Capítulo 6

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De volta a Hogwarts para o meu 5º Ano, Tom passava a maior parte do tempo trancado na biblioteca, quase não ficávamos juntos e isso me chateava, mas eu ficava contente de ficar com meus amigos. Uma animada Minerva se juntou a nós no café da manhã, os cabelos castanhos presos num alto rabo de cavalo e um sorriso satisfeito no rosto.

- O professor Dumbledore disse que eu tenho altas chances de ser monitora-chefe ano que vem. - ela disse se sentando a minha frente. - Só lamento de ter que me abdicar do quadribol, logo esse ano que estou mais otimista quanto ao time.

- É verdade. - disse Charlus. - Bilius Weasley entrou para o time como batedor ano passado, precisamos de um goleiro pra esse ano.

- Ahmm o que vocês acham de eu ser o goleiro? - perguntou Jimmy atraindo os olhares deles, Charlus e Minerva sorriram animados.

Eles continuaram conversando, mas eu já não estava mais prestando atenção. Certa vez, perguntei a Tom o que ele tanto estudava na biblioteca, na sessão reservada, mas ele desconversou. Acho que está acontecendo alguma coisa.

Charlus estalou os dedos na frente dos meus olhos.

- Ahn? Oi?

- O que você tem Polly? - perguntou Charlus. - Está meio distante.

- Estou preocupada.

- Com? - incentivou Minerva.

- Tom. - suspirei.

- O que ele te fez? - perguntou Charlus imediatamente.

- Nada, é só que... ele vive trancado naquela biblioteca, sei que está acontecendo alguma coisa - digo ainda olhando para a mesa da sonserina com os olhos semicerrados.

- Se ele é seu amigo por que não pergunta? - Dorea se juntou a nós, sentando-se à mesa da grifinória sem se importar com os olhares feios por ela ser sonserina.

- Não sou boba, Tom não é nenhum poço de sinceridade, mas eu vou ver o que posso fazer. - eu sorri.

- Essa é a Polly que eu conheço. - disse Charlus. - Falando nisso quem quer sabotar Abraxas Malfoy?

- Eu estou dentro. - falei imediatamente, Dorea riu.

- Eu também. - disse Jimmy se empanturrando de panquecas.

- Não fala de boca cheia. - advertiu Minerva. - E não me deixem ouvir seja lá o que vocês vão fazer, eu sou monitora agora.

Charlus fez uma imitação engraçada de Minnie e nós rimos.

Os dias se seguiram até que encontrei uma boa oportunidade de falar a sós com Tom. Eu estava na biblioteca a fazer deveres de História da Magia, ele estava sentado sozinho fazendo anotações em seu diário.

- Atrapalho? - perguntei antes de me sentar e ele negou, eu me sentei a sua frente.

- Posso ajudar-te? - ele perguntou me olhando com aqueles olhos azuis penetrantes, desviei os olhos para o livro.

- Não, estou me saindo bem, não é tão difícil, mesmo com a pressão por causa das N.O.M.s.

- Deve se aplicar mais este ano, ter boas notas.

- Sei, sei. - disse impaciente.

- Sr. Riddle. - Audrey Stone, monitora da sonserina veio até nós e se sentou ao lado de Tom, nada educada, devia perguntar primeiro se não atrapalha e sim estava a me atrapalhar. - Eu queria saber se tem um tempo para me ajudar com os deveres de poções, afinal é o melhor aluno na matéria.

- Estou ocupado Miss Stone, mas tenho certeza que há outros alunos tão talentosos quanto eu.

- Queria que fosse você Tom. - ela disse numa voz doce e enjoativa, fiz uma careta.

- Lamento. - ele disse apenas.

- Mais tarde, então? - ela perguntou esperançosa, a expressão fria e séria de Tom ganhou uma expressão aborrecida por breves segundos, antes de forçar um sorriso.

- Claro.

- Te vejo mais tarde então. - ela disse se levantando e saindo balançando os cabelos negros e compridos nas costas, ela nem sequer me desejou um boa tarde, mas já estou acostumada a ser invisível para pessoas como ela.

- Queria que fosse você Tom. - fiz uma imitação perfeita de sua voz enjoativa, Tom sorriu com gosto antes de olhar para mim com uma sobrancelha arqueada.

- Se não te conhecesse bem Pollyanna, diria que está com ciúmes. - ele disse sem desviar os olhos dos meus com aquele sorriso de canto debochado irritante e irresistível. Corei até a ponta dos fios louros claros e fingi estar interessada no livro de História da Magia.

- Oh não, não mesmo, uh-uhm, não sou como metade das garotas dessa escola que caem aos teus pés.

- Certo. - ele disse voltando a escrever naquele diário e como eu estava curiosa para saber o que ele tanto escrevia.

- Eu vou me sentar com Dorea, com licença. - por algum motivo eu estava aborrecida com ele e fui me juntar a minha amiga.

- Ah! Oi Pollyanna. - ela disse sorridente. - Que cara é essa?

- "Queria que fosse você Tom". - voltei a imitar bufando irritada. - E ele ainda aceitou.

- Polly eu não sei do que você está falando. - ela riu.

- Do Tom e das garotas que vivem a ronda-lo, primeiro era Hornby, agora Audrey e sabe-se lá quantas outras, eu estou tentando encontrar algo pra ficar contente, mas é difícil. - digo emburrada.

- Fique contente de ele não ligar pra nenhuma delas. - eu sorri pra Dorea.

- Você acha isto?

- É lógico que sim Polly, ele não liga pra garotas, o que é estranho, a menos que o sobrenome dela seja Biblioteca. - eu revirei os olhos e nós rimos.

Nós duas fizemos os nossos deveres de História da Magia e outros também, quando terminamos, eu olhei para a mesa onde Tom estava sentado, suas coisas ainda estavam ali, alguns pergaminhos, um livro, algumas penas e o diário, mas ele não estava, devia ter ido pegar algum livro nas prateleiras.

- Vamos Polly. - chamou Dorea.

- Ahm, espera um minuto. - eu disse indo até a mesa e pegando o caderno de capa preta, não havia nada na capa exceto algumas letras douradas onde se lia Tom Marvolo Riddle.

- Que é isto? - perguntou minha amiga.

- O diário do Tom.

- Pollyanna! - Dorea me repreendeu num sussurro. – Deixe isso aí.

- Ah eu estou tão curiosa, e que mal há? Só vou dar uma olhadinha.

- Ok, mas não coloque meu nome nisto, vou fingir que nem vi. Vamos.

PollyannaOnde histórias criam vida. Descubra agora