Capítulo 10

6.2K 579 864
                                    


Tom Riddle

Pollyanna não significava mais nada para mim, apenas uma sangue ruim atrevida e inconsequente, desde que descobri que meu pai era um trouxa desprezível jurei mata-lo, nada me deixaria mais satisfeito do que ver a luz deixar seus olhos, seria o fim de Tom Riddle e o ascensão do maior bruxo de todos os tempos, Lord Voldemort.

Eu sentei-me ao lado de Malfoy naquela manhã fria, o inverno já chegara e Hogwarts estava repleta de enfeites de natal. Meus olhos percorreram a mesa da grifinória onde encontrei Pollyanna abraçada com Jimmy Bean, senti a raiva queimar dentro de mim, eu a odiava, eu a odiava por ser a Miss contente, por ser nascida trouxa, por ser tão boa e ver algo de bom em mim que nem eu mesmo vejo, mas não conseguia vê-la com aquele garoto sem desejar tortura-lo até ele perder os sentidos.

- Já tentou pedir desculpas a ela Tom? - sugeriu Abraxas olhando na mesma direção que eu.

- Alguém pediu sua opinião Malfoy? - eu disse rude me levantando.

- Aonde você vai?

- Não lhe interessa.

Eu fui para a biblioteca na sessão reservada, havia algo ali muito importante e que poderia me entreter. O Livro era o Segredo das Artes Mais Tenebrosas e falava tudo sobre horcruxes, eu me tornaria imortal, o maior bruxo de todos os tempos para sempre, eu sorri com esse pensamento e não notei quando ela se aproximou até um pergaminho ser jogado com força em cima do livro.

- Que é isto Miss Whittier? - eu perguntei impaciente e de modo formal.

- A resposta. - ela disse sem se intimidar. - Leia.

Eu abri a carta e a li, havia sido escrito pela minha avó, era estranho dizer isto e aquelas palavras gentis não me atingiam, continuava com a mesma vontade de mata-los, então entreguei a carta a Pollyanna e dei de ombros. A loira suspirou e se debruçou sobre a mesa.

- Eu te perdoo.

- Que?!

- Eu te perdoo, eu estava pensando e, eu não estou jogando.

- Jogando o que Whittier? - pergunto impaciente.

- O jogo do contente. - ela dizia ainda debruçada sobre a mesa me fazendo olhar em seus olhos azuis radiantes, como ela podia ser assim? Ela era linda, mesmo com as sardas, era tão... Extraordinária. Eu me levantei fechando o livro indo até a prateleira, ela me seguiu.

- Você por acaso tem permissão para estar aqui?

- Do professor Dumbledore. - ela assentiu. - Não quer saber como se joga?

- Não estou interessado em jogos.

- Vou falar mesmo assim. - insistiu e eu suspirei fechando os olhos, sentia raiva, mas não queria afasta-la novamente. - É um jogo que papai me ensinou quando morávamos na cidadezinha do Oeste.

- Já disse que não estou interessado. - digo pausadamente.

- Bem, tudo começou quando eu ganhei um donativo da Sociedade Beneficente, eu esperava uma boneca, eu era bem nova, mas ao invés de bonecas ganhei um par de muletas.

- Muletas? - perguntei confuso. - E como você ficou contente por isso?

- Eu fiquei contente de não precisar usar as muletas. - eu disse sorrindo e encolhendo os ombros.

Eu sorri olhando para ela, quando penso que ela não pode mais me surpreender... Apoiei a mão na prateleira.

- Então me diga Pollyanna, eu sou seu amigo há 5 anos, eu te torturei por ser atrevida e intrometida, pretendia matar meus pais e estou furioso porque, por sua causa, eu não vou, como vai ficar contente por isso? - sussurrei, curioso para saber como ela ficaria contente por isto.

Pollyanna pareceu pensativa e sorriu, sim ela sorriu para meu espanto.

- Oh Tom, é assim mesmo que se joga, as coisas mais difíceis são as mais legais, eu devo ficar contente por ter te impedido de fazer esta bobagem.

- E por que eu devo ficar contente já que meus planos foram completamente frustrados? - pergunto ainda aborrecido com ela por isto.

- Deve ficar contente por ter uma amiga muito boa e que te perdoou apesar de todas as maldades. - eu me permiti sorrir mais uma vez, acontecia sempre que estava com ela, menina impossível. - Então nós vamos passar o natal com eles?

- Acho que eu não tenho outra escolha. - eu disse aborrecido. - Mas depois vamos a outro lugar, procurar meu avô por parte de mãe, Marvolo.

- Oh claro, vai ser ótimo Tom, estou muito ansiosa, eu já vou então. - ela disse se virando, mas eu a impedi segurando seu pulso.

- Não vai não, primeiro vai me falar o que está acontecendo entre você e o garoto Bean? - perguntei arqueando uma sobrancelha.

- Ah... - ela desviou o olhar para o chão encostando-se timidamente à estante e mordendo o lábio inferior. - Somos namorados.

- N-namorados? - eu perguntei em um tom de voz baixa, por fora inexpressivo, mas por dentro eu estava com tanta raiva que era capaz de matar Jimmy Bean, Pollyanna é só minha.

- Uhum, agora já me vou. - eu a impedi novamente, dessa vez me aproximei de Pollyanna até meus lábios tocarem o lóbulo de sua orelha.

- Ele é melhor do que eu? - sussurrei, Pollyanna ficou vermelha e prendeu a respiração, ela fechou os olhos com força enquanto eu me aproximava de seus lábios.

- Eu não posso. - ela disse colocando o dedo indicador entre os nossos lábios a centímetros de distancia.

- Eu quero você Pollyanna. - voltei a sussurrar em seu ouvido e ela voltou a corar, um sorriso surgiu no canto dos meus lábios.

- Oh fico tão contente. - disse a garota num sussurro. - Esperei tanto pra ouvir isso.

- Eu sei. - eu disse dando de ombros, sua boca se abriu em um perfeito O.

- Você é convencido ou adivinho? - ela perguntou tolamente e eu sorri.

- Legilimente. - foi à vez de ela sorrir, mas logo pareceu ficar triste.

- Jim gosta de mim.

- Azar o dele, você é minha Pollyanna. - ela tentou me lançar um olhar severo, mas não conseguiu evitar um sorriso.

- Eu não quero machuca-lo então... Eu... Eu vou ver o que posso fazer. Agora vou pra aula ou eu vou me atrasar.

PollyannaOnde histórias criam vida. Descubra agora