Capítulo 40

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Pollyanna

Ao fim do julgamento, madame Westmacott e eu fomos até o professor Dumbledore.

— Quem diria, não é professor? — disse minha superior. — Estava certa de que Você-sabe-quem teria unanimidade em votos para prisão perpétua a Azkaban, que, aliás, desculpe-me Pollyanna, mas é o que ele merecia.

— Senhor, por que decidiu defendê-lo?

— Ah um professor nunca desiste de seus alunos, não é mesmo? E tenho certeza que ele é só Tom Riddle agora, madame Westmacott. Além de que, o pequeno Prince ficaria desolado de perder seu pai novamente. Devo voltar à escola agora, acredito que queira conversar com seu velho amigo, Srta. Pollyanna.

— Obrigada, senhor.

— Exatamente vá Pollyanna, tem passado muito tempo naquele hospital.

Despeço-me do professor e de minha chefe. Encontrei Tom do lado de fora do Tribunal.

— Você foi incrível — ele disse e eu não consegui conter um sorriso, desviei os olhos para o chão, um pouco desconcertada.

— Você me deve uma — digo encolhendo os ombros. — E ao professor Dumbledore também.

— Sim, embora eu ache que ficar sem minha varinha e ser defendido por Dumbledore é um castigo quase tão terrível quanto Azkaban.

— Ingrato. Pronto para voltar para casa?

Tom e eu aparatamos para Little Hangleton e percorremos o caminho até a mansão andando sem pressa, conversando, tínhamos muito o que falar, briguei com ele por não ter se defendido no tribunal e ele me contou como é não ter as memórias dos últimos anos, não demoramos a chegar ao casarão.

— Oh! — Paro ainda no jardim antes de entrarmos. — Se lembra de Prince, não é mesmo?

— O garoto, sim. — Suspiro, aliviada e pronta para entrar no casarão, mas ele segura meu pulso. — Pollyanna, eu... Eu sinto muito, eu não sabia. Se antes de partir eu soubesse que você estava esperando um filho meu, não a deixaria sozinha.

— Já faz muito tempo, Tom, eu tive ajuda da tia Polly e do tio Tom e do Alastor e de todos os meus amigos.

— Prince me odeia? — ele pergunta hesitante.

— Não, ele já te odiou, mas não agora, não mais. Você o comprou com doces, uma varinha e todas as vantagens de ser filho de Lord Voldemort. — Reviro os olhos.

— Ótimo —  ele diz e sorri de canto, Tom acaricia meu rosto, sua mão desliza para meu pescoço e ele se aproxima lentamente.

Me sinto tentada a permitir, seus olhos tinham voltado a serem azuis, azuis gélidos e arrogantes, mas sem todo aquele ódio e crueldade. Coloquei o dedo indicador entre nós e balancei a cabeça negativamente.

— Tom, eu sei que não era você, mas tentou me matar... duas vezes. Temos todos os motivos para não ficarmos juntos, já tentamos, mas não dá certo.

— Você está com Jimmy Bean — ele deduziu.

— Estou  — digo hesitante.

— Vamos ver até quando.

Ele me dá as costas entrando no casarão e me deixando atordoada e aborrecida.

— É, Tom Riddle voltou. —  Penso alto antes de revirar os olhos e segui-lo.

Entro em casa, Jim estava com uniforme do time de quadribol e a vassoura na mão, conversava com tia Polly e tio Tom descendo as escadas que levava à sala principal.

PollyannaOnde histórias criam vida. Descubra agora