Capítulo 24

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Kim Minseok...

Foi difícil convencer Kyung Hwa a não fazer birra para vir junto comigo quando disse que iria para a China, eu vi todos os tipos de drama possíveis, mortes súbitas, ataques cardíacos, greves de fome, greve de banho, promessas de ficar de mal pra sempre e etc, o pequeno sabe como conseguir as coisas quando bem entende, mas hoje não. Por mais que eu queira levar meu irmãozinho junto não seria possível, se tudo der certo na China talvez num futuro não tão distante eu possa trazer ele e a minha mãe para virem viver comigo.

Não pense que estava sendo fácil deixar a minha única família para trás e ir rumo ao desconhecido, eu passei várias noites sem dormir só pensando nisso, nesse sonho, nessa utopia quase inalcançável que por incrível que pareça tinha recaído sobre a minha pessoa.

O que se levar para um lugar estranho quando você só possui três moletons, calças jeans, camisetas, algumas cuecas de super heróis e meias furadas ? isso mesmo, nada, peguei uma bolsa e enfiei tudo dentro, as passagens tinham chegado pra mim por e-mail e o passaporte com o visto por correspondência, eu nunca tinha visto um desses de perto, só naqueles filmes de pessoas muito ricas e assaltantes que falsificavam esse documento, eu estava tão feliz e ao mesmo tempo tão incerto que eu chegava a ter medo disso.

Minha mãe que quase nunca tinha momentos de conversas comigo me alertou e aconselhou de como eu devo me portar perto de pessoas importantes e também no meio que vou ingressar, nada de comer rápido, sempre chamar os mais velhos de senhor ou senhora, ser obediente, se curvar, não falar com pessoas estranhas e o mais importante, jamais esquecer quem eu sou. Ela também disse que as pessoas as vezes costumam ser arrogantes, estressadas e também com segundas intenções e que eu não devo me assustar com isso, como presente para seu filho que partiria logo me deu um conjunto de meias brancas dizendo que o frio em Hong Kong deveria ser bastante severo, me abraçou, me deu dois beijos na testa e disse que estava orgulhosa pois seu garotinho estava crescendo, derramei algumas lágrimas por isso.

E em resposta ao choro incessante de Kyung Hwa prometi que dormiria com o mesmo na minha cama e o pivete logo parou o choro e foi assistir um filme qualquer, eu não entendo essas crianças de hoje em dia. Prometi que lhe traria uma coleção inteira de bonecos do batman e também brinquedos que ele nunca viu na vida se ele se comportasse na minha ausência, em confirmação ganhei um abraço apertado e cócegas por todo o corpo, isso me deixava aflito.

Contei algumas histórias ao meu irmão e percebi seus pequenos olhos pesarem e piscarem sem nenhuma velocidade, segundos depois eu escutava uma respiração leve perto de mim, eu sorri, ele havia dormido.

— Eu vou mas eu logo volto, não vou me esquecer de você e nem desse seu biquinho fofo, você é o meu irmão favorito e te amo muito. — beijei a testa da criança adormecida e mergulhei em um sono pesado.

Acordei com o som do despertador e me levantei rapidamente, enfim o dia chegou, meu coração batia meio que atrapalhado, uma expectativa crescia dentro de mim e eu esperava que tudo corresse bem. Tomei um banho, coloquei uma roupa leve, calcei meu tênis velho e fui me alimentar, fiz meu delicioso café e comi algumas torradas, Kyung veio coçando os olhos até mim e subiu no meu colo me abraçando manhoso e sonolento.

— Mas já está acordado ?

— Eu não quero que você vá Hyung, fica aqui. — Meu coração se comprimiu ao tamanho de uma cápsula de medicamento.

— Eu prometo que não vou demorar pequeno, se não der certo eu volto, logo vamos nos ver de novo. — dizia tentando animar o garoto.

— Então eu posso te pedir uma coisa ?. — indagou esperançoso.

— O que ?

— Quando você voltar, pode me trazer aquele batman grande e alto que veio aqui em casa de batmóvel naquele dia ?, eu quero muito brincar com ele. — o encarei, ele se referia ao Senhor luhan e parecia falar sério.

Cam Boy - XiuHanOnde histórias criam vida. Descubra agora