17 - Uma Metáfora Para A Morte. |Dezembro, 2014.

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N/a: PRESTEM ATENÇÃO NA LETRA DA MÚSICA. Ela possuí muitas metáforas, e eu deixarei a letra explicada estrofe por estrofe nas notas finais. É de suma importância que leiam as notas para entendê-la.

O nome é Japenense Denim do Daniel Caesar, ficaria grata se pudessem coloca-la para tocar. É essencial

Boa leitura.


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Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata. - Carlos Drummond de Andrade

Dezembro - 2014.

O amor é algo inconfundível. Na sua misteriosidade, na sua confusão. Todos sabem dizer quando estão amando. Não se tem espaços para duvidas no amor, se você algum dia ja questionou a veracidade do amor por alguém, a resposta é simples e dura:

Você não ama.

Os olhares eram direcionados em sua direção assim como os flashes. O vestido de grife em seu corpo abraçava suas curvas, e um sorriso agradável era sustentado em seus lábios pintados por um batom vermelho.

Não parecia em nada com a pessoa sensível que chorava há um dia atrás. Mas ainda sim, com sorrisos e o olhar castanho brilhante pela recente conquista em sua carreira, o vazio em seu peito era enorme.

Um vazio causado por Lauren que jamais poderia ser preenchido por outra coisa:

A não ser ela mesma.

Um vazio causado pela morte de Alejandro que jamais poderia ser preenchido por outra coisa:

A não ser ele mesmo.

A artista plástica já dentro do evento, era cumprimentada e parabenizada por todos, os olhares lhe eram cheios de admiração.

Mas ainda sim faltava algo, faltava os braços quentes, os olhos tão verdes quanto o gramado do parquinho infantil presente em Havana, a pele alva herdada do pai que nunca conhecera.

Faltava Lauren.

Faltava os conselhos, os abraços protetores, as visitas a Time Square. Os fios grisalhos e o olhos amontoados.

Faltava Alejandro.

- Champanhe? - A voz suave de Dinah ao aproximar-se ao lado de Normani, despertou-a de um desvaneio que possivelmente acabaria com o resto de sua noite.

A cubana apanhou uma das taças de cristais, olhando os diversos quadros a sua volta. Eram muitos, de vários artistas talentosos, e estar entre eles, brigando pelo reconhecimento da mídia era gratificante.

- Como se sente? - Perguntou Normani de forma sorridente, pousando de forma amigável uma das mãos no ombro da latina.

Vazia. - Pensou de forma fria, amargurada.

- Eu me sinto entorpecida. - Tentou soar o mais empolgada possível, enquanto golava a bebida alcoólica. Mas sabia que não era verdade. Pensou em tentar justificar essa sensação por ter seu noivo longe de si já que o mesmo estava em uma viagem de negócios ao lado do pai, mas ela sabia que estava mentindo para si mesma. Ela sabia que não havia superado a morte de seu pai, e sabia também que, não havia esquecido a garota de olhos verdes.

Havana •Camren•Onde histórias criam vida. Descubra agora