Capítulo 31

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Pollyanna

Os dias passavam e tudo parecia piorar. Eu ouvia o rádio e sempre havia noticias sobre desaparecimentos, essas noticias coincidiam com os dias em que os comensais da morte traziam pessoas para o calabouço da mansão que se tornara muito sombria. Durante as noites, eu podia ouvir gritos das torturas vindos de lá em baixo, mal conseguia dormir. Eu ouvia temerosa as noticias, com medo de ouvir sobre o desaparecimento de algum de meus amigos.

Jimmy tinha razão, só eu podia pará-lo, só eu tinha conhecimento sobre suas horcruxes, embora não soubesse quantas exatamente ele tinha feito, eu sabia o paradeiro de uma, o anel que ele me dera antes de ir embora e estava guardado em meu quarto, sabia também do Diadema de Ravenclaw, embora não soubesse onde ele guardava.

Eu posso descobrir, pensei, fingindo ser sua Lady das Trevas. A ideia era arriscada, mas era a única que tinha. 

Era noite, quando adentrei o quarto de Prince, ele já usava seu pijama e lia um livro, em alguns dias ele faria oito anos, crescia tão rápido. Dei-lhe boa noite e fui tomar um banho onde pensei como eu faria para ganhar a confiança de Lord Voldemort.

Após o banho, de frente para o espelho no quarto, com o meu roupão e olhando fixamente para o anel de pedra negra que ele havia me dado anos atrás, eu pensava como poderia fazê-lo acreditar que eu realmente estava ao seu lado, a ponto de compartilhar seus segredos. Estava tão focava em meus pensamentos que levei um susto ao erguer os olhos e através do reflexo do espelho, ver Tom encostado ao batente da porta.

— Prince já está dormindo — digo torcendo para que ele não tivesse usado legillimens em mim. O plano teria acabado antes mesmo de começar.

— Não sou um pai muito presente, não é? — ele pergunta pensativo e se aproximou.

— Só não está acostumado com a ideia... — E não me contive. — Embora, é claro, que conviver com Comensais da Morte não ajuda a conquistar seu filho.

— Primeiro conquisto você, miss — ele sussurrou em meu ouvido, seus lábios desceram para meu pescoço beijando e mordiscando-o de leve me causando arrepios, ele acariciou meu rosto e o virou me fazendo fitar seus olhos e num impulso nossos lábios se colaram num beijo desesperado e ávido, como se eu precisasse provar cada canto de sua boca para ter certeza de que ele estava realmente ali, meu Tom, meu amor, meu melhor amigo e meu maior pesadelo, juntos em uma única pessoa. Minhas unhas arranhavam de leve seu pescoço e seguravam seus fios negros com força, enquanto ele me puxava para mais perto dele, um beijo que refletia naqueles sete anos separados. Nos separamos por falta de ar, mas seus lábios deslizaram para meu pescoço novamente, levantei a cabeça e fechei os olhos enquanto Tom abria meu roupão e puxava minha perna até a lateral de seu corpo e apertava minha coxa, estremeci e ele beijou-me ternamente o ombro por cima do roupão. Um pingo de minha consciência voltou e eu o afastei, virei-me de costa para ele e apoiei as duas mãos na penteadeira com a respiração alterada, ele sorriu de canto.

— Não — falei, sem saber se a negativa era para ele ou para mim.

— Pode se surpreender, acabar gostando... Das Artes das Trevas.

— Não vai acontecer — falei convicta, mesmo que vá contra o plano de Jimmy. De qualquer forma se eu aceitasse muito fácil, Tom perceberia.

— Uma hora ou outra vai acabar entendendo que seu lugar é ao meu lado, Pollyanna.

— É errado. — Me endireitei e lhe lancei um olhar desafiador através do espelho.

— Errado é um termo subjetivo. — Ele estava se divertindo, o que me fez cerrar os olhos. Tom passou a dar atenção a minha nuca e era cruel o quanto ele podia ser charmoso, mesmo com seus olhos vermelhos intimidantes. Uma parte de mim sabia que eu devia me afastar, mas outra não queria e usava o plano como desculpa. — Se junte a mim, Pollyanna.

Ele beijou minha mandíbula enquanto deslizava o roupão por meus ombros e o deixava cair no chão me deixando apenas de roupas íntimas e eu permiti. Repetindo mentalmente aquela mentira uma última vez antes de me entregar: pelo plano.

...

Abro os olhos, sonolenta e sorrio ao ver seus olhos rubros, ele acaricia meu cabelo.

— Bom dia, miss — diz com sua voz de veludo.

— Bom dia — sussurro e algo em sua feição séria, me deixa um pouco curiosa e receosa. Ele se levanta e coloca o roupão negro.

— Algumas coisas devem ser esclarecidas — ele diz sério. — A ideia de você se juntar a mim é bem tentadora, mas não pense que pode me enganar.

Eu me sento na cama, cobrindo meu corpo com o lençol e verificando que minha varinha está na cômoda ao lado, eu fico tensa com a possibilidade de ele desconfiar dos meus planos.

— Ninguém pode enganar Lord Voldemort, nem mesmo você e eu irei descobrir se tentar alguma coisa. Além de que, não quero vê-la usando roupas trouxas, deve vestir-se como uma bruxa, terá a marca negra em seu braço e deverá aprender um pouco sobre artes das trevas se você quiser mesmo se juntar a mim.

Engulo em seco e assinto, já imaginava que teria que fazer algo do tipo.

— Eu não seria capaz de te enganar — digo num tom de voz baixo. — E treinarei artes das trevas com você, com uma condição... Nunca usarei a maldição da morte ou farei uma horcrux, não estou disposta a corromper minha alma.

Ele parece aceitar bem minhas condições, pois vem até mim, segura meu queixo e delicadamente beija meus lábios.

— Prepare-se então, suas aulas começam essa tarde, milady — ele diz divertido e eu acabo sorrindo.

— Acho que nunca vou me acostumar a ser chamada assim.

A primeira parte do plano estava concluída, agora eu só precisava conquistar sua confiança e deter Lord Voldemort.

Heey pessoas. Quase que sai um hot nesse capítulo kkkkk. E aí será que a Polly consegue deter Voldemort ou será que Tom vai conseguir tornar a miss contente sua Lady das Trevas? Espero que tenham gostado do capítulo *-*. Até o próximo. Bjs ♥

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