Amor ardente: simplesmente sua

Capítulo 43 - Bônus

Calleb e Laura.

Depois da escuridão que me tomou não vi mais nada, apenas me senti flutuar numa escuridão profunda, depois ouvi vozes e luzes e mais vozes, não consegui distinguir nenhuma delas, eram todas desconhecidas, depois disso nada mais, fique perdido em sonhos.

Não sei a quanto tempo estava ali deitado, mais comecei a ouvir Emma falando comigo, era tão bom sentir ela perto, queria acordar e dizer a ela que a amava e muito, mais não sabia como, tentei apertar suas mãos nas minhas, mais a minha mão não me respondia, na verdade nada me respondia.

Emma estava sempre do meu lado, e sempre pedia para voltar pra ela, e ficava sobressaltado com isso e queria dizer o como amo ela. Ouvi a voz que me parecia do Dr. Henrique falando com ela e senti que ela estava triste, não queria deixa-la assim, mais não tinha força para voltar.

"Você precisa voltar pra ela" - uma voz sussurrou e tentei encontrar de onde vinha.

"Calleb, você precisa voltar pra ela" – Repetiu.

"Quem está falando, cadê você" – nessa hora senti meu corpo impulsionar pelo ar e me vi como um passe de mágica num jardim repleto de flores com uma fonte no meio.

Olhei para todos os lados a procura de algo, e vi em um banco próximo a fonte, uma mulher de costa, ela tinha uma coroa de flores e vestido branco, parecia que cantava para alguém.

Me aproximei dela e vi balançando um carrinho de bebê, ela cantava uma canção de ninar, cheguei bem mais perto dessa vez, pois sua figura me parecia conhecida.

- Você? – Me assustei quando vi Laura ali, parecia tão em paz.

"Oi, sente-se" – sua voz era mais leve, e me sentei no banco perto dela.

- Onde estamos? – Questionei olhando ao redor sem entender bem que estava havendo. – Eu morri? – Achava isso já que aquele jardim era tão mágico.

"Rsrsrs – sorriu – "Não Calleb, você esta apenas em um sono profundo. – Ela me explicou, e voltou a atenção no balanço do carrinho de bebê, eu não conseguia ver o que tinha dentro, pois estava virado.

- Então isso um sonho?

"Vamos dizer que quase isso"

- Laura eu...

"Xiiii, Calleb você não precisa me pedir perdão, nunca precisou "- Ela disse me cortando.

- Como sabe que ia lhe pedir perdão?

"Eu sei apenas, sei que está com esse sentimento de culpa que não lhe deixa viver, e quero que saiba que nada foi sua culpa" – suas palavras era um balsamo pra mim.

- Se não fosse pelos erros que cometi, talvez você não estivesse morta agora, se eu estivesse sido mais forte Laura, pude evitar tantas coisas. – Minha voz era triste – Eu não sei o que fazer, ainda por cima assinei aqueles papeis para desligarem o aparelho...

"Calleb, você fez a melhor coisa para mim, eu precisava me libertar, estava presa ali, agora sou livre" – Sorriu e tocou minha mão. – "Além do mais Deus escreve certo por linhas tortas, já havia chegado minha hora, era nosso destino tudo que aconteceu, pois estava nos planos de Deus".

- Mais talvez se eu...

"Não poderia ter feito nada, era para ser assim Calleb, e agora você deve se perdoar por tudo e seguir em frente, você esta carregando um fardo que precisa deixar no passado, esqueci o que já passou e foque no seu presente"

- Me perdoe – pedi a ela segurando em suas mãos e levando aos lábios.

"Eu não preciso lhe perdoar, você não fez nada, você deve se perdoar pelo que acha que fez, e entender que nada é sua culpa, então vamos seguir em frente e ser feliz".

- Eu sei...

"A Emma precisa de você, ela te ama e está sofrendo, você tem que entender que não foi sua culpa nada que me aconteceu, só assim vai conseguir voltar, quando se perdoar pelo que achas que fez"

- Laura queria tanto que tudo fosse diferente pra nós.

"Mais não era pra ser, e lhe perdoei a tempos pelos seus erros, mais entenda que sobre meu acidente, você não teve culpa, eu que não me atentei, e além do mais era para ser assim".

- Sinto muito.

"Eu estou em paz e feliz. Quero lhe apresentar alguém".

Ela se levantou e debruçou dentro do carrinho de bebê e veio com algo nos braços, quando sentou pude ver um bebê enrolado nos panos, ela beijou a testa da criança e olhou pra mim.

"Esse que seria nosso filho" – Paralisei com o que ela me disse. - "Estava grávida e ele está aqui comigo".

Quando me aproximei viu um bebê branquinho dormindo, era um menino lindo.

"Coloquei o nome dele de Miguel"

- Ele? Como? Não entendo ele não era formado ainda, como pode ser desse jeito?

"Apenas aconteceu Calleb, ele existia em espirito "- apontou para o bebê – "Não tinha corpo, matéria física, mais existia em forma de espirito entende, já que ele tinha sido gerado dentro de mim".

- Ele tão lindo, tão pequenino – Falei tomando ele em meus braços – Seus olhos são iguais p de Emma, não entendo como...

"Como ele possa ter os olhos dela" – Me cortou.

- Sim, impossível.

"Para Deus nada possível, e ele vai reencarnar terá sua nova vida".

- Ele vai voltar, comi vai voltar?

"Ele é seu filho Calleb, será de Emma também estava escrito que seria assim, por isso você tem que voltar, e para acontecer deve se perdoar do que lhe angustia".

- Eu não sei como fazer.

"Apenas fique em paz, estou bem e obrigada por me libertar".

- Eu espero que fiques bem Laura.

"Já estou".

- Laura eu... – Quando virei para olhar para ela, vi que tinha sumido, procurei ela por todo lado e nem um sinal de sua presença.

Parei em frente a fonte, e comecei a olhar para a água que caía ao mesmo tempo que pensava em toda nossa conversa, meu corpo começou a ficar leve, em um misto de calma e tranquilidade como a muito tempo não senti, minha alma estava em paz.

De repente ouço a voz longe de Emma falando comigo, me atentei no que ela dizia, e aos pouco a escuridão toma conta de mim novamente, e sinto uma pancada forte em meus peitos seguido pela voz alta de Emma, abro meus olhos com grande esforço, e a claridade faz eu fechar de novo, mais consigo abrir e vejo a pessoa que mais amo, me olhar de forma assustada. 

Beijinhos meus amores, falta pouco para acabar, já estou ficando com saudades dos dois desde já.

L.S Sylva