Coração De Gelo (Concluída)

Capítulo 13.

__ Com licença senhorita Margaret.
Posso falar com Lucynda?

__ Claro diretora.

__ Lucynda, traga suas coisas.

Lucynda não imaginava o que estava acontecendo, mas sua situação não poderia piorar.

__ Tem alguém que quer falar com você.

A diretora encaminhou Lucynda para sua sala.

__ Thomas?
O que faz aqui?

__ Vim buscá - la Lucynda. É um assunto urgente.

__ Tudo bem.

__ Com licença diretora.

__ Toda senhor Thomas.

Eles saem e Lucy fica preocupada.

__ O que houve?

Thomas para e encara Lucy com uma expressão preocupante.

__ Lucynda, preciso que decida se quer ou não ajudar sua irmã.
Ontem fui ao local onde ela mora com o padrasto e me disseram que ele está prendendo ela em casa.
Você entende o quanto isso é perigoso pra ela Lucynda?
Ela tem apenas dez anos. Não pode se defender.

__ Espera Thomas. Esse cara não deve ser esse monstro que você tanto diz.

__ Lucynda, acredite ele é perigoso, é agressivo. Sua irmã corre perigo.
Sei que isso tudo é muito difícil para você, mas ela precisa de você.

__ E o que você quer que eu faça?

__ Venha  conhecê - la  comigo.

__ Tudo bem.

Cameron esperava por eles do lado de fora.

__ O que ele faz aqui?

__ Ele pode nos ajudar com isso mais adiante.

O lugar onde a casa se encontra é um pouco afastado das demais casas da rua.

Lucynda se sentiu mal ao ver a diferença entre sua casa e aquilo.
Era praticamente um barraco comparado com a sua casa.

__ Vão na frente, eu preciso falar com uma pessoa.
Não se preocupe Lucynda, ele não costuma estar em casa nesse horário.

__ Vamos Lucy. Está tudo bem.

Cameron transmitia  uma calma que de certa maneira até incomodava Lucy.

Esse momento mudaria a vida de Lucynda para sempre, mas ela decidiu que iria enfrentá - lo.

Ao se aproximar da porta, antes de tocá - la Lucynda ouve um barulho abafado.

Sem saber ao certo o motivo seu coração se acelera e ela teme pela vida de sua irmã.
Desde que descobrira a verdade essa é a primeira vez que ela pensa na criança como sua irmã.

__ O que foi Lucy?

__ Escuta. Acho que ouvi um barulho.

Antes que Cameron dissesse algo o barulho se repetiu.
Algo como um choro ou um grito abafado.

Cameron sem muito esforço derrubou a porta da casa.
Seus músculos estavam vindo a calhar naquele momento.

A cena do lado de dentro da casa enojou Lucynda.
Ela não teve tempo para nenhuma reação.

Cameron partiu na direção do homem que em relação a garota parecia um brutamontes e começou a desferir - lhe socos.

Foi então que Lucy reparou melhor a garota. Ela era linda.
Olhos negros de pele clara mas estava muito abatida e fraca, seu corpo parecia  frágil.

Ela estava encolhida em um canto e chorava desesperadamente.
Ela estava com as roupas rasgadas e tinha marcas pelo corpo.
Aquele cara havia  tentado violentá - la.

Lucynda se aproximou e abraçou a menina que de  tão frágil dava a impressão que poderia  se desfazer em um simples toque.

__ Vai ficar tudo bem.
Ninguém vai fazer mal algum à você. Eu prometo.

Lucynda também estava chorando. Não conseguia imaginar a dor e o medo que aquela garotinha estaria sentindo.

Ao olhar ao redor percebeu que as condições na casa eram precárias e estava uma desordem inacreditável.

Cameron  ainda estava batendo no padrasto da garota. Ele já estava desacordado mas Cameron não parou e Lucynda não ligava, ele merecia toda aquela dor. Merecia pagar pelo que fez a garota e pelo que faria com ela se eles não tivessem chegado a tempo.

__ Quem é você?

A garotinha disse em meio ao choro se afastando de Lucynda.

__ Calma, eu não vou te fazer mal. Vai ficar tudo bem.

Cameron soltou o homem e veio até Lucy.

__ Oi.
Meu nome é Cameron, e esta aqui é a Lucynda.
Vai ficar tudo bem.
Vamos te levar daqui, mas só se você quiser.

A garota estava insegura, após passar por toda essa situação seria difícil confiar.

__ Você quer vir com a gente?

Perguntou Lucynda à garota.

Em resposta ela deu um pequeno aceno com a cabeça.

Lucynda agora iria proteger sua irmã.
Mesmo que isso fosse difícil e a fizesse sofrer.
Seu pai errou e traiu a ela, sua mãe e sua família, mas a menina era inocente e não merecia sofrer toda essa dor.