Pollyanna
Era tarde, os alunos todos já deviam estar em seus dormitórios, o jantar havia sido delicioso, mas eu estava com uma curiosidade imensa sobre os ataques da escola. Eu sabia que o que eu estava fazendo não era prudente, mas era necessário, andava pelos corredores vazios do castelo à noite rumo à biblioteca. Perguntei a Tom se ele sabia algo sobre os ataques aos alunos nascidos trouxas, mas ele disse que não sabia nada e que eu não deveria insistir no assunto, até parece que ele não me conhece.
Eu já estou em meu 4º Ano, mas me preocupa que talvez eu possa não ter um 5º se o responsável pelos ataques não for pego, me assusta mais não poder vir a Hogwarts ano que vem do que ser atacada pelo que quer que seja. Desde meu primeiro ano cresci um tanto, mas não muito, ainda sou bem mais baixa que Tom, eu peguei um espelho que carregava no bolso e suspirei pesarosa.
- Ah essas malditas sardas! - disse ao me fitar no espelho, Tom nunca vai olhar pra mim enquanto eu as tiver, suspirei, de um tempo para cá o que sinto por Tom tem mudado, gosto tanto dele, mesmo que seja arrogante e tenha um gosto terrível para amizades, mas nunca vou ser correspondida e nunca lhe direi, Tom é o garoto mais bonito de Hogwarts, mais inteligente e brilhante e é um grande amigo.
Não sei bem quando isto começou, mas acho que foi este ano. Nunca tinha visto nele mais que um amigo, mas ele começou a me proteger de seus amigos cruéis e eu comecei a sentir as mãos suarem e o estomago revirar quando estávamos juntos, até comecei a passar brilho labial e me arrumar.
É hora do almoço quando ele vem em minha direção para irmos juntos ao Grande Salão, fricciono os lábios para espalhar o brilho e desembaraço as pontas do cabelo.
- Olá, como foram as suas primeiras aulas? - pergunto e ele encolhe os ombros. - As minhas foram ótimas, Transfigurações e DCAT, acho que são minhas preferidas, apesar de Dumbledore ser um tanto rígido.
- Não tenho problema com Transfigurações como todos nessa escola, devia se aplicar mais. - faço uma careta.
- Diga-me uma matéria que você tenha problema e aí sim eu ficarei surpresa. - ele apenas sorri.
Chegamos ao Grande Salão e precisamos nos separar, preciso ir para a mesa da grifinória e ele para a da sonserina, mas me sinto desapontada por ele não ter reparado que passei brilho labial, eu nunca faço isso.
- Passou brilho nos lábios hoje. - ele diz franzindo a testa, eu arregalo os olhos, antes de sorrir, um sorriso que não dura muito tempo quando ele continua, arqueando uma sobrancelha. - Por que fez isso?
- Talvez porque sou uma garota. - digo voltando a ficar desapontada e revirou os olhos, pronta para lhe dar as costas, quando ele me olha ainda mais intensamente, com um sorriso quase imperceptível.
- Ficou bonita, faça isto mais vezes. - não consigo conter um sorriso quando ele diz isto, mas a ideia de que foi como se ele estivesse lendo a minha mente me preocupa. Ele dá as costas.
- Espere. - digo antes que vá. - Você assim... Por um acaso, não aprendeu a magia de ler a mente dos outros aprendeu?
Ele franze a testa com os olhos arregalados e feições inocentes.
- Não, por que miss?
- Ah! - suspiro aliviada. - Não é nada.
- Por acaso não estava pensando que eu não iria reparar que passou brilho nos lábios apenas para me impressionar, estava? - ele pergunta com uma expressão divertida e convencida, arrogante e que me irrita, estreito os olhos, não quero que ele perceba que eu corei, por isto lhe dou as costas seguindo meu caminho, mas não sem antes dizer:
- Que ideia! Você é tão engraçado Tom.
Balanço a cabeça tentando esquecer o que aconteceu hoje mais cedo. Já estou chegando à biblioteca e tinha que me concentrar para encontrar o culpado por estes ataques. Olhei uma ultima vez no espelho para depois guardar, mas não tive a chance, assustei-me ao ver grandes olhos amarelos aterrorizantes e tudo apagou...
