Eu te amo!

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Gabi

Terça-feira 10:20

Quando acordo sinto uma dor enorme de cabeça e Yuri não está do meu lado. Olho para o despertador e vejo que ele foi desligado. Perdi 2 dias seguidos de aula.

Escuto vozes no corredor, eu não iria espiar mas quando meu nome foi pronunciado, eu decidi ouvir contra a porta.

- "Por favor Yuri, me diz que você não é o pai do bebê da Gabriela... Eu sei que você não é, você não seria tão irresponsável desse jeito." - Anne diz.

- "Relaxa mãe, eu não sou..." - ouço ele dizer.

Então ele mentiu?
Por que diabos ele mentiria?

- "Por que disse aquilo? Eles estão achando que você é." - Anne está com a voz trêmula.

Yuri fica calado por uns segundos e depois fala.

- "Parece besteira mas... acho que... acho que amo ela... amo a Gabriela e também amo aquela criança mesmo que não seja meu filho." - Yuri parece estar andando pelo o corredor.

Espera. Ele me ama?
Puta que pariuuu!!
Ele realmente disse o que eu ouvi ou eu cai, bati a cabeça e agora estou sonhando???

- "Meu filho, você sabe sobre o que as pessoas falam dela? eles a chamam dos piores nomes possíveis... Ela não é uma mulher para casar." - Anne fala. - "Eu amo a Gabi mas você sabe que é verdade."

Anne tem razão, antes eu era uma vaca que saia com todos os garotos que via e gostava quando falavam de mim. Ainda tenho um pouco disso mas agora é diferente, sabe. Eu posso mudar.

- "Pouco me importa o que as pessoas vão falar... Eu realmente me vejo com ela no futuro... Gosto dela de verdade." - Yuri fala suave e eu deixo escapar uma lágrima de emoção.

Não digo nada apenas decido aparecer no corredor...

- "Vou deixar os dois sozinhos." - Anne diz e logo sai. Puxo Yuri para dentro do quarto e tranco.

- "O que você ouviu?" - ele pergunta.

- "Não ouvi nada." - minto.

- "Eu sei que você ouviu alguma coisa... Até que parte você ouviu?" - ele me olha nos olhos. Aqueles olhos lindos...

- "Você disse que me amava... é verdade?" - fico longe dele. Passando a mão na barriga.

- "Vem aqui?" - me chama quando se senta na cama e eu caminho até ele até sentar no seu colo. Não sei porque fiz isso!

De melhores amigos à ficantes??
Afinal estamos ficando? Namorando? O que somos afinal?

- "É verdade... É a primeira vez que sinto isso por uma garota." - ele não nega.

- "É a primeira vez que escuto isso de um garoto... Mas eu também... acho que te amo." - Seguro seu rosto. Nunca tinha falado essas palavras antes.

Yuri me dá um beijo na bochecha e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

— "Você não deveria ter bebido ontem, isso pode prejudicar o bebê..." — ele começa a ficar nervoso e eu saio de seu colo.

— "Me desculpa, só que quando você mentiu para mim, eu me senti como se eu não pudesse confiar em mais ninguém, então eu tive que descontar em alguma coisa." — seguro as lágrimas.

— "Então você escolheu descontar no bebê?" — ele grita mas eu fico quieta...

— "Cala a boca tá bom? Acabei de ouvir que você mentiu, então você não tem nada haver com a minha vida e nem com esse bebê, posso fazer oque eu bem entender com ele." — digo grossa.

— "Quer saber? Você tem razão, eu não sou o pai, mas você também não é uma mãe, literalmente. Uma mãe de verdade iria se preocupar com o bebê, você é só... uma adolescente que só quer saber de farra... Se não quisesse ter filhos era só usar uma coisa chamada camisinha..." — Yuri grita também.

— "Você é um babaca... Depois de tudo que eu passei ontem achei que fosse ficar preocupado comigo." — choro.

— "É muito difícil de conversar com você mesmo..." - Ele diz frustrado.  - "O Mark fez alguma coisa com você?" — ele diz e eu saio.

Não estou afim de ficar vendo ele curtir com a minha cara...

— "É sério." — ele segura meu pulso. — "Eu tô falando sério."

Depois de segundos eu decido responder.

— "Eu tô bem... acho que ele não fez nada." — digo cabisbaixa.

— "Se ele fez ou não eu não sei, eu só sei que eu soquei a cara dele." — Yuri diz.

Fico calada...

- "Porque não conversa com os seus pais? Se falar que não sabe quem é o pai talvez eles paguem o teste de dna pra você..." - ele quebra o silêncio novamente.

- "Para de fazer isso... Primeiro de tudo, você não deveria ter ligado pra eles, eu ainda tô chateada com você por isso e segundo, não vou me desculpar." - cruzo os braços e não ligo se estou sendo infantil ou orgulhosa.

Yuri sorri.

- "Por que você disse que era o pai? Por que me ama mesmo ou por que é verdade?" - pergunto.

- "Eu não sou o pai de verdade linda, eu só falei aquilo pra eles pararem de perturbar você... Mas a parte de te amar é verdade." - ele tenta me tocar mas eu me esquivo.

Estou um pouco desapontada, lá no fundo eu estava feliz da possibilidade dele ser o pai.

- "Não deveria ter falado aquilo, agora estão achando isso." - digo.

- "Deixa eles acharem, não me importo." - ele se aproxima. Isso tá errado! eu deveria estar brava com ele mas quando nossos lábios se tocam eu me rendo.

Quando descemos novamente meus pais tentam falar comigo mas eu ignoro e eles acabam indo embora... Não vou me desculpar com eles, eles que estão errados!

- "Gabi seu pai te deu um cheque de 100 mil dólares antes dele voltar, é para as coisas do bebê." - Anne pula na minha frente e eu examino o papel.

100 mil dólares... Era 100 mil dólares.

- "Ele acha que é assim? Que eu vou aceitar o dinheiro dele, não quero as riquezas dele?" - faço menção de rasgar o papel.

- "Precisamos do dinheiro pro teste." - Yuri me segura. "E pro aborto também" meu subconsciente lembra.

- "Eu só preciso de 50 mil, a senhora pode ficar com o resto." - os olhos dela brilham e depois me agradece. - "E Yuri, eu só preciso de 30 mil, você pode ficar com 20." - sorrio pra ele.

- "Não precisa linda." - fala e me puxa pela a cintura.

Mas eu insisto tanto que ele acaba aceitando...

Dinheiro para o teste de dna... confirmado... Dinheiro pro aborto... confirmado...

Agora falta pouco e a consulta já é amanhã...

MÃE, TÔ GRÁVIDA!! (Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora