Bewitched city

☆Capítulo quarenta e dois☆

  - É bom que seja muito importante. - digo assim que chego perto de Luke que está em uma das mesas mais afastadas da cafeteira. Apesar do lugar estar quase vazio.
  - Você não imagina o quanto. - ele diz com um sorriso de quem aprontou algo.
  - Agora sim eu estou curiosa. Fala! - exclamo impaciente.
  - Bom, você sabe que eu tenho muito contatos pelo mundo não é? - ele diz e eu apenas confirmo com a cabeça. - Eu descobri!
  - Descobriu o que? - pergunto confusa.
  - O que Davina está procurando para pegar seus poderes. - quando ele deixa essas palavras escaparem minha boca forma um perfeito "o".
  - Mentira! - acabo gritando e atraio olhares das pessoas em minha volta. - O que é? Qual é o feitiço?
  - Ai que está. Não é um feitiço. É um objeto. - ele diz e eu fico ainda mais surpresa.
  - Mas Seelie disse que... - Ele me interrompe.
  - Ela não disse a palavra feitiço, disse?  - nego com a cabeça. - É uma espada.
  - Uma espada? - pergunto descrente. Mas aí me lembro do desenho de Aila. É isso! - Tudo bem mas como ela vai usá-la sem me matar?
  - Não sei muito sobre a história. Isso vai exigir ainda mais pesquisa mas, pelo que eu sei, se a pessoa for realmente merecedora da espada, poderá converte-lá no objeto que quiser e usa-lo com o mesmo fim, roubar o poder de outras bruxas.
  - E Davina é "merecedora na espada"? - pergunto.
  - Não sei, Meg. Desculpe. Isso foi tudo que consegui. - lameta Luke.
  - Você fez muito. Obrigada. - sorrio e ele faz o mesmo.
  - Então... Por onde começamos? - pergunta.
  - Espera ai! Não é possível. - pego o livro que trouxe do antiquário comigo que estava dentro da minha bolsa. Abro- o na parte dos objetos mágicos e... - Está aqui!
  - Valerie's sword. - começa a ler Luke mas para por ai. O resto está em latim como todo aquele livro. - Consegue?
  - Pouco se sabe sobre ela. Um objeto extremamente poderoso criado por Valerie, muito ambiciosa e poderosa para ter o poder de outras bruxas. No entanto, ela começou a ser usada por homens que queriam ter poderes também. Ela queria evitar isso e fez um feitiço, em que a espada só apareceria para mulheres ambiciosas e igualmente poderosas como ela, que teriam seu sangue correndo em suas veias. Não era sua intenção fazer com que elas tivessem... - termino de traduzir mas bem nessa última parte, não dá mais para ler. Provavelmente o tempo em que ficou guardado danificou o papel.
  - Acha que a espada apareceu para Davina? - pergunta Luke, abismado.
  - Acho bem provável. Encontre com Alec, Mai e Aila e explique isso. - digo e ele concorda com a cabeça.
  - O que vai fazer? - pergunta.
  - Conseguir informação.

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  - Você parece nervosa. O que houve? - pergunta Logan assim que entra na minha casa. Conto tudo sobre a espada para ele que escuta com atenção.
  - Talvez você possa dizer se Davina algum dia possuiu essa espada. - digo.
  - Eu concordo com você, ela seria uma pessoa propicia  para possuir um objeto assim, mas não me contaria. - responde Logan.
  - Tinha algo que ela sempre carregava com ela? Algo que ela protegia? - pergunto.
  - Além do próprio colar? Não. - ele responde e eu bufo de raiva. Estamos tão perto mas ao mesmo tempo tão longe! Balanço os braços com tanta força que a pulseira que estava em meu braço e um anel acabam indo parar do outro lado da sala. Logan acompanha o trajeto das jóias e seu rosto se ilumina.
  - É isso! Antes de eu viajar Davina sempre usava um anel. Cuidava dele mais que tudo, mas quando voltei ela não estava mais com ele. - diz Logan.
  - Então ela perdeu antes que pudesse usá-lo! Ou ele foi roubado. Por isso que precisava de você para ter o poder de Seelie! Não estava mais com a espada. - penso alto e Logan concorda com a cabeça.
  - Obrigada! - pulo em seus braços animada e ele sorri me pegando no ar. - Deslculpa. Me empolguei.
  - Eu percebi! - exclama me colocando no chão mas continua com as mãos na minha cintura. - O que acha de ir lá em casa hoje?
  - Nosso trabalho ainda não terminou, Cooper. - digo sorrindo de lado. - Temos que localizar a espada.
   - Uma folga? - pergunta fazendo uma cara fofa e eu tento não sorrir. - Por favor, Clark. Depois ficamos a semana inteira pesquisando, pesquisando e pesquisando.
  - Tudo bem. - digo e ele começa a abrir um sorriso vitorioso. - Precisava mesmo conversar com a Mai.
  Ele fecha a cara no mesmo instante e eu começo a rir.
  - Você vai para conversar comigo, ruiva. - ele me puxa para mais perto abrindo o sorriso de lado que eu tanto gosto. - De preferência no meu quarto.
  Empurro ele levemente e sorrio também.
  - Hoje eu dormi menos do que deveria. Vou descansar, te vejo as dezoito. - digo e ele concorda beijando o canto da minha boca.

