Capítulo 32

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Pollyanna

Meses se passaram e nós éramos agora a família perfeita do Lorde das Trevas — ou não tão perfeita assim —  ninguém falava sobre minha descendência, mas eu era secretamente odiada por todos os comensais da morte, em especial por Bellatrix que tivera suas aulas interrompidas, para que eu pudesse aprender mais sobre artes das trevas.

Em minha mão direita, eu apertava a varinha com mais força que o necessário, mas eu não conseguia apontá-la para a inocente e pequena elfo doméstico Uly que me olhava paralisada com aqueles olhos esbugalhados.

Voldemort rondava-me e parou atrás de mim, segurou meu braço com firmeza e sussurrou:

— Você tem que querer Pollyanna — sussurrou próximo ao meu ouvido.

— Às vezes eu odeio você — eu digo para Tom e aponto a varinha para a pequena criatura à minha frente. — Crucio.

Uly cai no chão como um pequeno saco de ossos e grunhi sofregamente por alguns poucos segundos, abro a boca para me desculpar, mas não falo nada. O olhar de Voldemort é de decepção.

— Não está se esforçando — ele diz furioso.

— Estou fazendo tudo o que posso, eu...

— Não está dando o máximo de você, estamos nisso a semanas. Se for continuar assim, me avise, não vou continuar perdendo meu tempo — ele diz furioso, embora sua voz seja calma, eu percebo o quê de aborrecimento nela.

— Com licença, milorde... — Abraxas entra na sala de treinamento. — Nott diz trazer noticias importantes.

— Voltarei em alguns minutos, recomponha-se   — ele diz frio para mim antes de seguir Malfoy.

Eu aproveito o tempo sozinha e vou para o corredor das celas, precisava falar com alguém, alguém com quem eu pudesse ser eu mesma. Voldemort era muito pior que Alastor quando se trata de treinamento e magia das trevas não é uma coisa muito fácil de aprender. Eu estava exausta e correndo risco indo até ali para ver Jimmy, mas valia a pena.

Abri a cela e encontrei meu amigo, abracei-o com força, ele estava tão magro, o rosto ossudo, mas ainda assim bonito, com os mesmos olhos castanhos gentis e cabelos da mesma cor, rebeldes e um pouco mais compridos e embaraçados que o normal.

— Polly, como você está? Não parece nada bem.

— Começamos a praticar maldições imperdoáveis hoje, mal aguento olhar para Uly, pobrezinha, não merece ser torturada, mas ele se acha superior e acha que só porque ele é um psicopata que não se importa com os sentimentos dos outros, todos têm que ser assim — digo revoltada.

— Tudo bem, tudo bem — diz Jimmy beijando minha testa. — Vai ficar tudo bem, Polly.

— Usar vestes negras, aprender a criar Inferis, poções letais e até a maldição imperius, tudo bem Jimmy, mas agora isso...

— Você consegue, Polly, há uma razão muito nobre para o que está fazendo, não se esqueça disto — diz Jimmy acariciando meu rosto. — Eu gostaria de poder fazer alguma coisa.

— Obrigada Jim   — digo. — Eu vou te tirar daí assim que for possível, eu te prometo.

— Você é corajosa feito uma leoa, sabia? — ele diz me fazendo rir, eu olho para os lados, não me sentindo tão corajosa assim.

— Eu acho melhor eu ir, ele pode voltar e se me encontrar aqui, nós estamos mortos   — ele assente e eu me afasto, mas Jimmy me segura pelo pulso me impedindo de sair.

PollyannaOnde histórias criam vida. Descubra agora