Quando cheguei à sala comunal da grifinória aos soluços alguém desceu do dormitório dos meninos e fiquei aliviada que fosse Jimmy.
- Pollyanna! - ele exclamou a me ver chorando e correu para me abraçar.
Eu o abracei escondendo o rosto na curva de seu pescoço, seus braços me rodearam e me abraçaram com força, depois de ele muito insistir, eu lhe contei tudo o que aconteceu, mas disse que ele não devia contar a ninguém, nem Charlus, Minerva ou Dorea.
- Eu vou acabar com aquele desgraçado. - disse um furioso Jimmy com os punhos cerrados, pronto para sair da sala comum, mas eu o segurei pelas vestes, meus olhos úmidos pedindo para que ele não fizesse nada.
- O que vocês estão fazendo acordados? - perguntou Minerva já de pijama, os cabelos castanhos soltos e as mãos na cintura, mas ela desfez a carranca a me ver chorar.
- Nada, nada. - eu digo depressa. - Eu vou dormir, boa noite.
Deixei Minerva e Jimmy para trás e voltei para a cama. Os dias que se seguiram eram terríveis, Tom parecia mais frio do que nunca, ele nunca fora assim comigo antes, eu sinto falta dele, mas não vou dar o braço a torcer, não conseguia mais ficar contente e estava dispersa nas aulas.
Assisti ao ultimo jogo de quadribol da grifinória antes das férias e havia sido divertido, a grifinória ganhou da corvinal e todos faziam uma festa na sala comunal, mas eu não estava em clima de festa, eu subia as escadas para o dormitório quando alguém me chamou.
- Polly. - era Jim. - você já vai?
- Estou com sono. - menti forjando um bocejo.
Ele encolheu os ombros subindo comigo.
- Quer que eu fique com você?
- Jim, meninos não podem entrar no dormitório das meninas. - eu digo sorrindo.
Ele sorriu passando a mão pelos cabelos negros, ele parecia meio inquieto e sem jeito.
- É verdade, eu tinha me esquecido, Polly eu posso falar com você lá fora? É só um minutinho. - ele disse e já que ele disse que era só um minutinho eu assenti e o segui passando pela multidão.
Caminhamos um pouco pelo corredor vazio, em silêncio, até eu incentiva-lo.
- Então? Você queria falar? - perguntei olhando para os lados e para cima, não queria ser incomodada por Pirraça.
- Ah... É, eu queria mesmo, Polly, é que você sempre esteve com o Riddle, chamando-o de melhor amigo, eu pensei até que você sentisse algo por ele, então eu não falei nada, mas depois do que ele fez...
Eu abaixei o rosto ficando chateada e ele tocou meu rosto fazendo com que eu olhasse pra ele.
- Eu quero te proteger dele Polly... Eu não sei como dizer isso, mas eu gosto de você. - ele colou nossos lábios, eu arregalei os olhos, nunca imaginara aquilo e estava completamente surpresa, além de ser meu primeiro beijo, nos separamos e eu não sabia o que dizer, em meu silêncio ele voltou a falar. - Então você quer ser minha namorada?
- Claro. - eu assenti, não queria machuca-lo, mas não gostava dele daquele jeito, eu gostava de Tom, mas tinha de esquecê-lo, talvez fosse a melhor forma e então eu poderia ficar contente de ter Jimmy.
Na manhã seguinte durante o café da manhã nós contamos a novidade a Charlus, Dorea e Minerva, os dois primeiros ficaram animados, Minerva nem nos escutou direito, ela andava um pouco sobrecarregada com suas matérias, pelo menos acho que foi isso, Jimmy me deu um selinho e me abraçou, ele estava tão feliz e eu ficava feliz por isso, mas meus olhos se cruzaram com os olhos azuis intensos na mesa da sonserina, que como sempre estavam inexpressivos e impossíveis de se ler, mas eu logo desviei o olhar no mesmo momento em que um loiro se aproximou de nossa mesa.
- Pollyanna eu posso falar com você? - perguntou Abraxas Malfoy.
- O que você quer Malfoy? - eu perguntei.
- A sós?
Eu bufei me levantando e dizendo aos meus amigos que voltava logo e saí andando ao lado de Abraxas.
- Por acaso seu chefinho sabe que está falando comigo?
- Ele deve ter visto e então eu vou estar bem encrencado, mas eu tinha que falar com você.
- O que você quer? - eu perguntei quando nos vimos fora do alcance dos outros, no saguão de entrada.
- Dizer que sinto muito, foi uma ideia do Black e eu o ajudei, fazer com que você fosse à sala precisa naquela noite, nós queríamos que nosso lorde parasse de andar com uma sangue ruim, sem ofensas.
Eu revirei os olhos.
- Acontece que nós fomos bem castigados por isso ao invés de ganhar créditos com Tom e ele tem se tornado bem mais cruel sem você.
- Então você está se desculpando? - eu disse com um leve sorriso.
- É por aí Whittier. - ele disse orgulhoso e eu sorri abertamente.
- Eu sabia que você não era tão idiota Malfoy, mas acontece que a minha amizade com Tom só vai voltar por um milagre de Merlin, eu fico contente que tenha se desculpado, então eu vou voltar, ainda não terminei meu café da manhã, bom dia.
Eu voltara a ficar contente, afinal não era sempre que um Malfoy se desculpava com uma nascida trouxa e eu também tinha Jimmy que é um grande amigo, eu me juntei novamente aos meus amigos sentando-me de frente para Charlus que lia o profeta.
- Bah nada de novo. - ele disse jogando o jornal de lado.
- O correio chegou enquanto você estava com o Malfoy. - disse Minerva. - Chegou essa carta pra você.
Eu peguei a carta, a caligrafia era desconhecida e me pus a ler.
Cara Pollyanna Whittier
Quem lhe escreve é Mary Riddle, eu sou mãe de Tom e recebi sua carta, a noticia nos abalou muito, meu filho não está pronto para ter um filho, mas então eu penso: um neto! Minha nossa um neto e pelo que disse dele me parece uma ótima pessoa, só lamento não ter conhecimento de seu nascimento antes, eu quero muito conhecê-lo embora meu filho esteja receoso, venham juntos para o natal aqui em casa, vamos esperar ansiosos, eu pretendo preparar uma ótima ceia, vai ser ótimo. Por favor, mande-me uma carta confirmando sua presença.
P.S: estranho modo de se comunicar com corujas.
P.S: Corujas inteligentes e estranhas
Atenciosamente Mary Riddle.
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Pollyanna
RomanceTudo poderia ter sido diferente se Tom Riddle o futuro Lorde das Trevas tivesse conhecido Pollyanna? Pollyanna a excêntrica, atrevida e encantadora garotinha de 11 anos perde o pai e vai para um orfanato em Londres - o Orfanato Wools -, onde desc...