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  Eu realmente estava precisando dormir mas a curiosidade falou mais alto e acabo ficando horas no computador ou em livros procurando sobre a espada.
  Depois de muito tempo, olho no relógio: 16:54. Reviro os olhos e me levanto indo em direção ao banheiro. Após vários minutos sobre a água quente, me enrolo na toalha e fico de frente para o guarda roupa. Pego um vestido cinza colado no corpo, amarro uma jacketa na cintura, coloco um vans branco e começo a pentear o meu cabelo que está ainda muito molhado.
  Deixo- o secar naturalmente enquanto passo uma maquiagem leve. Pego minha bolsa e desco as escadas. James está na sala vendo televisão e quando me vê sorri e pergunta:
  - Devo esperar você voltar?
  - Ahn... provavelmente não. - dou de ombros e ele ri, concordando com a cabeça.
  Chego em pouquíssimo tempo naquela casa grande e totalmente afastada. Para minha surpresa é Mai que abre a porta e me puxa para dentro em questão de segundos.
  - Vem aqui! Preciso de ajuda. - ela diz me arrastando para seu quarto. Metade das suas roupas estão em cima da cama. - Me ajuda a escolher.
  - Onde vai? - pergunto analisando todas as roupas.
  - Vou sair com uma pessoa e depois... - ela mostra as pressas.
  - Faça ela esquecer e a deixe viva! - alerto.
  - Pode deixar. - ela pisca. - Já decidiu?
 Mostro a roupa que eu escolhi e ela sorri se trocando.
  - Ficou ótimo, Mai. - digo e ela sorri dando uma voltinha.
  - Obrigada.
 Desco e encontro Logan me esperando no sofá. Ele faz sinal para eu sentar ao seu lado e eu obedeço.
  - Descansou o suficiente? - pergunta e eu apenas confirmo com a cabeça, ele sorri.
  Mai desce logo em seguida e vai em direção a porta.
  - Esteja aqui até uma hora da manhã. - Logan diz autoritário e ela não dá a menor atenção. - É sério! Irei buscá-la se não chegar.
  - Megan vai te manter ocupado. - ela pisca e bate a porta. Rio.
  - Ela não tem 14 anos, Logan. - digo pegando uma almofada e deitando em seu colo. Ele revira os olhos.
  - Continua sendo a minha irmã mais nova. - diz.
  - Ela sabe se cuidar melhor do que você. - respondo e ele finge uma cara de ofendido.
  Conversamos durante muitas horas e depois de algumas fatias de pizza meu olho começa a fechar. Não, eu não descansei nada.
  Ele me encara e arqueia uma sobrancelha.
  - Fez pesquisas a tarde toda não é mesmo? - pergunta. - Você não conhece a palavra "esperar" ou "folga"?
  - Tem muito tempo que eu não sei o que é isso. - solto um suspiro cansado.
  - Vou te mostrar. - ele se inclina e deposita diversos beijos pelo meu pescoço me fazendo arrepiar. - Ainda está com sono?
  Estou em total alerta mas confirmo com a cabeça e ele sorri, selando nossos lábios. Um beijo lento e calmo. Depois tudo fica mais intenso e eu sem perceber, acabo circundando minhas pernas em sua cintura. Ele me levanta com certa urgência, como se eu não pesasse nada e acaba derrubando quadros e outras coisas pelo caminho que eu não me preocupo em reparar o que são. Rapidamente suas  mãos se fecham em torno da maçaneta do seu quarto. Ele entra comigo ainda no colo e me solta delicadamente no chão sem desgrudar nossos lábios. Ando para trás puxando-o comigo pela blusa até que sinto finalmente a cama encostando em minhas pernas. Nós livramos das finas camadas de tecido que separam nossos corpos e nesse momento, temos que nos afastar levemente por alguns instantes que é quando ele sorri. Aquele sorriso de lado que eu gosto tanto e que se tornou totalmente viciante para mim. E foi aí que eu soube, aí que tomei consciência de que já estava completamente perdida naquele sorriso arrogante e teimosamente convencido que só Logan tem.

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  Acordo com a claridade entrando por frestas nas cortinas. Abro os olhos lentamente, temendo acordar em minha cama e percebendo que a noite de ontem não passou de um sonho. Estou errada. Sinto um braço de Logan de baixo da minha cintura e quando viro para o lado ele está me olhando fixamente. Faço o mesmo.
  - O que foi? - pergunta ele e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
  - Só estou pensando no erro que estou cometendo... - faço uma pausa, escolhendo cuidadosamente as palavras e meu coração começa a bater mais rápido que o normal. - em começar a me apaixonar por você.
  - Se isso for um erro, definitivamente é o mais bonito que eu já cometi. - ele sorri. - E olha que tenho séculos de erros.