25 - Não Devo Te Machucar.|Março - 2017.

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Março. - 2017


O barzinho de Jazz e Soul que vivia no centro de Brooklyn estava como sempre cheio. As risadas de várias pessoas se misturavam, junto das vozes de uma banda que levava o ritmo no palco.

O calor ali dentro era anorme junto de uma áurea contagiante. Aquele local não era uma casa noturna renomada, ou então uma boate de visibilidade no centro da Nova Iorque. Aquele era apenas um barzinho simples e aconchegante, com bebidas de todos os tipos e sabores, pessoas de várias etnias e classes, sendo elas predominantes negros.

A Cabello junto de suas melhores amigas, Normani e Dinah. Adentraram no local, onde trataram de aconchegarem-se em uma mesa próxima ao palco.

Pediram uma Heineken para começarem a noite. Onde Camila havia prometido tentar se divertir com as amigas de forma saudável e esquecer da maldita carta qual sua ex melhor amiga havia mandado há uma semana atrás.

- Como nos velhos tempos Chancho. - A advoagda deu um gole em sua cerveja. - Lembra? Faculdade, correria, barzinho com os universitários.

Camila molhou os lábios, enquanto tinha o gosto amargo da cerveja renomada em seu paladar e o gosto agridoce da saudade. Seus tempos de faculdade foram bons. Conheceu pessoas, retomou aos poucos toda a felicidade que o destino havia arrancado de si, formou-se em artes, conheceu mais do mundo. Até que Alejandro resolveu partir numa manhã chuvosa, tornando toda a felicidade de Camila uma chama de ódio, e logo após cinzas de dor, saudade e culpa.

- Foram memoráveis.. - Sorriu minimamente, esforçando-se ao máximo para que aquele gesto fosse feito não por obrigação, mas sim do fundo de seu coração.

Ela sabia que havia falhado, mas pelo menos tentara correto?

- Não sente falta de sua mãe? - Numa subta curiosidade, perguntou a loira.

Dinah entrelaçou seus dedos aos da esposa e sorriu, enquanto seu olhar castanho assumia um brilho peculiar que ocilava de tristeza e orgulho.

- Sinto Camila. Doeu ser rejeitada por meus pais, doeu ver o preconceito nos olhos deles, mas eu não podia me deixar levar pela tristeza. - Respondeu calma e simples, sendo admirada atentamente por Normani.

Camila concordou, enquanto uma avalanche de pensamentos debochados sussurravam em baixo tom dentro de sua mente.

Qual era a dificuldade em conseguir superar os problemas da vida? Lauren havia conseguido superar a morte de Carlos, Dinah havia conseguido superar a rejeição dos pais em relação a sua homossexualidade.

Por que ela não era capaz de fazer o mesmo?

- Você vai adorar - Assegurou Ethan.

A pianista maneou com a cabeça, enquanto observava da fila, o letreiro colorido por luzes neon.

A noite em Nova Iorque estava fria, mas ainda sim agitada, principalmente no subúrbio de Brooklyn.

- Os paparazzis também vão. - Murmurou divertida.

- Uma estrela da industria musical no subúrbio de Nova Iorque, isso renderia a eles uma boa manchete. - O homem negro ao lado de Ethan debochou, enquanto passava um dos braços pelo ombro do parceiro.

Aquele era Nicholas. Alto, sorriso bonito, cabelos raspados num degradê charmoso e olhos castanhos. Trabalhava como professor no mesmo local em que Ethan dava aula, e também era responsável por uma rede de ONGs espalhadas por Brooklyn, onde atendiam crianças carentes, em sua maioria abandonadas pelos pais ou que tinham problemas com sua identidade de gênero.

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