thirteen

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Althea Maloley

Tranco a porta atrás de mim e me escoro na mesma, me arrastando até estar sentada no chão. Meu coração bate tão rápido e forte que posso senti-lo em meu peito, como se quisesse pular para fora de mim. O que está acontecendo comigo? O simples pensar num toque masculino me dá repugna. Percebo que estou com os olhos fechados e então os abro, me assustando.

– Você de novo. - Minha voz sai num sussurro. Minha mente grita para que eu recue, mas cada músculo de meu corpo me implora para que fique. Algo me atrai para estes olhos, e não consigo descrever o quê.

Ele me encara, sério, e meu coração chega a falhar uma batida. Suas pernas longas se movem, uma na frente da outra, até parar ao meu lado. O jovem homem se abaixa sobre seus calcanhares para me olhar no rosto, pondo-me em suas mãos e me puxando para si. Minha mente está aterrorizada, mas por algum motivo não o impeço de fazer o que quiser. Levo minhas mãos tremulas até as suas, apertando-as com toda a força que tenho. Nossos rostos estão tão próximos que posso sentir sua respiração quente bater contra minha pele. Sua boca vai até meu pescoço, mas tudo o que faz é puxar o ar e logo solta-lo. Suas mão permanecem ainda em minha mandíbula, me causando arrepios, não sei se bons ou ruins, por toda a minha extensão. Não consigo manter meus olhos abertos, tudo em minha cabeça grita por socorro, por ajuda. Mas meu coração me impede de partir.

Em um mero falhar no tempo, sinto meu corpo se chocando com a parede ao meu lado. As mãos grandes e ásperas já não tocam mais meu rosto, sua respiração não colide com a minha. Puxo o ar de uma vez só, percebendo que até agora o estava proibindo de entrar. Me encolho aos meus pés e, mais uma vez, me ponho a chorar.

Nathan entra em casa e logo começa a berrar. Consigo ouvi-lo do lugar que ainda estou. Pergunta algo sobre mim e explode com os garotos. Não os culpo por me sentir assim. Nate também não deveria. Ele abre a porta do quarto com força, por pouco me acertando. Ergo a cabeça o encarando. Sua expressão antes tão brava muda completamente quando seus olhos encontram os meus. Percebo, só então, as marcas em seu rosto. Nate sofreu também. Sofreu por mim.

Ele vem até mim e me abraça com rapidez, sem deixar tempo para pensar. Todas as partes de mim se contraem com o toque. Nate percebe, mas não me deixa ir. Ele me aperta mais forte, até que toda a minha agonia da espaço ao amor, e então o abraço de volta.

– Eu não sei o que está acontecendo comigo, Nate. - Me controlo para não voltar a chorar.

– Oh, Thea. - Ele pega o cabelo que está grudado sobre minha pele por causa das lagrimas e o prende atrás de minha orelha, acariciando minha pele. - Não se sinta culpada por fazer o que é melhor para você.

Ele sorri para mim, e eu sorrio de volta. Ele realmente era meu porto seguro.

– Não quero ter que manter distância de todos que conheço, mas não consigo suportar o toque de um homem. - Digo olhando em seus olhos, deixando que me leia.

– Eu sou um homem, não sou? - Ele ri fraco.

– Você é diferente, Nat. - Suspiro. - Você é meu irmão.

– E? - Ele ergue uma sobrancelha para mim, o que me faz rir.

– E que eu sei que posso confiar em você. Sei que não vai me ferir. -

– Não, não vou. Mas muitos outros garotos também não vão. Meus amigos jamais lhe fariam mal, Thea. Não há porque ter medo. -

– Você não tem certeza disso. - Sei que ele está certo, mas é mais forte que eu.

– Olhe, eu sei que isso tudo é muito recente. - Seus dedos fazem carinho em meus rosto. - Mas você não pode se esconder para sempre. Você precisa superar isso, mana. Precisa tentar. Eu estou aqui para te ajudar.

Sorrio para meu irmão, concordando com ele e aceitando sua mão como apoio para me levantar. Ele passa seu braço sobre meus ombros e eu passo o meu por sua cintura. Vamos juntos até a sala.

– Bom gente. - Nate chama a atenção de todos os garotos na sala. Alguns ali eu ainda não tinha visto. Eram quatro garotos no total: Um deles era muito alto, os cabelos um tanto compridos, os olhos azuis mais lindos que já tinha visto. Havia também um moreno da pele clara, cabelos castanhos e olhos profundos, cílios longos, e um sorriso sapeca no rosto. Então tinha Jack, que já conhecia, e o garoto dos olhos negros. - Essa é Althea, minha irmã. - Nathan me aperta contra seu corpo, me fazendo soltar um sorriso tímido. - Ela vai ficar um tempo com a gente. Alguém tem algum problema com isso? - Sua voz muda tanto quando fala comigo para quando fala com os amigos. Olho para ele com o cenho franzido, estranhando sua grosseria, mas os rapazes apenas riem e voltam a suas atividades normais.

Ok. Tudo certo, por enquanto.  

do better + jack johnsonOnde histórias criam vida. Descubra agora