twenty-nine

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Conversa vai, conversa vem, e quando vimos já era passado da meia noite. Tinha bastante gente ali conosco, mais ou menos umas 20 pessoas. Algumas eu reconheci, outras não fazia idéia de quem fossem, mas num geral eram todos gente boa.

Estávamos eu, Sam, Stass, Nash e uma outra garota sentados no chão, em roda, conversando sobre assuntos aleatórios. Johnson estava junto a nós também, mas assim que cheguei perto, se levantou sem dizer nada e saiu, indo para junto do resto do pessoal. Não conseguia me lembrar de ter feito nada com J, não entendo porque está me evitando, e também não consigo perguntar a ele.

– Ei Stassie. - Samuel, que está ao meu lado, chama a loira, de pé em sua frente. - Já te falei como está gostosa hoje? - Ele sorri safado para ela, que revira os olhos. Eu e os outros rimos. - Senta aqui, vem. - Ele bate em seu colo, a convidando.

– Argh, quanta melação. - Empurro Sam para o lado, pedindo distancia ao casal. - Vão namorar em outro lugar. -

– Namorar? - Stass olha para Sam e ri. - Com esse aqui? Mas nem fudendo. -

– Nem se for uma foda bem gostosa? - Sammy fala cheio de malícia e morde o lábio, recebendo um tapa e risadas de todos nós. Logo menos os dois já estão se beijando, vai entender.

– Ok, mais alguém ta se sentindo de vela? - Olho para Nash, mas ele também não perde tempo e já esta aos beijos com a morena dos cabelos curtos. - Ah, vão se fuder. - Digo rindo. - Sobrei. -

Levanto do meu lugar e viro as costas para meus amigos, caminhando sem uma direção em particular. Olho em volta, sentindo a brisa gelada atingir meus braços. Puxo as mangas do moletom branco que estou vestindo, e aproveito para pegar meu celular do bolso da calça jeans. Entro nas mensagens.

"Nate? Cade vocês?"

Envio a mensagem e continuo caminhando, checando o resto das redes sociais, até que sinto o baque de alguém batendo contra mim e meu celular caindo no chão. Olho para cima, assustada, e vejo a ultima pessoa que queria ver.

Ele.

Jack se abaixa e pega o celular, o levando até o bolso traseiro de minha calça, aproveitando para apertar de leve a minha bunda. Vejo um sorriso safado tomar conta de seus lábios e fecho os meus olhos, tentando digerir o que esta acontecendo.

– Jack, o que está fazendo? - Meus olhos arregalados fitam o moreno, que me encara de volta. Nossos rostos estão próximos, e eu consigo sentir o desejo, a química, mas algo dentro de mim pede para que me afaste, pede para que recue.

Ele, como sempre, nada diz. Ao invés disso, me empurra até a parede de um muro perto de nós. Sinto minhas costas, por baixo da camada de tecido do moletom, baterem contra a superfície gelada. Tento o afastar mas ele apenas me envolve com mais brutalidade. Suas mãos seguram com força em minha cintura, enquanto usa os quadris para me pressionar contra o muro.

Ele me olha nos olhos, e logo os meus se fecham. Minhas bochechas queimam, movo minha cabeça para baixo. Fico a fitar meus pés, apenas esperando que me deixe ir.

– O que foi? Está com vergonha? - Ele diz, sua mandíbula roçando o canto de meu rosto, me causando arrepios.

– Só... Só me deixe ir. - Peço, a voz baixa e falhada. - Por favor, Jack. -

Ele riu. O som de sua risada soava tão inocente e ridiculamente infantil. Era a risada mais gostosa e sincera que ja ouvira. Mas então seu tom muda completamente quando me olha nos olhos. A malícia transbordando.

– Ah, Thea... - Ele tira uma das mãos de minha cintura e a leva para meu rosto, tirando uma mecha de cabelo que caía sobre meus olhos e a colocando atrás de minha orelha. Seus dedos então tocam meu queixo, me fazendo olhar para ele. - Na hora de se contorcer toda em minha cama, - Ele acaricia minha face. - Ou de gritar em prazer, - Fecho meus olhos, não sabendo como lidar com suas palavras. - Ou ainda de gozar contra meu toque, você não teve vergonha. -

Sinto seu hálito fresco contra mim, enquanto suas mãos me puxam para si.

– Eu... Eu... - Não consigo dizer nada, apenas gaguejo. Abaixo a cabeça mais uma vez, totalmente envergonhada.

– Você o quê? - Ele pergunta, sínico, me pressionando ainda mais.

– Só me deixe ir. - Olho em seus olhos. - Eu imploro. -

Um mau pressentimento bate contra meu peito. Me debato contra seus braços, que permanecem imóveis. Ele arqueia uma das sobrancelhas, me fazendo sentir ridícula com tudo isso.

– Jack, me deixe ir. Não quero nada contigo. - Já estou bastante irritada. - Saia! - Grito para ele, que apenas ri.

– Não foi o que me disse ontem. - Ele sorri, sarcástico. - Na verdade, implorou pelo contrário, se lembra? -

Tento ignorar tudo o que ele está dizendo. Ta tudo bem, Thea, ele só esta mexendo contigo. É isso que ele quer, que se sinta confusa. Repito mentalmente as palavras para mim mesma, mas de nada adianta.

– Por favor. - Tento novamente, socando contra seu peito, já sentindo lágrimas de nervosismo se formando em meus olhos. Mas Gilinsky não me larga. Na verdade, me puxa ainda mais. Estou tão confusa e perturbada que nem sei mais o que sentir. Ao mesmo tempo que uma forte atração me puxa a ele, sinto necessidade de me afastar. Quero ser tocada mas não consigo aceitar a ideia de sentir o seu toque.

– Mano, o que você ta fazendo? - Ouço aquela voz e finalmente consigo respirar, e todas as lembranças da noite passada com ele bombardeiam a minha mente.

do better + jack johnsonOnde histórias criam vida. Descubra agora