☆Capítulo três☆

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 - Vamos descer antes que James resolva nós procurar - diz vovó.
 Descemos as escadas e assim que eu tiro os pés do último degrau a escada desaparece. Estranho? Não quando se descobre que vem de uma família de bruxas. Ajudo vovó com o almoço e James coloca a mesa. Sentamos e começamos a comer o delicioso estrogonofe da vovó Mysie.
- Está em que ano Jamie? - pergunta vovó
- Primeiro. - ele responde e eles começam um diálogo sobre escola, notas, responsabilidades e futuro. Eu totalmente alheia da conversa começo a pensar em tudo e ao mesmo tempo em nada. Olho diretamente para a janela da sala , que está com as cortinas fechadas e imagino - as se abrindo. Nada acontece. Deve precisar de algum feitiço para isso. Volto meu olhar pro prato e novamente pra janela. As cortinas estão abertas. Assustada olho pros presentes na mesa. Eles continuam a conversa, parecem não terem visto nada. Ótimo.
 Depois de todos terminarem James sai pra falar com um amigo que mora ali perto e ficamos só eu e vovó.
 - Tem que controlar, Meg. Precisa praticar.  - diz vovó e eu a encaro surpresa.
 - Você viu? Como? - pergunto perplexa
 - Alguns anos lidando com vampiros você aprende umas coisinhas. - diz sorrindo
 - Como vou controlar? - pergunto
 - Você vai ter aulas! - exclama
 - Com quem?
 - Comigo, é claro. Venha toda a quinta. - diz
 - Como eu vou vir? - pergunto. Ainda não tenho meu próprio carro e não tem muitos ônibus pra essa parte da cidade.
 - Já conversei sobre isso com a sua mãe quando estávamos planejando te contar e está na hora de você ter o seu próprio carro.- informa
 - Eu vou ganhar um carro? - pergunto perplexa
 - Sim. Vai precisar de um para vir até aqui e para ir com o James pra escola já que sua mãe vai começar a trabalhar no turno da manhã e não vai poder leva - los.
 - Sério? Meu Deus! Muito obrigada. - digo super animada.
 - De nada querida. - responde. - Tenho que sair rapidinho. Se importa de ficar sozinha?
 Balanço a cabeça, negando e ela sai. Pego meu celular. Esta sem bateria. Fiquei todo o caminho escutando música. Pego minha mochila e procuro o carregador. Não trouxe. Que maravilha! (Sintam a ironia) Quando James chegar pego o dele. O que fazer em uma casa sem nenhuma tecnologia desse século? De fato, não tem nada atual. Mas antigo, por outro lado. Que mal tem afinal? Vovó não disse que preciso praticar? Subo as escadas em direção ao segundo andar. Paro no lugar onde quase uma hora antes havia uma escada. Bato duas vezes no teto e abro a maçaneta que aparece logo em seguida, como vovó fez. Espero a escada descer e começo a subir para o porão. Passo o olho por todas as estantes procurando um livro que me chame atenção. Puxo um com uma capa de tecido marrom, empoeirado e bastante antigo. O título está escrito em latim, com uma letra elegante e prata mas consigo traduzir. Família Clark. Abro o mesmo e vejo que tem informações sobre Seelie Clark. Minha antepassada e a história que vovó me contou mais cedo. Nas outras páginas tem toda a linhagem feminina da família começando por Seelie e terminando em mim. Todas tem uma foto e o nome da pessoa. Observo a imagem de Seelie. Seus longos cabelos loiros e os intensos olhos verdes, iguais aos meus. Nossa semelhança termina aí. Só os nossos olhos são parecidos, o resto é totalmente diferente. Obiviamente não tinha máquina fotográfica naquela época, muito menos uma colorida. Só pode ser magia. Coloco - o onde encontrei e continuo procurando por um livro. Depois de alguns minutos acho um. Pequeno do tamanho de um diário, mas levemente pessado, de capa preta e letras brancas, também em latim, escrito: Feitiços básicos. Perfeito! Pego ele e desco em direção ao quarto. Fecho a porta, sento na cama e começo a folhear, lendo seus feitiços. Entendo a maioria. Estão todos em latim. Preciso perguntar a vovó o porque disso. Me perco lendo o livro que quase nem percebo a porta abrindo bruscamente. Tento esconde - lo o mais rápido possível. Olho para a porta. James.
 - O que foi, irmaozinho? - pergunto e ele revira os olhos por causa do apelido.
 - O que está fazendo? - questiona, erguendo uma sobrancelha.
 - Conversando com você. - digo como se fosse obivio. Claro que ele não está se refirindo a isso, eu sei.
 - Quero dizer antes disso.
 - Ah. Estava... lendo! - digo e ele parece convencido.
 - Temos que pensar em internar a vovó Meg. - diz e eu o encaro confusa.
 - Por que? - pergunto
 - Escutei ela falando sozinha. Alguma coisa sobre bruxas. - diz e eu o encaro perplexa.
 - Relaxa. Ela estava falando comigo. - afirmo e ele que me olha confuso. Rio - Ela estava brincando Jamie. Não vai me dizer que acreditou irmaozinho?
 - Claro que não. - ele responde imediatamente e eu sorrio.
 - Agora sai daqui pra eu continuar minha leitura em paz. - digo jogando uma almofada nele que não o acerta pois o mesmo fecha a porta bem na hora. Não vou contar a verdade pra ele ainda. Na melhor das hipóteses vai me achar louca e na pior vai me internar na mesma hora. Quanto menos ele souber, melhor.

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