Capítulo 39

2.6K 222 175
                                    

Pollyanna

Um mês mais tarde, em meados de dezembro, algumas noticias estavam deixando a Ordem da Fênix em alerta. A manchete do Profeta Diário nos últimos dias relatava sobre ataques de Comensais da Morte que o Ministério não conseguira pegar, liderados por um bruxo misterioso e desconhecido, que usava a marca negra e as mesmas estratégias de Lord Voldemort, chamavam-no de "novo Lorde das Trevas", a noticia dizia: seria ele um novo bruxo das trevas com os mesmos ideais d'Aquele que não deve ser nomeado ou apenas um substituto que aguarda ansiosamente a volta de seu líder?

Naquela manhã, eu nem chegara a tomar café da manhã ao sair de casa às quatro da madrugada, fui direto para o hospital, onde tomei café puro na praça de alimentação. Prendi meu cabelo em um coque e coloquei o avental branco. Estava sentada em uma das pequenas mesinhas redondas, quando madame Westmacott juntou-se a mim.

— Chegou cedo, Pollyanna — ela disse.

— Gosto daqui, me distrai — digo sorrindo gentilmente e depois rio e encolho os ombros. — E tenho plantão de 24 horas.

— Eu sinto muito querida — ela diz com ar triste e eu não sei o que ela quer dizer com isto, pois gosto do que faço e não me incomodo de trabalhar o dia inteiro, porém ela completa: — Já faz mais de um mês e ele não acorda, estão querendo declarar óbito se ele não acordar até o amanhecer.

— Está falando de Tom? Mas não podem, nós...

— Eu sinto muito, Pollyanna — diz minha superior com seu ar autoritário antes de sair e deixar-me sozinha.

As outras médicas do hospital se juntaram a mim.

— Bom dia, Polly — disseram em uníssono.

— Por que esta cara de preocupada?

— Só pode ser o amante semimorto dela — diz a medibruxa Audrey Stone de longos cabelos negros, ironicamente, uma antiga colega de Hogwarts.

— Ele não é meu amante semimorto. — Levanto aborrecida e saio da praça de alimentação indo para a minha ala: Danos causados por magia.

Durante todo o dia eu agradeço por minha ala estar bastante cheia me mantendo um tanto ocupada e só tenho tempo de ir até o quarto 19 faltando poucos minutos para completar meu plantão. A me ver, os aurores deixaram o quarto, cumprimentei-os com um simples boa noite e entrei.

Senti meus olhos arderem e as lágrimas começarem a cair contra a minha vontade quando vi que faltavam dez minutos para eu declarar óbito. Sei que me sentirei sozinha e vazia assim que declarar a hora da morte, porque mesmo depois de tudo, ele ainda é uma das pessoas mais importantes para mim.

— Desculpe não ter vindo aqui o dia todo, eu estive ocupada — digo com a voz embargada por causa das lágrimas. Preparava uma ultima poção revigorante de costas para Tom, mas falava mesmo assim, tenho feito muito isso falar com pessoas em coma. — As pessoas são bem maldosas nesse hospital, sabe? Chamam você de meu amante semimorto, que isto não chegue aos ouvidos de Jimmy, ele tem sido bom para mim.

Acabo sorrindo apesar das lagrimas, Jimmy tem sido bom para mim como um namorado, mas eu tenho sido péssima para ele, passo mais tempo no hospital do que em qualquer outro lugar.

— Audrey Stone é medibruxa, sabia? Eu costumava ter ciúme de vocês dois, quando ela era monitora. E tem um bruxo que está em seu lugar agora, sabe, todo mundo está com medo, afinal você era assustador, mas não fazia tanto mal a meus amigos por mim. Já este "novo Lord Voldemort" ninguém conhece.

Meus lábios estavam trêmulos, assim como minhas mãos, o que dificultava no preparo da poção. Dei uma pausa no preparo da poção e apoiei as mãos no balcão.

PollyannaOnde histórias criam vida. Descubra agora