Capítulo 1

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Hogwarts era sua casa, onde pela primeira vez encontrou um lar, "amigos", outros bruxos como ele e confirmara algo que já sabia, ele era especial, diferente, não era uma aberração, era superior àqueles órfãos chorões e trouxas, mas infelizmente, com o fim do ano letivo, ele precisou voltar ao Orfanato.

Suspirou ao ver o grande letreiro "Orfanato Wools" que se lia na entrada de um prédio cheio de grades. Entrou arrastando seu malão, aborrecido de ter que voltar àquele lugar, ninguém gostava dele ali e era recíproco.

- Ah Tom! - exclamou a jovem Martha abrindo o portão. - Bem vindo de volta.

A garota exibia um sorriso sincero, gostava de crianças, mas sabia que Tom era um caso especial, não tinha amigos ali, portanto, Martha tentava ser agradável.

- Como foi o ano letivo?

- Muito bom. - pronunciou-se o garoto pela primeira vez, e aquilo era verdade, tivera um ótimo ano letivo e mal podia esperar para voltar.

Foi logo para seu quarto, o quarto que não dividia com ninguém, pois os outros tinham medo, sorriu satisfeito quanto a isso e abriu seu malão pegando alguns livros para ler mais tarde e arrumando as suas roupas. Tom estava entusiasmado de ter livros maravilhosos para ler, pelo menos não teria que aturar os outros órfãos, tão entusiasmado que nem percebeu ter deixado à porta aberta e que uma garota o observava com a cabeça tombada para o lado.

- Eu posso ajudar. - disse uma voz muito animada fazendo o garoto pular de susto e guardar a varinha imediatamente.

- O que faz aqui? - perguntou aborrecido.

- Martha disse que um garoto chegava de uma escola especial hoje, imagino que seja você e como está aqui sozinho achei que precisasse de ajuda para arrumar suas coisas, afinal não é bom ficar tão sozinho. - Tom abanou a cabeça negativamente.

- Vá embora, não preciso da sua ajuda.

- Oh mais que cabeça a minha! - exclamou a garota sem dar atenção ao que Tom disse. - Sou Pollyanna, cheguei aqui há alguns dias, tenho 11 anos, papai morreu, ainda acho que ele devia ter ficado comigo já que anjinhos já levaram minha mãe e meus irmãos e eu fiquei sozinha, mas fico contente por isso, pois ele encontrou minha mamãe e meus irmãos e não está sozinho lá.

Tom ficou atordoado com o tanto que a garota falava, mas decidiu por não dar atenção e se livrar dela o mais rápido possível.

- Você está aqui desde quando? - perguntou Pollyanna sentando - se na cama de Tom e balançando as pernas.

- Eu nasci aqui. - Tom balançou os ombros sem se importar, já estava acostumado.

- Oh! Não conheceu seus pais! Que triste! Mas deve ficar contente por estar aqui.

- Contente? - perguntou o garoto olhando para Pollyanna com a testa franzida.

- Sim. Pois se você não tivesse crescido aqui e minha tia Polly tivesse me aceitado, então nós dois não teríamos nos conhecido.

- Ah! E como eu estou contente por isso. - ironizou o garoto e Pollyanna sorriu ainda mais abertamente.

- Eu também estou. - disse batendo palmas. - Sendo assim, acho que pode me dizer seu nome.

- Tom Riddle.

- Nome curioso. Ouvi falar de você, os outros dizem que é estranho.

- Eles falam a verdade e você não quer ficar na companhia de um estranho Miss Pollyanna, então...

- Oh, mas não é verdade, não! - exclamou a garota exaltada. - Não é nada estranho, Tom.

- De qualquer forma já é tarde, é melhor que vá para seu dormitório.

- Sim, eu vou. Estou tão contente de te ter conhecido. Agora terei um amigo.

- Não tem amigos? - perguntou Tom pela primeira vez interessado.

- Os outros não querem ficar perto de mim. - "nem imagino o por quê?" pensou Tom ironicamente pensando no jeito impulsivo e exageradamente animado da garota. - Talvez sejamos dois estranhos Tom e isto não seria ruim.

- Não? E por quê?

- Pois assim podemos fazer companhia um ao outro. Boa noite Mr. Tom.

- Boa noite Miss Pollyanna.

PollyannaOnde histórias criam vida. Descubra agora