Capítulo 8.

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Hoje mais do que todos os outros dias durante o último mês o ânimo de Lucynda estava baixíssimo, ou até mesmo não existia.

Tinha se passado um bom tempo desde que pegara Pedro no lago com Jennyfer e ela já estava bastante triste com a situação.
Mas hoje a sua dor superava esse fato.

Exatamente a dez  anos atrás, Lucy perdera os pais e sempre nessa data toda aquela dor é revivida.
 
Ironicamente hoje é o primeiro dia do verão.
A neve lá fora praticamente desapareceu por completo.

Lucynda estava transtornada e claro não iria ao colégio hoje.
Assim que acordou desceu para o jardim.
Precisava desabafar. Então resolveu escrever em seu diário que já nem se lembrava direito de como era.

Lucy parou de escrever sobre sua vida a um certo tempo. Não via motivos para isso. Mas hoje era diferente, um dia extremamente doloroso e ela precisava mesmo desabafar.

Então começou a rabiscar uma folha a espera de que as palavras surgissem.

Hoje sinto como se uma cratera se formasse bem abaixo de meus pés.
Nada se compara a essa dor que invade minha alma, entra sem ao menos bater ou pedir licença.
Meu coração já não conhece mais felicidade. Se um dia ela habitou em mim, se foi juntamente com as pessoas a quem mais amei.
A traição também machuca!
E ela ultimamente me visitou, e é  claro não poderia ir embora sem me deixar alguns presentes.
Ficaram presentes em mim um vazio, lembranças dolorosas e profundas feridas que dificilmente irão cicatrizar.
Pois é a traição é bem generosa!  
Só Deus sabe o quanto eu sinto falta de vocês. " Meus pais ".
Aqueles que faziam com que me sentisse a garotinha mais forte do mundo. Hoje percebo que não sou e nunca fui forte. Sou fraca e sentimental, um dos motivos pelos quais estou sempre sujeita a sofrimentos constantes.
Mamãe e papai, vocês estarão eternamente vivos em meu coração.

Lucynda fechou o diário e secou o rosto banhado por lágrimas.
Escrever aquelas palavras realmente ajudou Lucy a se sentir um pouco melhor.

Estava quase na hora do almoço e Lucynda precisava comer. Não tinha jantado e já se sentia um pouco fraca devido a fome e as fortes emoções.

Lucynda entrou, subiu as escadas em silêncio e se trancou no banheiro deixando que a água caísse e levasse consigo um pouco daquela dor.

Após o longo banho Lucy desceu para o almoço.
Não estava com fome e por isso o máximo que conseguiu comer foi um pouco de  salada e uma maçã como sobremesa.

Lucynda pediu ao motorista que a levasse até o cemitério.

Lucy levou flores. Lírios e Gardênias, as  preferidas de seus pais.

Lucy se sentiu confortada ali, mesmo sendo um lugar triste.
Como não tinha muito o que dizer, apenas ficou ali observando as  poucas pessoas  que visitavam os túmulos de parentes e relembrando os momentos felizes que passou ao lado dos pais.

Uma hora depois Lucy voltou para casa. Tudo estava muito monótono. Lucy se cansou daquele ambiente e foi caminhando até o lago.

O gelo estava se desfazendo e tudo ao redor ganhava um pouco mais de vida.

Apesar do clima acolhedor ao seu redor, Lucy se sentia solitária e ficou ali por horas simplesmente chorando.

Já ia escurecer e era hora de voltar para casa.

Revisado 💙

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