☆Capítulo trinta e três☆

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Depois de colocar todas as malas no carro, me viro e encaro todo mundo.
- Vou sentir saudades! - digo abraçando James. Ele sorri.
- Se cuida, filha. - diz meu pai me abraçando e minha mãe também.
Foi difícil convencê-los a me deixar ir, ainda mais com Logan. E ainda tem o fato de que sua espécie foi considerada uma inimiga por tanto tempo. Mas se é a favor da minha segurança, eles acabam concordando.
Depois de abraçar vovó, Alec e Mai, me aproximo de Aila, que está com lágrimas nós olhos.
- Tem certeza que não quer ir? - pergunto pela última vez, abraçando-a mais forte.
- Tenho. - diz firme. Concordo com a cabeça e entro no carro, no banco do passageiro, onde Logan já está me esperando e aceno uma última vez para todos. Ele dá partida no carro, com um sorriso de lado.
- Preparada? - pergunta, me olhando rapidamente, antes de voltar a atenção para a estrada.
- Claro. Onde a viu pela última vez, mesmo? - pergunto.
- No Canadá. - diz e eu arregalo os olhos, abrindo a boca para dizer algo, mas ele completa a frase. - Mas fiz uma ligação ontem e descobri que ela está em Paris.
Suspiro aliviada mas nem tanto. De acordo com o meu celular são quase 13 horas de viagem de carro. Optamos por ir de carro porque chamaria menos atenção. Suspeitamos que Davina colocou Erick na nossa cola. Achamos que ela está fora, procurando o mesmo que nós e ele ficou para vigiar. Encosto a cabeça no travesseiro e durmo quase instantaneamente. Fiquei dormindo uma semana e só acordei domingo passado. Só sobraram três semanas das cinco que eu tinha de atestado e ainda assim continuo com muito sono.

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Acordo com fome e com uma enorme vontade de ir ao banheiro. Pego o celular: 11: 23. Olho para a janela e suspiro. Quando vamos comer?
- Vamos parar logo ali em frente. - diz Logan, parecendo ler meus pensamentos.
Concordo com a cabeça e pego minha bolsa. Celular, fone, dinheiro, carregador, uns remédios, minha necessaire com maquiagem, escova, pasta de dente e outros produtos de higiene, um chiclete e uma escova de cabelo. Parece estar tudo aí. O carro estaciona uns cinco minutos depois. Paramos em frente a um restaurante bem rústico, com aparência velha mas bem acolhedora. Tem outros quatro carros estacionados também.
Entramos pela grande porta dupla e nós sentamos em uma mesa de madeira como todas as outras. Uma atendente vem até a gente.
- Olá! O que vão querer? - pergunta com um sorriso simpático. Não deve ter mais de vinte e cinco anos.
- Podemos olhar o cardápio, por favor? - pergunto e ela entrega um para cada.
- Um sanduíche natural e um suco e maracujá, por favor. - diz Logan.
- Um waffle com frutas vermelhas e um capuccino. - digo e ela anota tudo e se retira. - Vou no banheiro.
Levanto e sigo para o banheiro feminino. Só uma das seis cabines estão ocupadas. Entro na última. Depois de lavar as mãos, me olho no espelho. Meu cabelo está horrivel e o único resquício da minha maquiagem, está borrado. Pego minha escova de cabelo e começo a pentear os fios embolados. Quando termino, amarro em um rabo de cavalo. Lavo o rosto, limpando toda a maquiagem e passo um rimel e um gloss.
Assim que volto para a mesa a atendente chega com os nossos pedidos.
Derramo bastante mel sobre meu waffle e parto em pedacinhos pequenos e quadrados.
- Vai comer só isso? Vamos parar novamente só depois das 15 horas. - diz Logan.
- Tudo bem. Eu compro alguma coisa para levar. - digo, tomando um gole bem grande do meu capuccino.
Ele fica me encarando enquanto eu como, o que me deixa vermelha. Ele sorri.
- O que foi? - pergunto.
- Nada. - diz, desviando os olhos.
- Eu dirijo até a próxima parada? - pergunto, quando terminamos de pagar.
- Não precisa. Pode continuar dormindo. - diz
- Você parece cansado. - digo, mas não é verdade. Não a nenhuma sombra de olheira ou qualquer outro indício de que ele dirigiu por mais de quatro horas.
- Eu estou bem. - diz sentando no banco do motorista.
Entro também e coloco a sacola com água e um pacote de biscoitos no banco de trás.
Ele volta a dirigir e o silêncio paira no ar novamente. Em um dia, se abre totalmente e me conta a história sobre seus pais e no outro se fecha completamente. Suspiro. Será que se arrependeu de ter me contado?
- No que está pensando? - pergunta e eu balanço a cabeça, abrindo a janela e sentindo o vento bater em meu rosto. Sorrio. Talvez seja bom sair da cidade por um tempo.

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