zoando comigo.

- "O que aconteceu?" - ergue uma sobrancelha enquanto me olha hilário.

- "Com uma condição, só vou contar se me deixar passar uns dias na sua casa." - imploro.

- "E por que eu deixaria?" - ele cruza os braços.

- "Porque... porque você é a minha única chance de não ter que passar a noite na rua com os cães." - suplico.

- "Até que não seria ruim ver isso!" - ele zoa.

- "É sério." - Dou um tapa no braço dele. - "por favor, eu prometo contar!" - ele revira os olhos mas enfim abre espaço para eu passar. Sua mãe está descendo as escadas com um cesto de roupas quando me vê de mala e tudo na mão.

- "Gabriela quanto tempo!" - Ela me puxa para um abraço que eu acabo retribuindo. Eu sempre gostei dela, sempre me tratou bem. - "Você está tão magrinha." - Ela diz e eu rio. - "Algum problema?"

- "Mãe a Gabi vai passar uns dias aqui, tudo bem?" - Yuri diz enquanto sua mãe me leva até a cozinha e me oferece cupcakes e eu pego logo dois.

- "E por quê?" - Ela olha para o filho e Yuri olha para mim. - "Ela vai te contar depois mãe, agora vamos Gabi." - ele me leva para o segundo andar. - "Esse é o quarto de hóspedes." - ele me mostra. - "Pode ficar com ele" - O quarto não é muito grande e não tem as coisas chiques em que o meu costumava ter mas vou ter que me acostumar.

- "Então, agora me conta o que houve." - ele se senta na cama.

- "Eu estou grávida." - abaixo a cabeça e como um dos cupcakes. Nem preciso olhar para rosto dele para saber que esta surpreso. - "Minha mãe me expulsou de casa por causa disso e vai cortar as despesas da faculdade e tudo mais" - ele me olha de cima a baixo e pela primeira vez me sinto intimidada com isso.

- "E você sabe quem é.." - eu o interrompo antes que ele termine a pergunta.

- "Não vem me fazer essa pergunta, todo mundo está me fazendo essa pergunta... E para deixar bem claro EU AINDA NÃO SEI" - me sento.

- "Nossa! Calma! Para que tanto ódio?, mas escuta, a sua mãe só colocou você para fora por causa do momento tá, foi um choque para ela, espera ela se acalmar e depois eu posso te levar de volta hoje." - ele levanta meu rosto.

- "Eu não vou voltar, brigamos feio e ela disse que era para eu esquecer ela, então não vou voltar, não vou." - me recuso nervosa com a boca cheia.

- "Tudo bem, mas, tenho certeza que a sua mãe não falou isso por mal." - ele se levanta. - "A sua mãe deve estar te procurando agora não acha?"

- "Acho que não, você tinha que ver a cara de raiva dela." - deixo a minha mala cair nos meus pés. - "Você melhor do que ninguém sabe como ela é."

- "Hum, você vai falar a verdade para minha mãe?" - Yuri se levanta.

- "Se eu quiser que ela me deixe ficar aqui, eu vou." - termino de comer o primeiro cupcake mas ele puxa o segundo da minha mão e sai correndo.

- "Yuri seu filho da mãe volta aqui!" - grito no corredor. Parece que aqui é a minha nova casa temporária? Vou ter que conviver com esse demônio.

MÃE, TÔ GRÁVIDA!! (Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora