forty-two

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Jack Johnson

– Ei, Wilk. - Fecho a porta atrás de mim, sorrindo para meu amigo sentado na sala.

Ele não responde, apenas assente balançando a cabeça. Estranho. Deixo meu casaco no cabide do lado da porta, largo as chaves em cima da mesa e vou para a cozinha buscar algo para beber. Retorno a sala com uma garrafa de água, logo soltando o peso do meu corpo no sofá, bem ao lado de Sammy.

– Cadê todo mundo? - Pergunto, achando estranho o silêncio naquele apartamento as 11:30 da manhã.

– Sei lá.

– Achei que chegaria em casa e vocês iam ta... -

– Johnson. - Ele interrompe. - Mano, eu te amo, mas hoje não. - Diz, sem pausar o jogo na TV, e eu fico sem entender.

– Bebeu, Sam? -

– Cara, eu to de boa com o teu jeito. Juro. Pra mim foda-se o que você faz com as tuas garotas. - Ele me olha pela primeira vez nesse tempo. - Mas com ela? Bro, você podia pelo menos ter deixado ELA passar. - Ele dá ênfase no "ela", e eu continuo tentando entender a quem ele se refere.

– Dude, do que você tá falando? - Eu realmente não tinha ideia. Não ando sendo um babaca nesses últimos tempos, por incrível que pareça.

– J, isso é baixo até pra você. - Ele continua. - Você tem noção da merda que tu fez? - Ele me olha, sério. - Skate vai te matar. -

– Você tá falando da Thea? - Pergunto, assustado.

– Cara, de quem mais eu ia tá falando? - Ele ergue as sobrancelhas, e então percebo a merda que eu fiz.

Me levanto na mesma hora, na intenção de ir para o quarto me redimir, explicar tudo a ela, mas Sammy segura meu braço.

– Aonde você pensa que vai? - Diz ele, claramente bravo.

– Onde você acha? Eu vou falar com a minha garota. - Puxo meu braço, o olhando com raiva.

– Você não cansa? - Ele pede. - Por que quer tanto iludir aquela garota? Você já comeu ela, não dá pra deixar ela em paz? - Como ele sabia disso? - Você sabe de tudo que ela teve que passar só nesse mês, não da pra deixar ela lá, quieta? - Sua indignação me faz perceber o tanto que se importa com ela, como eles ficaram próximos. - Cara, você é meu melhor amigo. - Ele se aproxima e coloca a mão em meu ombro. - Mas ela também é, é como uma irmã pra mim. E olha, você não imagina como dói ter que ver ela chorando por causa de um babaca que partiu seu coração. -

– Não! - Tiro sua mão de mim. - Eu não fiz nada disso, não foi a minha intenção. Não fui um babaca, Sammy. Não dessa vez, acredite se quiser. - Ele não parece acreditar, mas não faz diferença. - Althea é especial. Nunca a machucaria. -

– Você já a machucou. - Sinto como se me apunhalasse com as palavras, mas sei que posso reparar isso.

– Então preciso consertar. Fazer isso certo. - Digo a ele, tendo a certeza absoluta de cada única palavra. - Eu a amo, bro.

do better + jack johnsonOnde histórias criam vida. Descubra agora