Capítulo 20

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Tom

Eu observava de longe, encostado em uma árvore com as mãos dentro do bolso, o dia estava ensolarado, apesar do clima triste. Pollyanna trajava um vestido negro e um véu sobre o rosto escondendo seus olhos chorosos. Teríamos evitado tudo isto se eu tivesse matado todos eles, eu senti a raiva queimar dentro de mim e evaporar tão rápido quanto veio quando Pollyanna tirou o véu do rosto e nossos olhos se encontraram. Ela depositou um buque de flores amarelas na lapide de Mary e veio em minha direção.

— Odeio enterros, me lembram de papai e mamãe — ela disse, mas não chorava, estava muito bem na verdade, eu desviei os olhos e ela cruzou os braços. — Ainda estamos brigados? Sério?

— Por que você é tão irritante Pollyanna? — perguntei e ela sorriu encolhendo os ombros.

— Acho que sou seu carma.

— Teria sido muito mais fácil se eu tivesse matado todos eles antes de conhecê-los — disse em um sussurro e Pollyanna ofegou.

—  Não diga algo tão terrível, Tom.

Era incrível como Pollyanna fazia eu me tornar alguém melhor, era incrível como ela era boa e mesmo assim tantas coisas terríveis aconteciam com ela. No impulso eu a abracei, não sei por que fiz aquilo, com ela era diferente, mesmo que eu odiasse todos os sangues ruins, eu não conseguia odiá-la.

— Eu vou te proteger, miss — sussurrei em seu ouvido. — Eu te prometo.

Ela abriu um daqueles sorrisos radiantes.

— Então não vai mais fazer aquelas coisas horríveis?

— Não exagera, Pollyanna — eu disse rude. — Eu vou me tornar imortal e vou fazer minhas horcruxes, vou colocar os trouxas e aqueles que não forem dignos da magia no lugar que merecem, mas eu já te disse, você é a minha única exceção, nada disso vai te atingir.

Ela sentou na grama e começou a arrancar as folhas, eu me sentei ao seu lado e ela encostou em meu ombro.

— Sabe que a gente não vai ficar junto quando você se tornar este tal lorde das trevas, não sabe? — eu assenti. — E que eu vou lutar contra você e que se fizer o que planeja, então futuramente teremos tempos muito difíceis.

— Sim, eu sei, miss - eu disse impaciente e acrescentei com um sorrisinho de canto.—  Até lá eu vou te convencer a ficar do meu lado.

— Tenta, Riddle, eu sou cabeça dura.

— Eu bem sei. — Nós dois rimos.

Eu tirei algo das vestes e ela me olhou curiosa enquanto eu pegava sua mão e colocava o anel de morfino em seu dedo anelar.

— O que está...? Mas esse não é...? — ela perguntava surpresa e confusa.

— Sim é uma horcrux e não vai te machucar, mas se outra pessoa colocar este anel não terá mais que um ano de vida.

— Isto parece terrivelmente romântico. — Nós dois rimos. — Amigos novamente?

— Amigos — digo encolhendo os ombros, ao que parecia, não iria conseguir afastar Pollyanna de mim tão cedo, não consegui evitar um sorriso ao vê-la sorrir abertamente e beijar minha bochecha antes de levantar-se e correr em direção à sua tia Polly.

Pollyanna

Quando voltei a Hogwarts depois daquelas férias, o que encontrei me deixou muito surpresa. Minerva mal podia andar direito.

— O que houve? — perguntei a Jimmy e nós dois decidimos conversar sozinhos fora da sala comunal, nos corredores vazios, torcendo para Pirraça não nos encontrar.

— Bem, eu não quis ficar em Hogwarts só por causa de você e do Riddle, pouco depois de vocês saírem de férias mais cedo, tivemos um jogo com a sonserina e aquele grande idiota do Mulciber... Ele acertou Minerva com um balaço, ela passou as férias inteiras na ala hospitalar e por pouco não foi para o St. Mungus. — Levo as duas mãos à boca. — Mas agora está tudo bem. E como foram as suas férias? Parece que foram boas. — ele comenta vendo o anel em meu dedo.

— Isso não significa nada — digo falando sobre o anel. — Eu só... Mary morreu.

— Quem é Mary? — pergunta Jimmy.

— A avó do Tom.

— Aquela coisa tem família.

— Jimmy! — eu o repreendo.

— Desculpa. Eu sinto muito.

— Então... Você e Minerva hein... —digo rindo.

— Somos grandes amigos — ele diz, mas não consegue reprimir um sorriso.

Os últimos dias daquele ano em Hogwarts foram bem agradáveis. A minha amizade com Tom parecia ainda mais sólida e como também eram os últimos dias de Charlus, nós dois aprontamos algumas com uns sonserinos, não que o monitor-chefe ajudasse, Tom não deixa passar nada e nos deixou de detenção umas duas vezes.

Sentei-me frente à lareira junto de meus amigos na nossa ultima noite antes de voltarmos para Londres.

— Eu vou sentir falta de vocês — eu disse melancólica.

— Nós também Polly — disse Minerva. — Vamos escrever todos os dias.

— Ganhamos a taça de quadribol. — festejou Charlus. — Vou sair de Hogwarts muito feliz.

— Meu lindo — disse Dorea dando um beijo no rosto de Charlus com cara de bobo apaixonado que nos fez rir.

— E eu tirei ótimas notas nos N.I.E.M.s, também estou muito feliz — disse Minerva. — Apesar de não poder jogar no ultimo jogo de quadribol, eu odeio sonserinos.

Jimmy se juntou a nós carregando doces até nos bolsos.

— Sobrou da viagem de Hogsmeade, alguém quer?

— Eu quero — eu disse pegando muitos doces, Minerva pegou um e Charlus também pegou muitos, Dorea ficou pálida.

— Arrgh, sai daqui com esses doces, Bean — reclamou levando a mão a boca. — Gente, eu não estou aguentando esse cheiro, eu vou deitar, boa noite.

Mandou beijinhos para nós e foi para o dormitório feminino, Minerva e eu nos entreolhamos preocupadas. Passamos o resto da noite nos divertindo, afinal era a ultima com todos juntos.

Na manhã seguinte no Expresso Hogwarts eu encontrei Minerva e Dorea andando juntas.

— Passei mal a noite toda, fui visitar madame Grey hoje de manhã na ala hospitalar e... Ela acha que eu... Que eu, eu estou grávida.

— NÃO ACREDITO! — gritou Minerva enquanto eu arregalava os olhos e abria um enorme sorriso.

— Isso é lindo — eu disse.

— Isso é terrível, você tem 17 anos Dorea Black — brigou Minerva.

— Já contou para o Charlus?

— Estou nervosa demais pra isso Polly, acredite, o que mamãe vai dizer? E os outros?

— Não ligue oras — eu disse sorrindo animada. — A gente está com você, sempre.

— Obrigada Polly e você também Minnie, mas diga-me Polly, voltou a ser amiga do Riddle?

—Sim.

— Amiga? — perguntou uma incrédula Minerva rindo alto.

— Amiga — eu disse rindo e batendo no braço dela. — Bom... Eu acho.

Nós três entramos na maria-fumaça e encontramos Jimmy e Charlus lá dentro em um dos compartimentos.

Hello pessoal, gostaram do capítulo? Espero que tenham gostado. Até o próximo ♥♥

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