Pollyanna
Combinei de encontrar Tom depois das aulas, ele está sentado nos arredores da escola, frente ao lago negro, o nosso lugar preferido.
— Oh Tom! Tenho tanto o que te contar — digo sentando-me ao seu lado e começo a falar empolgada. — Não vai acreditar quem é a mãe adotiva do Jimmy, minha tia Polly, sim, a mesma que deveria ter minha guarda, mas ela a recusou.
— Se ela a recusou, por que parece tão contente? — ele pergunta tirando a sua blusa e colocando-a por cima de meus ombros, um sol fraco se põe a nossa frente, mas o vento é forte e gelado, agradeço com um beijo em seu rosto.
Tento não me importar com os olhares curiosos e incomodados dos amigos de Tom e das garotas invejosas que gostariam de estar em meu lugar.
— Jimmy diz que ela se arrependeu de não ter me adotado, por isto ela o adotou, porque se sentia culpada. Ele mandou uma carta a ela, falando sobre mim, estamos aguardando a resposta. Na verdade, estou um pouco ansiosa, um pouco nervosa, é a única pessoa que eu tenho, meu único familiar vivo e estou prestes a conhecê-la.
Passamos a tarde toda juntos, o que foi divertido, mas nos dias seguintes esses momentos reduzem bastante, pois eu tenho que estudar para as N.O.M.s.
A carta de resposta de tia Polly chega durante o correio. Jimmy entrega a carta a mim e eu a abro com as mãos trêmulas. Nós dois lemos juntos.
Caro Jimmy.
Confesso que fiquei um tanto chocado com a notícia que essa carta me trouxe, mas também me trouxe muito alívio. Há muito me culpo por não ter aceitado a guarda de Pollyanna, logo eu que compreendo tanto os meus deveres e que nunca deixaria de cumpri-los. Sendo assim, ficaria feliz de falar um pouco com ela, conhecê-la. Mal posso acreditar que ela é como você, que eu tenha uma bruxa na família, tive muitos problemas para aceitar que isto de fato existia, precisando até mesmo que aquele senhor, seu professor Dumbledore, precisasse vir até mim, para falar que adotei um garoto tão especial e agora minha própria sobrinha... Mas ela é minha família e assim como não te rejeitei por ser diferente, não a rejeitarei também. Estou curiosa para conhecê-la. Irei ao orfanato para ter a guarda dela. Apenas espero que seja uma garota muito boazinha e que não apronte. Arrumarei tudo para que quando ela volte, já venha diretamente para nossa casa.
Atenciosamente.
Polly Harrington.
Mal podia expressar o quanto estava contente. Peguei a mão de Jimmy e o puxei.
— Hey Polly, mas... Mas eu não terminei de almoçar, eu estou com fome. — ele resmunga enquanto eu o arrasto para fora do grande salão.
— Precisamos de pena e de pergaminho, eu quero escrever para ela, Jimmy.
— Se acalme Polly — ele diz e paramos no saguão de entrada, eu o abraço com força, ele me levanta, noto o quanto ele está mais forte desde que começou a jogar quadribol e sinto as bochechas esquentarem, eu bagunço o cabelo de Jimmy que sorri. — Passaremos o próximo natal juntos, não acha isso incrível?
Eu assenti. Juntos nós procuramos por pergaminho e pena e na sala comum eu comecei a escrever para minha tia.
Querida tia Polly
Quem lhe fala é Pollyanna, sua sobrinha, pode pensar que eu me chateio por você não ter me adotado antes, mas não estou chateada, estou contente de verdade, pois se eu não tivesse ido para o orfanato eu na teria conhecido Tom, que é uma das pessoas mais importantes para mim, meu namorado, gostará de conhecê-lo, é um bom garoto. Estou contente também pela senhora ter adotado Jimmy, ele é tão bom, merece uma família e estou mais contente ainda por finalmente conhecê-la, por finalmente ter uma família de novo. Estou ansiosa para as férias, quero muito conhecer minha casa nova, sei que seremos muito felizes.
Com carinho.
Pollyanna Whittier.
Troco cartas com tia Polly durante um bom tempo e estou tão eufórica com a ideia de conhecer minha tia e com as provas de fim de ano, que mal tenho tempo para estar com Tom.
Decido procurá-lo de noite, durante um fim de semana. E soube por meio de alguns sonserinos que ele estava nas masmorras, na sala do professor Slughorn. Vejo alguns dos colegas de Tom saindo da sala do professor e muitos sequer olham em minha cara, alguns me olham feio, com exceção de Malfoy.
— Olá sangue ruim — ele diz com sua voz arrastada, eu reviro os olhos, o insulto magoa muita gente, mas já estou tão acostumada com o preconceito que os nascidos trouxas sofrem que prefiro nem me importar. — Procura por Tom?
— Sim, onde ele está? — pergunto ignorando o insulto, sei que Malfoy gosta de mim, mas tem uma reputação a manter.
— Está lá dentro, conversando com o professor, deve sair logo. — eu assinto agradecendo.
Penso em esperar do lado de fora, mas ele está demorando muito. Aproximo-me sorrateiramente, sem ser percebida, a porta entreaberta me deixa ouvir o que eles conversam.
— Horcrux é um objeto em que você deposita parte de sua alma, em outras palavras, você não poderia morrer. — ouço o professor Slughorn.
— E como se faz isso? Como se faz uma horcrux? — ouço a voz suave de Tom e mesmo sem poder ver, conheço-o muito bem, posso sentir como ele controla a sua voz, como está decidido a conseguir esta informação e ansioso pela mesma.
Horcrux... Eu penso, li esta palavra no diário de Tom, mas não faço ideia do que significa, não sou tola de perguntar a Tom. Não sei mais se quero falar com ele esta noite, estou curiosa para saber de que tipo de magia se trata essa tal horcrux. Tratando-se de Tom e o fato e ele estar tão interessado assim nela, não sei se é lá uma coisa boa.
Meus pés me guiam para o lugar onde posso obter a resposta que preciso. Levam-me até alguém em quem posso confiar para lhe pedir que me explique do que se trata. Estou de frente para a sala do professor Dumbledore e decidida bato na porta.
— Entre. — ouço a voz do professor e entro na sala, um pouco hesitante, eu fecho a porta atrás de mim. — Senhorita Whittier, a que devo esta inesperada e bem-vinda visita?
— Senhor... — eu digo um tanto quanto hesitante, sento-me na cadeira frente à sua escrivaninha. — Eu gostaria de tirar uma dúvida.
— Sou seu professor, senhorita, se eu tiver a informação que quer, compartilharei com muito prazer — ele diz com um sorriso bondoso.
— O que é uma horcrux? — ele parece ficar surpreso e precisa de um tempo para saber se ele ouviu certo.
— Fico surpreso de ouvir isto de sua boca, Srta. Whittier. Não tenho certeza se posso lhe falar sobre isto, antes preciso saber o motivo para que quer saber sobre tal magia.
— Para... Para ajudar um amigo, não sei se ele está se metendo em coisas boas, senhor. Sinto muito, mas não posso lhe dizer de quem se trata.
— Não precisa, Srta. Whittier — ele diz me olhando por cima dos oclinhos de meia lua, eu sei que ele sabe de quem se trata, Dumbledore é muito inteligente. — Pois bem, vou lhe dar apenas uma ideia do que é uma horcrux, não ensinamos esse tipo de coisa em nossa escola.
— Sim, senhor.
— Horcrux é magia das trevas, senhorita, onde um bruxo rompe sua alma por meio de um assassinato e essa parte, esse fragmento de alma é protegido dentro de um objeto. Desta forma se fosse atacado, este bruxo estaria protegido, mas seria preferível a morte.
— Entendo, senhor — digo suspirando, chateada por saber que Tom se interessa tanto por algo desse tipo. — Obrigada por me esclarecer, vou tratar de ficar bem longe disto e tentar ajudar meu amigo.
— Tem um bom coração Srta. Pollyanna, eu realmente espero que consiga.
— Boa noite professor.
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Pollyanna
RomanceTudo poderia ter sido diferente se Tom Riddle o futuro Lorde das Trevas tivesse conhecido Pollyanna? Pollyanna a excêntrica, atrevida e encantadora garotinha de 11 anos perde o pai e vai para um orfanato em Londres - o Orfanato Wools -, onde desc...