Capítulo 39

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Luhan...

Eu apenas sorri.

O que eu tanto demorei para fazer, Minseok foi, juntou toda coragem que tinha e fez, confesso que não esperava isso, é uma surpresa e tanto, mas uma surpresa que fez meu coração bater todo desregulado.

Aquela criança era assim, uma caixinha de surpresas onde eu nunca poderia deduzir ou adivinhar algo, devo admitir que nem eu sabia o porque posterguei tanto o fato de que o queria imediatamente, todos ao meu redor viam, ele via, e eu queria vendar-me e não ver, acho que algumas coisas do passado interferiram nisso.

Não quero relembrar pela milésima vez o meu relacionamento desastroso com Oh SeHun, mas talvez seja necessário para explicar-me. Lembro-me de ter dito que não acreditava mais em amor, que era algo criado em nossas cabeças, uma coisa confusa e ficticia que nunca era mesmo o esperado, lembro-me de ter me tornado frio e duro sem espaço para nada além dos meus próprios interesses, e então o baixinho veio e começou uma construção em mim, sem projetos, sem planta, sem nada, só com a força de vontade que ele possuía.

Sou alguém melhor hoje e não tenho dúvidas disso, iniciei meu tratamento contra as minhas feridas e vem dando certo, meu coração conheceu o dele, e os meus olhos viram os dele, dali em de diante eu sabia que algo iria acontecer.

— Era eu quem deveria pedir-lhe em namoro mocinho. — Fingi estar ofendido por ele ter tomado meu lugar.

— É que eu... — tentou se explicar.

— Mas como você já o fez, eu aceito.

O rostinho dele ficou vermelho e por conta do rubor dirigiu o olhar para as mãos sobre o colo, uma graça.

— Então...agora nós...somos... — Minseok queria dizer, mas estava envergonhado demais, eu contive meu riso.

— Sim, somos namorados agora.

Vi a cadeira ser arrastada devagar, os pés pequenos atingirem o chão e o garoto vir em minha direção.

— Eu posso te beijar?  

Ele perguntou tímido e então foi a minha vez de levantar-me, andei até a sua pequena presença e parei ali o adimirando, passei meus dedos pelo rosto macio dele e recordei-me de quando fiz isso pela primeira vez, eles deslizavam suaves enquanto ele olhava no fundo da minha alma, minha vida estava gritando novamente, me senti vivido, radiante e cheio, gostaria de ter essas emoções permanentementes, eu não me importo sobre o que talvez vão pensar sobre o que nós somos, sobre como vão nos ver ou o que vão falar sobre nós, o que tinhamos poderia fazer a chuva cair do céu, montanhas se moverem, o tempo voltar, a guerra se acalmar, um rio correr ao contrário e o universo sussurrar, era imenso e pesado, rustíco e aconchegante, era amor, em sua simples forma, amor trasmformado em gotas de remédio, incredulidade convertida em amor, afeto e cuidado, somente o tal do amor.

— Antes disso, preciso falar algumas coisas, já que você me deixou sem escolha. — Eu o olhei e vi tudo o que eu precisava dizer.

— Dez de nove vezes eu penso em você e em como eu posso tentar ser o que nunca fui, muitas vezes em minha imaginação eu tenho sonhos com a sua face e neles você sorri e me abraça como se nunca fosse me largar, as suas mãos me levam a lugares bonitos onde a sua voz me convida a conhecer o que eu tenho medo e quando eu vejo que vou cair o seu amor me salva, o amor é transformador e é curador, o meu melhor lado é quando estou na sua presença, não há escasez de absolutamente nada que não seja banal, descobri que o meu antidoto não era me distrair com varias coisas ao mesmo tempo, mas sim dar atenção a uma só, com as suas doses de cuidado sobre meus machucados hoje eu posso levantar e tentar andar, olhar para trás e respirar, tentar perdoar e crescer. — respirei e continuei.

Cam Boy - XiuHanOnde histórias criam vida. Descubra agora