nine

280 32 18
                                    

A menina permaneceu quieta o caminho inteiro. Não estava afim de falar, e eu a compreendi. Ia perguntar a ela se tinha mais algum número para falar com Nate, mas achei melhor deixar quieto. Estávamos indo para casa e logo Skate também iria.

Thea estava encolhida contra o vidro do carro, agarrada a minha jaqueta de moletom grande de mais para ela (não que eu seja muito grande, mas Thea é realmente muito pequena, e minhas roupas já são bem largas) e encarando a rua vazia do lado de fora. Logo chegamos, deixei o carro na minha vaga no estacionamento e sai do carro, dando a volta e abrindo a porta pra ela. Mas Thea não se moveu.

– Vamos T. - Sabendo que ela ainda estava em choque, a peguei nos meus braço e me encaminhei ao elevador, subindo até o 8º andar.

Entrei pela porta que já estava aberta, enquanto a menina escondia seu rosto na curvatura de meu pescoço. Passei por Nash, que me olhou com interrogações. Fiz sinal para que não dissesse nada e a carreguei para o quarto ao lado do meu. Eu não sabia que Nathan tinha uma irmã, mas o conheço o suficiente para saber que é ciumento e não iria querer Thea em meu quarto. A coloco na cama com delicadeza, pegando uma camiseta qualquer de Nate e jogando para ela. Ela apenas balançou a cabeça negativamente. Me sentei ao seu lado.

– T, eu sei que é difícil e que você passou por coisas ruins, mas você está bem agora. Ta tudo bem. - A abracei. - Você quer me contar o que aconteceu? - Ela afastou sua cabeça para me olhar, logo olhando para suas mãos.

– Eu te contei que meu pai me odiava. Você sabe que ele me maltratava. - Assenti. - Mas hoje foi ainda pior. - Ela me encarou nos olhos, lágrimas já escorriam. - Dessa vez ele foi longe demais, Jack.

Levei meu polegar até sua bochecha, limpando a lágrima que ali descia. Ela levou sua mão a minha, a apertando levemente.

– Ele teria me estuprado se Nate não tivesse chegado lá. - Sua voz falhou. - Meu próprio pai.

Não sabia o que dizer, então só a puxei e abracei com força. Não sei porque, se a conheço a tão pouco tempo, mas algo em mim dizia que eu tinha que protegê-la.

Nathan chegou um tempo depois, entrando no quarto e vendo sua irmã debruçada sobre meus ombros. Sua boca se abriu, mas tudo o que saiu foi um suspiro, longo e pesado. Beijei a testa de Thea e me distanciei, deixando que seu irmão a cuidasse.

Voltei para sala e me sentei no sofá ao lado de Nash. Ambos suspiramos.

– Não sabia que o Skate tinha uma irmã. - Disse Nash.

– Eu também não. -

Ele abriu e fechou a boca algumas vezes, confuso, antes de finalmente dizer

– Você tem alguma coisa com essa garota? Por que VOCÊ chegou com ela, e não Nate? - Ele virou para me encarar.

– Sinceramente? - Olhei para ele. - Eu não faço ideia. -

do better + jack johnsonOnde histórias criam vida. Descubra agora