fourteen

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Sentada na sala, eu observava a movimentação dos garotos. Nenhum deles tinha se dirigido a minha pessoa ainda, acredito que com medo de mim, ou de Nathan. Meu irmão estava sentado do meu lado no sofá, jogando videogame com quem eu reconheci ser Sammy, sentado na poltrona ao lado. O dono dos olhos de oceano falava no telefone com alguém, e Jack estava sentado em frente a um teclado, aparentemente pensando numa nova batida. O outro garoto não estava em meu campo de visão, mas na verdade era o que eu mais tinha curiosidade em ver.

– Thea? - Nate está rindo, e percebo que já terminaram o jogo.

– Huh? - Viro para ele, piscando algumas vezes.

– Estamos saindo. Quer ir junto? - Ele pergunta, ainda achando graça.

– Ah, não. - Digo enquanto coço meu cotovelo e olho para minhas mãos.

– Certeza? - Ele se aproxima e coloca a mão em meu ombro.

– Juro, nunca pensei que viria Skate sendo carinhoso com alguém. - O tal de Sammy começa a rir, fazendo com que todos os outros garotos comecem a zoar.

– Não ligue para eles. - Nathan sacode a cabeça, rindo, mas percebo que está ficando bravo com os amigos. Passo a mão em seu rosto, como pedido que se acalme. Ele solta um suspiro e ri. - Vai ficar bem aqui sozinha?

– Deixa que eu tomo conta dela, irmão. - O garoto a meu lado diz, abrindo um meio sorriso um tanto quanto malicioso.

– Sonha, Sammy. - Nate da um soco em seu braço, brincando. - Acha que vou deixar minha irmãzinha com um mulherengo como você? - Os dois começam a rir, e eu apenas fico quieta.

– Não, agora sério. - Sammy diz. - Não vou sair com vocês porque tenho compromisso mais tarde, se é que me entendem. - Ele olha para os garotos com pura malícia. - Não sou nem louco de mexer com a tua irmã, Nate. Relaxa. - Solta uma risada gostosa e aperta o ombro de meu irmão, que acaba concordando.

– Tudo bem por você, Thea? - Assinto de leve. Não que fosse minha primeira escolha ficar sozinha em casa com um garoto que nem conheço. Mas Nate está certo, não posso deixar que meu pai estrague minha vida. E outra, é melhor do que ficar sozinha. - Você não precisa ficar perto dele se não quiser. Qualquer coisa é só me ligar. -

Sorrio para ele, mostrando que estou sendo sincera. - Ta tudo bem, Nat. Juro.

Os garotos todos começam a rir e imitar o apelido que dei a ele. Percebi que Nathan se irritou.

– Deixa de ser um viadinho, Skate. - Disse o dos olhos claros, em meio a risadas.

Nate se levanta, bravo, e vai pra cima dele. Fico preocupada, preparada para pular do sofá e impedir uma briga, mas logo todos caem na gargalhada. Ok, garotos. Vai levar um tempo até entender como funciona tudo isso.

– Estamos indo então, mana. - Ele sorri para mim, e eu mando um beijo para ele. Jack pisca para mim, e o outro acena com a mão.

Com a porta já fechada e os meninos para fora, Sammy volta da cozinha com seu celular em mãos e se joga no sofá ao meu lado.

– E ai? - Ele pergunta enquanto lê algo no celular, logo o bloqueando e voltando toda sua atenção para mim. - Por que está aqui? - Rio de sua pergunta, mas percebo que ele realmente não sabe.

– Não te contaram nada? -

– Ahn, não? - Ele me olhou com o cenho franzido.

– Ah. - Solto uma risadinha. - Só achei que seria legal passar mais tempo com meu irmão. - Sorrio para ele, que ergue uma sobrancelha, duvidando.

– Ok, Althea. - Ele diz, dando destaque ao meu nome. - Ah, eu sou Samuel. - Ele sorri, esticando sua mão para que eu a pegue. - Os garotos me chamam de Sammy, mas você pode me chamar do que quiser. - Pisca para mim, me fazendo rir.

– Você está flertando comigo, Samuel? -

– O quê? - Ele bota a mão em seu peito, fingindo estar ofendido. - Eu jamais faria uma coisa dessas. Ta me estranhando? - Começo a rir, ele é engraçado. Ele ri também.

– Relaxa, Alth, to brincando contigo. - Ele apoia o braço por trás de mim, no encosto do sofá. - Jamais foderia com a irmã do meu melhor amigo. - Arregalo os olhos com seu vocabulário, logo rindo e relaxando. - Eu quero dizer, você é uma gracinha. - Ele toca meu queixo, rindo. - E é bem gostosinha. Passa seus olhos de meu rosto para meus seios, marcados pela blusa de Nate que ainda não tirei. - Mas irmã do meu irmão é minha irmã também. - Ele ri da comparação e eu rio também. - Quer assistir o que?

E então ele liga a TV numa série de comédia e ficamos assistindo. Vemos 2 episódios, conversamos e rimos. Não foi ruim como achei que seria. Na verdade, acho que o baque inicial já passou. Passar tempo com Sam foi bem legal, tanto que fiquei um tanto chateada quando ele se levantou, me deu um beijo na bochecha e disse que tinha que sair, piscando com malícia, me fazendo rir.

Talvez eu estivesse mesmo exagerando mais cedo. Só quero esquecer disso e ser feliz, e realmente acho que aqui, com essas pessoas, isso pode ser possível.

do better + jack johnsonOnde histórias criam vida. Descubra agora