☆Capítulo vinte e oito☆

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Narrado por Logan. (Parte 1)
  Flashback on:
  Bewitched city, 1460.
 Acabo de chegar de uma longa e cansativa  viagem. Vim por meios naturais, é claro. O grande cavalo branco que estou levando para os estábulos comprava isso. Essa cidade já tem histórias demais sobre criaturas sobrenaturais. Não seria sensato levantar suspeitas. Nesses últimos três anos, andei por toda a parte do mundo tentando buscar algum tipo de conforto para o meu coração. Não, conforto não é a palavra certa. Nem posso me referir ao meu coração, já que o mesmo não bate faz tempo. Rio sozinho desse pensamento.
 Da última vez em que estive aqui não foi um dos melhores dias da minha existência. Mas também não posso reclamar. Estar apaixonado tem seus prós e contras. Mas me apaixonar por Davina tem mais contras, devo admitir. Não que ela seja uma pessoa ruim! Longe disso. Ela só não gosta de demonstrar que tem um lado bom. Diz que isso a torna fraca. Ela insiste muito em não ser fraca. Esse, provavelmente é o grande motivo por ter recusado terminantemente a se casar comigo. Sem poderes, sem força. É o que sempre usava como justificativa quando eu sugeria a ideia do casamento.
 Depois de três longos anos eu voltei para casa. Acho que nem todo tempo do mundo é suficiente para esquecer Davina por completo. Ela é o tipo de pessoa que você se lembraria mesmo que se passasse mil anos sem ver. Sua presença conforta as pessoas. Você quer que ela te elogie, te note, te ame. Devo concordar que não é a relação mais saudável do mundo, mas era boa o suficiente para mim.
 Não voltei por sua causa. Admito que tenho esperanças de fazê - la mudar de ideia um dia mas não é a isso que se deve a minha volta. Mai ficou aqui enquanto eu estava fora. Insisti que ela cuidasse da casa. Claro que não haveria problemas em deixá - la fechada. Os roubos não são muito comuns, mas não queria a companhia de minha querida irmã naqueles dias. Não estava em meus melhores momentos. Mas tive que voltar. Quase não me comunico com ela. Não é justo deixá - la sozinha por tanto tempo. É só isso que temos. Um ao outro. Ela, assim como Davina, não demostra o que sente. A não ser para mim. Ela me permite estourar a bolha de confiança, felicidade e até um pouco de frieza dela e me mostrar a criança indefesa que ainda precisa do irmão mais velho. Não que ela não seja forte. Ela já passou por tanto. Mas todos temos um lado que precisa de cuidado e atenção. Ela me deixa ver esse seu lado. É extremamente adorável com todos, arrisco dizer que todos na pequena cidade a adoram. Ela só não os deixa se aproximar demais, alcançar o que ainda podemos chamar de coração. Mas não é uma pessoa ruim. Se seu coração ainda batesse, seria o maior do mundo, tenho certeza.
 Assim que coloco os pés para dentro da casa, sinto dois braços circularem o meu pescoço. Sorrio, retribuindo o abraço.
 - Fico tão feliz que tenha voltado! - exclama me apertando mais forte.
 - Fico feliz de estar em casa. - digo afundando meu rosto em seu pescoço e soprando forte. Ela ri e se afasta devagar. Sempre fazia isso quando ela era menor e ela adorava, mesmo morrendo de cócegas.
Observo seus grandes olhos azuis, idênticos aos meus  ( herança de mamãe ) e vejo que estão marejados.
 - Sem choro! Estou de volta não estou? - digo e ela concorda com a cabeça.
 - Fiquei tão preocupada! Nunca mais faça isso comigo de novo, seu idiota! - ela exclama de repente furiosa. O que me deixa um pouco surpreso, mas logo me faz rir.
 - Eu prometo, little doll. - ela sorri com o apelido. Fazia anos que eu não a chamava assim. Começou logo depois que ela nasceu. Porque ela assim que eu a tratava. Como uma pequena boneca. Diferente da maioria dos irmãos, a gente quase nunca brigava. Claro que nós desentendiamos as vezes, mas bastava um olhar para saber que estava tudo bem. Acho que isso se deve a relação instável de nossos pais. Eu fazia de tudo para ela ser feliz e ela fazia o mesmo por mim. Não tínhamos tempo para brigas.
 Depois de me fazer contar cada detalhe da minha viagem, ela finalmente me livra de seu interrogatório e se despede, indo se deitar. Não sem antes ficar um bom tempo olhando para mim, com uma pergunta silenciosa que paira no ar.
 - Eu ainda vou estar aqui quando acordar. - afirmo com um sorriso e ela me dá um último abraço, antes de subir as escadas em direção ao seu quarto.

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Capítulo super especial pra vocês 💓 Vou ver se posto a parte 2 amanhã ou sábado. Já tá prontaaaa!
 
 
 

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