Capítulo 12

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Pollyanna

— Diga-me Tom, quando faz aniversário? — perguntou Mary.

— 31 de dezembro — ele respondeu frio, mas ao menos respondeu, Mary era sem dúvida a pessoa mais agradável naquela mesa, à mesa estava linda, repleta de pratos deliciosos e bem decorados.

— Oh é perfeito — disse Mary. — Podemos fazer uma grande festa, apresentar-lhe aos nossos amigos mais próximos e aos vizinhos, afinal, você faz parte dessa família.

— Não há motivos para comemorar meu aniversário.

— Ora, mas por que não?

— Nunca comemorei, aliás, lembro-me apenas do aniversario de morte da minha mãe. — Tom lançou um olhar desafiador a seu pai.

— Mas há sempre uma primeira vez e não vamos falar de coisas tristes, afinal é natal.

— Tem razão — disse Megan, Megan Kopelson ela é linda, tem cabelos negros em contraste com sua pele branca e olhos claros, trajava uma roupa tão elegante que eu quase sumia em minhas simples vestes de inverno. — E você vai adorar Tom, os Riddle fazem festas fantásticas.

Era tão linda quanto desprezível, os olhares que lançava a Tom, parecia que estava prestes a comê-lo com os olhos e os olhares de desprezo que lançava a mim, só me fazia desgostar mais dela.

— Faltam cinco minutos — disse Sr. Riddle se levantando, todos se levantaram, fizeram seus votos de feliz natal, brindamos e tomamos a champanhe, era uma delicia e eu estava muito feliz.

Por fim, as convidadas foram embora, Tom foi despedir-se delas com o pai.

Tom

Cecília e Srta. Kopelson foram embora, meu pai e eu ficamos sozinhos na sala. Eu me aproximei da lareira, eu não precisava olha-lo para saber que seus olhos estavam em mim.

— Garoto... — ele começou. — Eu sei o que acha de mim, mas...

— Você abandonou minha mãe, não foi? — perguntei ainda a fitar o fogo crepitando alto na lareira.

— Bem, eu era um garoto e estava assustado...

— Isto por ela ser uma bruxa, eu estou certo?

— Sim ér, mas... — ele hesitou um pouco para responder. — Eu estava assustado, ela tinha, ela tinha me enfeitiçado e...

— Por sua culpa ela está morta, por sua culpa eu passei 16 anos em um orfanato, sua culpa, você devia estar morto, não ela. — Eu o acusei olhando-o com raiva e saí da casa batendo a porta.

O jardim era realmente bonito, sentei-me em um banco branco que ficava de frente para as roseiras, se não fosse por Pollyanna... - eu pensava cerrando os punhos.

— Eu sinto muito — ele disse sentando-se ao meu lado. — Você tem razão, Tom, mas amanhã nós vamos ao orfanato assinar a papelada e eu serei o responsável por você.

— Você não precisa fazer isto.

— Eu quero fazer isto e é meu dever. — Ficamos em silêncio por alguns instantes até ele continuar: — Eu sei o que você é, que é como ela.

— E não tem medo? — perguntei com um olhar desafiador pra ele, meu pai engoliu em seco.

— Acho que devemos nos conhecer melhor, eu vou tentar, não tenho muita experiência como pai de um... Bem um garoto como você. — apenas dei de ombros. — Acho melhor entrarmos agora, dona Mary está muito animada e, por obsequio Tom, tenha paciência com meu pai.

— Mary é legal, quanto a ter paciência com o velho, vai depender se ele vai merecer — eu disse a contragosto.

— Pois bem, vai gostar de minha mãe como avó, sua amiga também me parece muito legal, quando quiser me falar dela... — ele dizia com um sorrisinho idiota.

— Eu não vou lhe chamar de papai e pedir conselhos amorosos.

— Foi o que pensei, vamos. — Nós dois entramos.

— Que bom que os encontrei, eu quero mostrar o quarto de vocês, afinal já está tarde — disse Mary, Pollyanna e eu subimos as escadas e Mary nos mostrou nossos quartos. O meu ficava de frente para o dela.

— Boa noite Mary.

— Boa noite querido. — Ela saiu do meu quarto, o quarto era enorme e muito bonito, tinha uma cama de casal e uma penteadeira, as cortinas eram azuis escuras e as paredes brancas, havia também uma escrivaninha com alguns livros, eu fiquei imaginando aquele quarto com cortinas verdes, objetos de prata na escrivaninha, meus livros de magia e lençóis verdes e negros, isto me pareceu uma ótima ideia.

Fui para frente da escrivaninha onde arrumei o cabelo e comecei a abrir a camisa, Pollyanna entrou no quarto, ela sorriu.

— Não foi tão ruim, não é? — perguntou se aproximando de mim. — A ceia estava deliciosa e Mary é muito boa.

— É eles ainda me serviriam mais mortos, mas... — eu disse divertido, mas ela não achou nenhuma graça.

— Obrigada por fazer isto por mim — ela disse num sussurro enquanto terminava de desabotoar os botões de minha camisa, eu segurei seu queixo fazendo-a olhar para mim e colei nossos lábios num beijo intenso fazendo-a se sentar na penteadeira enquanto minhas mãos apertavam sua cintura e as suas unhas arranhavam de leve meu pescoço, ela desceu um dedo para meu peitoral despido fazendo-me arrepiar, escorreguei minha mão para sua cintura por dentro da blusa, ela se arrepiou, nos separamos em busca de ar, ela estava corada e desviou os olhos para o chão me fazendo rir.

— Desculpe — eu disse me afastando e me deitando na cama, ela se deitou ao meu lado olhando para o teto. — Amanhã eu vou fazer uma visita a meu avô por parte de mãe, ele mora aqui perto.

— Quer que eu vá com você? — ela perguntou, seu olhar fixo em mim.

— É uma boa ideia, afinal quem mais vai me impedir de fazer alguma bobagem? — eu sorri lhe beijando a testa.

— Você é a pessoa mais importante para mim sabia? Desde que perdi meu pai... — ela fez uma pausa, pela primeira vez via seus olhos marejados e os lábios trêmulos ao falar de seu pai, ela sempre ficava contente de ele ter se juntado a sua mãe e os seus irmãos. — Eu só tenho você, eu te amo.

Eu queria conseguir dizer que a amava também, mas eu não entendo isso, não sei o que é amor, o mero som da palavra nada me causa além de desprezo, mas com Pollyanna é diferente, sem saber o que dizer eu a abracei e afaguei seus cabelos tão louros, tão lindos assim como ela.

— Acho melhor eu ir para meu quarto. Estou a ficar com sono. Boa noite, Tom. — ela disse se desvencilhando de mim, beijou meus lábios com delicadeza e se afastou.

— Boa noite minha ciumenta.

— Como é? — ela olhou por cima do ombro.

— Os olhares que lançava a Meg eram de dar medo.

— Meg? Está falando de Megan Kopelson? Eu não estava com ciúmes — mentiu orgulhosa, eu sorri da careta que ela fez.

— Aham. Boa noite Miss Ciumenta.

— Boa noite Mr. Chato.

PollyannaOnde histórias criam vida. Descubra agora