Pisquei os olhos tentando me acostumar com a claridade do local, eu sabia onde estava, na ala hospitalar, fiquei contente ao ver Dorea, Charlus, Minerva e Jimmy rodeando o meu leito.
- Ela acordou! - exclamou Dorea. - Como você está Polly?
- Muito bem. - eu digo me sentando. - Mas... Mas o que houve?
- Você foi atacada pelo monstro, qual a ultima coisa de que se lembra Polly? - perguntou Minerva.
- Nada, apenas de dois grandes olhos amarelos, mas... Hogwarts não vai fechar, vai?
Eles se entreolharam.
- Não - disse Charlus, mordeu o lábio antes de continuar. - Pegaram o responsável.
- Minha nossa! E quem foi? - digo levando as duas mãos à boca.
- Rúbeo Hagrid. - disse Jimmy, mas sua voz era rancorosa e indignada.
- Oh não! Hagrid nunca faria uma coisa dessas, ele é nosso amigo.
- Tentamos falar com o professor Dumbledore, Polly, mas ele não pode fazer nada. - explicou Minerva.
- Foi Riddle. - acusou Jimmy. - Ele acusou falsamente o Rubeo.
- Oh não Jimmy, Tom não faria uma coisa dessas.
Minerva e Dorea se entreolharam.
- De qualquer modo estou contente de já estar acordada, assim posso eu mesma falar com o professor Dumbledore. Quando poderei sair, Madame Grey?
- Durante a tarde poderá sair, Miss Pollyanna. - sorriu amavelmente Madame Grey. - Agora vocês devem deixa-la descansar.
Charlus fez uma careta para Madame Grey enquanto ela estava de costas fazendo todos nós rir.
- A gente se vê mais tarde Polly. - disse Jimmy.
- Até mais tarde.
O tempo na ala hospitalar foi um tanto tedioso, mas pelo menos pude conversar com Madame Grey. Era fim de tarde quando ela me deixou sair e fiquei contente ao vê-lo a minha espera na entrada da ala hospitalar.
- Oh Tom como estou contente em vê-lo! - eu disse correndo e o abraçando.
- Pollyanna! - ele me repreendeu, afastei-me. - Você está bem?
- Estou. - nós caminhamos juntos para fora do castelo andando aos arredores do mesmo, adoro a vista do castelo, o lago negro, a floresta, é muito bonita, mas fiquei um tanto quieta e pensativa.
- O que há de errado? - perguntou quando nos sentamos em nosso lugar preferido, frente ao lago negro.
- Não foi o Hagrid, Tom. Eu sei que não foi.
Tom não olhou para mim, olhava para a vista, ele é tão bonito, seus cabelos estão sempre milimetricamente arrumados, embora eu já tenha lhe falado que os prefiro bagunçados, ele diz que é bobagem minha e seus olhos são lindos, mas estão sempre frios e apagados.
- Ele era meu amigo, você poderia conversar com o professor Dumbledore e...
- Não posso. - ele disse rude.
- Ele não faria uma coisa dessas Tom. - eu digo indignada. - E...
- E? - ele me incentivou a continuar mesmo sem olhar para mim, eu suspirei.
- Achei que seus amigos que não suportam nascidos trouxas eram os responsáveis. Por acaso está acobertando algum deles, Tom?
- Eu não faria uma coisa dessas Pollyanna, o que acha que sou? Um monstro?
- Oh não Tom, me desculpe, eu não quis dizer...
- O que faria se não fosse assim? Se realmente eu fosse um monstro?
Tom olhou para mim esperando uma resposta, uma sombra estranha passando pelos olhos intensos e sem brilho, pousei minha mão de leve em seu rosto e sorri.
- Sei que não é. Melhor voltarmos, está de noite e o aluno brilhante da escola não quer se meter em problemas. - eu sorrio me levantando, ele me segue e voltamos para o castelo.
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Pollyanna
RomanceTudo poderia ter sido diferente se Tom Riddle o futuro Lorde das Trevas tivesse conhecido Pollyanna? Pollyanna a excêntrica, atrevida e encantadora garotinha de 11 anos perde o pai e vai para um orfanato em Londres - o Orfanato Wools -, onde desc...