Capítulo 17

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A previsão do tempo dizia que uma tempestade viria para Hong Kong e que não era aconselhável sair de casa sem um guarda chuva, como eu não me importo com esse tipo de coisa, sai sem nada mesmo.

Cheguei na empresa e a primeira coisa que eu fiz foi tomar um grande copo de café expresso, o dia não começou bem para mim, uma dose a mais de estresse foi liberada no meu organismo, quebrei uma taça de cristal, xinguei um policial e briguei com a minha empregada, sem contar que eu esqueci de comprar suco de laranja natural, me desculpe mais isso para mim é um absurdo.

A minha paciência já estava no último fio, a ponto de arrebentar, a minha mão estava pronta para ir de encontro ao primeiro engraçadinho que cruzasse meu caminho.

Era terrível como as coisas ficavam quando estava bravo, nada corre bem, eu sempre estrago algo, os nervos sobem a cabeça e a raiva me domina uns sessenta e cinco por cento, isso é uma droga, literalmente.

Kris me perguntou o que estava acontecendo, respondi irônico que era um começo de tensão pré menstrual, ele riu, eu não. Eu já podia ouvir os sinais que o tempo dava, a previsão estava certa, pingos espessos de água caiam do céu e escorriam pela janela abaixo e segundos depois a cidade inteira estava sendo molhada, pessoas corriam de um lado para o outro com guarda-chuvas e carros com os faróis ligados, uma confusão generalizada.

Da minha sala eu observava tudo, eu devo ter comentado que me sinto dono de tudo quando olho algo abaixo dos meus pés, neste momento estou assim, com essa sensação.

Mas isso tudo foi quebrado pois uma única que voz, que eu fazia sempre questão de esquecer apareceu no mesmo recinto que eu. Isso mesmo, Oh Sehun, o belo Oh Sehun, com o seu temperamento horrível logo de manhã, pelo visto não era só eu.

— Luhan, eu conversei com o seu secretário sobre você me dar uma vaga no setor de planejamento, o que você decidiu ? — eu me recusei a responder.

— Luhan eu não tenho o dia todo, tenho hora marcada com um massagista, responda logo — esses dias todos eles não ousou me incomodar, mas só foi eu chegar.

— E se eu te disser que eu não vou te dar cargo algum, e que eu quero você fora da minha vista.

— Bom, neste caso eu terei que recorrer a atitudes mais severas contra você, Luhannie — demorou para a provocação começar.

— Eu já te disse para não se dirigir a mim desse jeito.

— Porque ?, eu sei que você ainda fica todo mexido quando te chamo assim — que filho da mãe.

— Sehun, saia por favor não quero perder a cabeça e quebrar esse seu rosto — minha cabeça estava começando a doer.

— Está com medo de se descontrolar Luhan ? — ouvi passos se aproximando, algo está se repetindo.

— Vai ser um prazer te ver perdendo o seu controle.

No momento seguinte fui virado com violência e arrastado até a parede mais próxima, meu corpo foi jogado contra ela e as mãos rápidas de Sehun estouraram dois primeiros botões da minha camisa, seu joelho foi parar entre as pernas, meu cabelo foi puxado e segurei um grito entre os dentes. Ele sorria de um modo que me dava enjoo, sua língua quente entrou em contato com meu pescoço, eu não poderia deixar qualquer som escapar da minha garganta, lábios e língua agora trabalhavam na minha pele de um jeito que me machucava, uma mão desceu para dentro da minha calça e um grito foi inevitável, flashes daquela noite vieram a minha mente como uma espécie de déjà vu, a raiva de antes se transformou em odio.

Minhas mãos foram de encontro ao paletó dele e ele me olhou confuso e perdido, empurrei o seu corpo até a minha mesa, o joguei por cima dela sem qualquer cerimônia, se o sorriso dele era sujo, o meu ódio era pior.

Cam Boy - XiuHanOnde histórias criam vida. Descubra agora