Capítulo 4

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Pollyanna estava convicta de que eram os amigos de Tom que o afastavam dela em Hogwarts e parou de tentar falar com ele na escola. No orfanato, porém, ela não se incomodava de ir para o dormitório do garoto para estudarem juntos os livros de magia, afinal, nem um dos dois tinham outros amigos ali.

Riddle tinha muito trabalho em fazer com que Pollyanna não dispersasse durante os estudos, de tanto que a garota era avoada, mas gostava de nem sempre ter que estudar sozinho.

No começo de seu 5º ano, Tom encontrou a entrada da câmara secreta e descobriu que era herdeiro de Salazar Slytherin, decidiu que era hora de cortar seus laços com Pollyanna, não poderia ser herdeiro do nobre fundador e ser amigo de uma sangue ruim. Assim, como decidiu que Tom era um nome muito simples para o herdeiro que cumpriria a tarefa que Salazar iniciou e começou a reunir seus amigos para aprender magia negra, revelando para eles sua ancestralidade, eles não duvidaram, Tom era o único ofidioglota que conheciam.

No mesmo ano, o 4º de Pollyanna, Jimmy estava lhe colocando coisas na cabeça.

- Quer dizer que só são amigos fora do castelo? – perguntou pela milésima vez, Charlus, Dorea e Minerva preferiam não falar nada, já tinham desistido.

- Não é bem assim.

- Me parece que ele tem vergonha de você, está sendo boba, Pollyanna.

- Ele não tem vergonha de mim, que coisa mais horrível de se falar, Jimmy. – E saiu da sala comunal da grifinória sem querer continuar naquele assunto, mas tinha ficado pensando: por que eles não podiam se falar na escola? Decidiu procurá-lo.

Encontrou-o com os amigos que mais pareciam uma gangue no corredor. As vestes alinhadas, os cabelos negros bem arrumados e o distintivo de monitor brilhando no peito, Pollyanna sorriu ao vê-lo e acenou.

- Olá Sr. monitor.

- Posso ajudá-la, Miss Whittier? – perguntou Tom formalmente.

- Sim, percebi que não tem aula nesse horário, talvez pudéssemos conversar um pouco. – Os amigos de Tom riram com ar debochado para a garota que corou constrangida. – Se não for atrapalhar, claro.

- Estou ocupado, miss Witthier. – Pollyanna estranhou tanta formalidade.

- E ele também estará amanhã, depois e até o resto do ano letivo para você, sangue ruim – disse Druella Rosier, eles passaram por ela, ainda rindo com superioridade, Rosier esbarrou em seu ombro e Tom sequer olhou para ela direito. Pollyanna apertou os lábios e engoliu um nó na garganta, odiava ter que dar razão a Jimmy e decidiu não falar mais com Riddle.

Naquela mesma noite, quando ia para o salão principal para o jantar, sozinha por ainda ser cedo, passava por um corredor vazio quando viu Tom indo a sua direção, Riddle passaria direto cumprindo seu juramento de não manter uma amizade com uma sangue ruim, mas ela tinha que ficar olhando para ele com aqueles grandes olhos verdes, por fim, ele suspirou e parou.

- Não está um pouco cedo para o jantar, miss Pollyanna? O que queria hoje mais cedo? – perguntou. Pollyanna queria muito respondê-lo e perguntar como estava sendo ser monitor, como tinha sido o inicio do ano letivo para ele, mas virou o rosto e fingiu não ter ouvido. – Pollyanna, eu estou falando com você.

- Não está mais ocupado? Parece que está sempre ocupado quando seus amigos estão por perto – disse sem olhá-lo e apertou o passo para o grande salão.

Tom odiou ser ignorado pela garota e indo contra sua decisão esperou-a na manhã seguinte na porta da sala comunal da grifinória. Pollyanna arregalou os olhos ao vê-lo, mas não disse nada.

- Vai me ignorar agora, é? – perguntou arqueando uma sobrancelha. – Que pena, gostaria de lhe mostrar um dos meus lugares favoritos no castelo, é um lugar muito bonito.

- Oh eu adoraria conhecer esse lugar, Tom! – exclamou Pollyanna empolgada antes que pudesse se segurar. – Droga. – sussurrou para si mesma e odiou o sorriso vitorioso nos lábios de Tom.

Tom levou-a até um local fora do castelo onde a terra e a água se encontravam, uma árvore projetava sombra e com o sol da manhã no horizonte ficava realmente uma cena linda. Pollyanna ficou boquiaberta.

- É realmente lindo, Tom, é sim! Eu disse a Jimmy que você não tinha vergonha de mim, você sabe, por eu ser nascida trouxa e fiquei realmente chateada ontem, mas agora eu vejo que eu estava certa e... – Pollyanna olhou para Tom que tinha se sentado apoiado no tronco da árvore e tirou do bolso da capa um caderno de capa preta de couro, uma pena e começou a escrever. – Estou falando demais e você já parou de me ouvir, não é mesmo?

- Exatamente. – Pollyanna riu da sinceridade do garoto, sentou-se ao seu lado e apoiou a cabeça em seu ombro.

- O que é isto?

- Um diário.

- Posso ler algum dia?

- Se você lesse, eu teria que te matar.

- Ah, o que você escreve aí? Vinte passos para se tornar um aluno excelente? – perguntou a garota e fez Tom rir verdadeiramente. Pollyanna achou uma risada linda e sentiu o coração bater mais rápido.

Enquanto estava com Pollyanna, em seu diário, Tom fazia um anagrama de seu nome e ao terminar decidiu que não precisava parar de falar com ela, Lord Voldemort fazia o que queria e faria dela uma exceção, deixaria isso claro para seus amigos no encontro na sala precisa naquela noite e se alguém o enfrentasse por isso... Bem, ele já estava querendo mesmo começar a treinar maldições imperdoáveis.

PollyannaOnde histórias criam vida. Descubra agora