fifty

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Thea Maloley

Eu agi por puro impulso. Não sabia o que estava fazendo e certamente não sabia como ele reagiria, mas eu sabia que Gilinsky tinha algum tipo de conexão comigo, eu também sentia, e talvez isso pudesse ser de bom uso. Até porque eu jamais suportaria ver o meu Jack sofrendo daquele jeito. Eu só precisava fazer alguma coisa.

Não percebi que me aproximava até que já estivesse abaixada ao seu lado, buscando seu braço com as minhas mãos. Só aí percebi o quão nervosa eu estava: minhas mãos suavam e tremiam, eu estava gelada por inteiro, comandada pela adrenalina e pelo desespero. Mas não durou muito. Não tive medo de seu olhar rígido ou de sua possível má reação, e quando ele cedeu ao meu toque eu tive a certeza que estava fazendo o certo.

Seus olhos estavam ainda mais escuros no primeiro instante, franzidos e transbordando um tipo de fúria tão intenso que só poderia vir de algo maior, a mesma fúria que carregava em si naquela outra noite. Mas quando os olhos dele encontraram os meus, eu pude sentir a minha calmaria nos atravessando, viajando de mim para ele. Se suavizaram. E em uma questão de milésimos atingidos pelo desespero. Culpa, desgosto, vergonha, tudo com muita intensidade, alagando-o com uma avalanche de lágrimas. 

Eu o puxei para mim no momento certo, o envolvendo o melhor que podia com meus dois braços, trazendo seu corpo para mim com o máximo de força possível. Ele chorava e soluçava contra o meu pescoço, sussurrando tão baixo que tornava-se quase inaudível, como se implorasse a sí mesmo pelo seu perdão. "Me desculpa, eu sou uma pessoa horrível."

Mas ele não é.

Quando consegue conter os soluços, o garoto se afasta de meus ombros, apenas o suficiente para que me olhe nos olhos. A esse ponto eu também já chorava, não conseguindo esconder o quão mal me sinto por ele.

– O que foi que eu fiz, T? - Seus olhos suplicam, como que esperando que dissesse que nada passara de um pesadelo, um pesadelo horrível. Mas eu não podia fazer isso. As lágrimas voltam a escorrer com intensidade, mas não deixo que baixe a cabeça novamente. Levo minhas mãos até sua face, limpando com os polegares as lágrimas em suas bochechas, beijando seu rosto e dizendo que estava tudo bem.

E por mais que pudesse sentir o olhar todos os seus amigos em nós, cheios de dúvida, confusão e também muito julgamento, eu sabia que Jack não fizera por mal. Eu sentia que toda essa raiva não pertencia a ele. E eu iria ajuda-lo a sair dessa.

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Oioi falei que ia voltar e voltei, daqui pra frente é só sucesso juro juro juro amo vcs beijo

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⏰ Última atualização: May 08, 2018 ⏰

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