Me deixa ir embora!

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Yuri está quase me alcançando enquanto Rocky e eu nos encaramos por alguns segundos.


— "Por favor me tira daqui." — peço para Rocky chorando. Eu estou apavorada, nunca me senti assim antes e pela primeira vez me vejo implorando algo à alguém... Por mais que eu não vá com a cara dela, Rocky é a minha única saída.

Quero sair de perto do Yuri, quero sair de perto dos meus pais, Quero sair fora dessa cidade.

— "Okay amiguinha suba na garupa.." — Ela faz sinal para que eu suba em sua moto e encara o garoto correndo em nossa direção e acelera para longe.

— "Para onde eu te levo? Cabaré? Bordel talvez?" — Ela faz uma piada.

— "Que tal me levar para tomar umas boas doses de bebida?" — afirmo sem medo. Eu sei que não posso beber mas isso é o de menos agora. Que se dane.

— "Desculpa putinha mas não vou deixar você beber, você tá louca? vou te levar para o meu dormitório." — Ela fala.

— "Não. Lá é o primeiro lugar em que ele vai me procurar.." — digo.

— "Ok, vou te levar para a casa de um amigo meu, ele com certeza vai ficar de boa." — Ela vira a esquina.

De primeira eu receio até porque não conheço esse sujeito mas vejo que não tenho outra escolha.

A casa do garoto cheira à sexo e a maconha, latinhas de cerveja estão pelo sofá, mesa e chão. Quando que essa casa teve uma limpeza?

— "Vocês vieram na hora certa... Mais tarde meus amigos vão vir pra cá para comemorar o meu aniversário." — Mark fala alegre.

Beber.. É isso que preciso.

— "Que bom, eu estava precisando encher a cara mesmo... Mas vai comemorar o seu aniversário em plena segunda-feira? "  — pergunto.

— "Claro, tenho que comemorar meu aniversário de algum jeito não tenho?" — ele ri e eu sorrio forçado. — "Mas não é uma festa de arromba, só vai ter alguns amigos e umas gatas."

Rocky ronda os olhos pela a casa de Mark e depois fala;

— "Bom, acho que eu não preciso saber o por quê você estava fugindo do Yuri né?" — ela pergunta.

Minha vontade é de arrancar a cabeça dela. como ela pode ser tão sonsa? se aproveitou de mim, mentiu para mim dizendo que sabia quem eram os possíveis pais do meu filho, tudo isso só para pegar o meu dinheiro, mas que se dane não vou dar esse gostinho para ela, até porque ela deve ter gastado todo o dinheiro em tinta vermelha pro cabelo.

— "Não precisa saber." — fecho a cara.

— "Ok, então eu vou indo porque eu tenho trabalhos filantrópicos para fazer na fraternidade e mais tarde eu volto pra cá." — Rocky vai saindo. Quen diria a menina rockeira fazendo trabalhos filantrópicos.

— "Vai me deixar sozinha com esse cara?" — digo segurando seu braço.

— "Calma tá bom? Ele é gente boa, não vai estrupar você... Ou você quer que eu chame o Yuri pra te fazer companhia?" — eu nego.

Não quero falar com ele...

Assim que Rocky sai pela porta eu sinto um frio na barriga e quando me viro Mark está sentado no sofá.

— "Ainda bem que eu já me livrei desses trabalhos filantrópicos por hoje né princesa, pode ficar a vontade." — ele diz e sai para o seu quarto.

Deve ser legal fazer parte de uma fraternidade, pena que grávida nao poderei ir para uma dessas.

Tento dormir um pouco no sofá mas não consigo. Fico assim até a hora dos amigos de Mark chegarem.

Esses caras de fraternidades costumam fazer festas, encontros quase todos os dias, já era de se esperar.

Fraternidades foram criadas para socializar com pessoas e fazer contatos mas os contatos que eles fazem é outro.

◾ ◾ ◾

20:30

Já está escuro e o pessoal vem chegando aos poucos e nada da Rocky aparecer. Começo a pensar que ela talvez tenha me abandonado aqui. Porra!

— "Ei você disse que seriam apenas alguns amigos e essa gente toda?" — grito no ouvido de Mark por causa da música.

— "São os meus amigos" — ele abre os braços e eu bufo.

— "Hey lindinha desmancha essa cara, bebe um pouquinho..." — Mark muda de assunto e me entrega uma latinha de cerveja que está lacrada.

Ele não sabe que estou grávida e se soubesse provavelmente não me daria bebida.

Ele tem o estilo rockeiro porém um rockeiro perfumado e bonito. Ele me fita com os olhos verdes.

Sem dizer nada eu dou um gole na minha bebida. Não estou nem aí só quero esqueçer tudo o que aconteceu.

Algumas horas se passam e eu já bebi umas 5 latinhas. Me empolgo quando as pessoas fazem "Vira vira" comigo e as bebidas.

Quanto mais bebo parece que mais vazia eu fico, por isso continuo bebendo mais, até que enfim, consigo ver Rocky.

— "Aeeee suaa puta, você me largouuu aqui desgraçada." — arrasto as palavras e vejo ela chocada.

— "Meu Deus Gabi, você tá chapadona e você tá grávida" — Ela me segura...

— "Queee se FODAA, eu vou transar com alguém hoje " — digo e saio pegando Mark pelo o braço e o levando até o segundo andar.

Mark e eu começamos à nos beijar em um quarto e ele passa a mão em mim. Estou vendo tudo embaçado mas quando olho para Mark seu rosto de transforma no do Yuri.

— "Sai, não..  Eu-eu não quero mais." — digo.

— "Ué, você que me chamou aqui" — Mark diz confusa.

— "Mas eu não querooo mais..." — grito e acabo caindo para o lado.

— "Você quer sim." — ele me agarra.

— "Me solta." — tento sair pela a porta mas está trancada. — "Abre a porta." — começo a ficar assustada.

Está tudo girando, e eu não estou consigo me manter em pé então eu me sento no chão...

— "Você colocou alguma coisa na minha bebida?" — grito e vejo ele sorrir.

— "Talvez só um pouquinho." — ele se agacha.

— "Não! me deixa ir embora... SOCORROO." — tento gritar mas a música está alta demais...

Eu me sinto fraca, estou quase desmaiando aqui... Onde fui me meter?

MÃE, TÔ GRÁVIDA!! (Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora