Os dias que se passavam no orfanato não poderiam ser mais inusitados para Tom. Pollyanna era uma companhia muito diferente, não o aborrecia, mas estava sempre contente de tudo.
- Bom dia Tom, faz um belo dia não?
- Bom dia. - disse o garoto dando de ombros.
De fato Pollyanna não andava muito com os outros órfãos, estava sempre na companhia de Martha, falando, falando e falando, ela era realmente diferente. Certa vez, durante as férias, a garota brincava animada com uma bonequinha que havia encontrado.
- Me devolve, ela é minha. - reclamou uma garota da mesma idade de Pollyanna puxando a boneca.
- Desculpe, eu a encontrei jogada e achei que...
- Você a roubou, tia Martha, tia Martha. - gritava a menina pelo orfanato.
- Eu não roubei nada! - gritou Pollyanna indignada. Tom observava a cena fingindo ler um livro, sentado em seu canto no pátio do Orfanato.
- Você é uma ladra, Pollyanna! - disse a menina que segurava a boneca de pano pela perna.
Pollyanna olhou chateada e ressentida para a colega que segurava a boneca de pano e a boneca simplesmente se rasgou inteirinha na frente das duas espalhando espuma branca pelo chão.
- Você fez isso. - acusou a outra garota num sussurro assustado, antes de continuar aos berros. - BRUXA. Devia morrer queimada.
- Eu não fiz nada, nem toquei na boneca, mas fico contente que isso tenha acontecido, pois não vamos mais brigar. - dizia a loira de olhos arregalados, assustada com os gritos, mas sem se intimidar por isto.
- Sua estranha! - a outra gritou se afastando de Pollyanna.
- Mas eu não fiz nada. - disse uma Pollyanna em uma voz aguda mostrando sua indignação.
Tom, por sua vez, abaixou o livro.
- Como fez aquilo? - perguntou admirado.
- E-eu não fiz. - disse sem convicção.
- Fez sim, Pollyanna, você é diferente, especial, como eu.
- Como você? Também pode fazer coisas que os outros garotos não podem? - perguntou a garota finalmente parando de negar e desviando o olhar.
- Posso – disse Tom com orgulho. – Então admite que fez aquilo com a boneca dela? Pode fazer outras coisas também?
- Não foi de propósito, às vezes sai do controle, papai dizia para eu não contar a ninguém, as pessoas poderiam não entender. E agora ela vai contar a Martha. - disse Pollyanna levando a mão à testa muito preocupada. Tom sorriu maldoso.
- Não se preocupe com isto. – assegurou-lhe Tom. Martha logo chegou, a boneca despedaçada em uma mão e uma menina chorona na outra.
- O que houve aqui? Vocês dois podem me explicar?
- Eu posso, Martha. - disse Tom. - Eu vi tudo o que aconteceu.
- O que houve Tom?
- Essa menina estava brigando com Miss Pollyanna dizendo que a boneca era dela, mas não era, então com raiva essa menina rasgou toda a boneca de Pollyanna, ela não teve culpa.
- Isso é certo Giselle? - perguntou Martha à outra menina.
- Não, não Martha ele está mentindo, esses dois estranhos.
- Não os chame assim, agora vá para o seu quarto.
Tom e Pollyanna se entreolharam quando Martha se foi.
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Pollyanna
RomansaTudo poderia ter sido diferente se Tom Riddle o futuro Lorde das Trevas tivesse conhecido Pollyanna? Pollyanna a excêntrica, atrevida e encantadora garotinha de 11 anos perde o pai e vai para um orfanato em Londres - o Orfanato Wools -, onde desc...