Nathan Maloley
Cheguei desesperado em casa, depois de uma bela duma surra que dei no meu pai. Meu pulso ardia e minha pele em volta do olho esquerdo queimava. Bati, mas também apanhei. Mas a dor era acobertada pela adrenalina e pela preocupação, que esmagava meu coração a cada segundo que eu ficava sem notícias de Althea.
Passei por quem quer que seja que estava sentado no sofá da recepção e, sem tempo para esperar pelo elevador, subi as escadas correndo, passando direto pela sala, adentrando meu quarto e me deparando com Johnson sentado em minha cama. Minha irmã está em seus braços, ainda chorando.
Uma pontada de ciúme me vem, me fazendo bufar, mas logo percebo o quão estúpido estou sendo. Thea precisava de ajuda, e Jack esteve ali para ela, independente de como se comporta com as garotas e de como as usa. O importante era que graças a ele ela estava bem.
Jack nota minha presença e logo abandona o quarto, deixando um beijo na testa da garota. Sim, foi bacana da parte dele a manter bem, mas já era o suficiente. Eu poderia tomar responsabilidade a partir daqui.
Me sentei em frente a Althea, que baixou a cabeça, envergonhada pelo que eu presenciei. Levo minha mão a seu queixo, a fazendo me encarar nos olhos.
– Nunca - Digo para ela. - Nunca abaixe sua cabeça assim, maninha. Nunca se sinta mal, humilhada por algo que outro alguém fez. - Ergo as sobrancelhas e formo um meio sorriso em meus lábios fechados. - Está me entendendo? Não quero que tenha vergonha de mim. -
Ela assente com a cabeça, fechando os olhos. Sua boca se move em um sorriso tímido, ao mesmo tempo que uma lágrima teimosa escapa. Puxo-a para perto em um abraço que tanto ela, quanto eu precisávamos.
– Eu te amo. Ok? -
– Eu também te amo. - Sua voz sai falha, quase inaudível, por conta do choro. Mas consigo ouvi-la.
– Agora anda, você precisa de um banho. -
Passo para o banheiro e ligo as torneiras da banheira. Depois de cheia volto para o quarto e a pego no colo. Eu sei que ela não estava incapacitada nem nada, mas acredito que ela poderia usar um pouco de mimo e carinho agora.
A carrego até o banheiro de minha suíte, a soltando ao lado da banheira.
– Tudo bem, vou deixar você se trocar agora. Se quiser minha companhia pode me chamar, ta bom? - Ela me responde movendo sua cabeça.
Saio do banheiro e fecho a porta, mas não tenho a chance de voltar para o quarto porque Thea logo me chama, pedindo para não a deixar sozinha.
Me sento no chão, ao lado da banheira, e então tento distrair sua mente. Conto a ela sobre o meu dia, sobre os garotos, sobre as meninas bonitas da faculdade. Ela não é a mesma Thea de sempre, mas consigo arrancar dela algumas risadas, e isso já é suficiente.
Depois do banho a ajudo a se secar e lhe dou uma blusa minha para vestir. Embora Althea seja muito bonita, jamais sentirei nenhuma atração por ela. O que sinto não passa de afeto, amor de irmão. Por esse motivo Thea nunca teve vergonha de se despir em minha frente. Ela teve um pouco de vergonha hoje, por conta das marcas. Aquele homem foi bruto e agressivo de modo exagerado, deixando hematomas tão graves, que só não doíam agora porque o estrago emocional era maior. A levei para a cama e joguei sobre ela algumas cobertas. Deitei ao seu lado e a confortei até que se sentisse bem o suficiente para dormir.

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do better + jack johnson
Fanfiction[Onde J se apaixona pela inocência de T.] "Quando você vê tanto amor, quando já não me cabe no peito, não importa se estamos em outra galáxia. Você sempre está aqui." Iniciada em 24/02/17