Seria "ciúmes" a palavra certa?

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- "Deve ser.. eu quis dizer, não que a gente tenha transado nem nada..." - olho o meu celular para disfarçar.

Recebo uma mensagem.

Dominic:
Preciso falar com você
Agora
10:30

Eu:
Sim, onde?
10:31

Dominic:
Pode ser no campus agora?
10:32

Eu:
Claro, tô indo
10:33

Me despeço das garotas e encontro Dominic no campus.

- "Me falaram que você está grávida... É verdade?" - ele parece preocupado.

- "Como sabe disso? Quem contou?" - me exalto.

- "Isso não vem ao caso." - ele diz seco.

- "Vem ao caso sim, tem alguém dizendo... quer saber? Eu estou grávida sim, e... desconfio que o pai seja você." - decido ser direta e cruzo meus braços esperando por uma respostas dele.

- "Pior que eu também acho que seja eu." - ele passa a mão no rosto. - "Eu não sei!"

- "E então?" - pergunto.

- "E então, é que você vai ter que abortar." - ele fala comi se tivesse dizendo o óbvio.

- "Abortar? Eu não vou fazer isso." - digo.

Eu sei que eu não queria um bebê agora mas eu tenho que aceitar isso né?

- "Escuta, eu tenho uma namorada e se ela souber que eu traí ela e ainda por cima engravidei uma garota, ela me mata... A família dela é podre de rica e..." - eu o interrompo.

- "Você só tá com ela por causa do dinheiro dela?" - gargalho. - "Eu não vou abortar o bebê, fica longe de mim, seu escroto" - eu tento ir embora mas ele me impede.

- "Pensa bem, você vai perder tudo, não vai poder sair com as suas amigas porque vai estar ocupada demais trocando fraudas" - eu penso por um momento mas não posso fazer isso. - "Fica longe de mim!" - Saio correndo.

As duas últimas aulas acabam e eu enfim vou embora. Estremeço quando sinto mãos geladas na minha cintura.

- "Não fala mais comigo seu filho da mãe..." - pensei que fosse o capeta mas na verdade é algo bem pior, o Yuri, e estou brava com ele também.

- "O que eu fiz?" - ele levanta os braços indefeso e eu bufo

- "Nem vem fingir que nada aconteceu porque eu não nasci ontem... Não precisava ter gritado daquele jeito comigo!" - grito de volta.

- "Ah... Me desculpa, é que eu não gosto que peguem no meu celular." - ele se defendo. - "eu gosto da minha privacidade."

- "E precisava daquele showzinho? Até parece que você está escondendo algo. - Yuri fica quieto. -"Quem tinha que estar gritando aqui era eu... Achei que fossemos amigos!" - continuo.

- "Gabi, nós somos amigos." - ele me para.

- "E então por que não me conta a verdade? Por que a Tally estava te ligando?" - pergunto mesmo já sabendo que eles estão se pegando.

- "Tudo bem... Eu e a Tally estamos.." - eu o interrompo.

- "Vocês estão se pegando?" - pergunto.

- "Estamos." - ele resolve falar.

- "Há quanto tempo?" - digo. Meu Deus o que eu estou fazendo?

- "Sei lá, talvez desde domingo." - ele pensa.

- "Desde domingo estão se pegando?" - grito. - "Bem, até que não é muito tempo."

- "Eu iria te contar." - ele se defende.

Do nada ele e eu estamos devendo explicações um para o outro, quando isso tudo começou?

- "Mas não contou." - cruzo os braços. - "Olha, eu odeio que escondam as coisas de mim, odeio que mintam para mim."

E eu realmente odeio!

- "É... eu sei disso, mas nem nos falavamos antes. Éramos praticamente desconhecidos um para o outro e agora que voltamos à nos falar." - ele se defende.

Admito que estou com ciúmes mas ele tem razão, não devemos nada um para o outro.

- "Tudo bem, eu só pirei, porque você sabe que eu odeio mentiras." - sorrio. - "Só queria dizer que você pode confiar em mim!" - digo. - "E você gosta dela?" - mudo dr assunto.

- "Claro que sim." - ele sorri. Eu quase falo dos áudios que Tally me mostrou se gabando, seria útil pra zoar ele as vezes mas deixa pra lá.

- "Hum." - Dou um sorriso de lado.

Não sei se o que estou sentindo é ciúmes, nunca senti ciúmes de ninguém...

MÃE, TÔ GRÁVIDA!! (Revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora