WINWIN (NCT) X FALT

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Cinco, quatro, três, dois, um.

Sinto o cano frio da pistola .38 pressionar contra a minha testa.

Ele estava segurando a arma na minha cabeça e ele tremia.

Fecho meus olhos e puxo o ar com força pela última vez, queria ter a sensação dos pulmões cheios e funcionais antes de ir.

Pressiono os olhos com força e bang.
Estou morta.

Ou pelo menos deveria, é o que uma bala na cabeça deveria fazer. Mas eu soube que demoraria assim que a senti dentro do meu crânio tentando roubar de mim qualquer pensamento lúcido.

Meu corpo despenca em câmera lenta pra o chão e ele me pega nos braços me segurando contra si fortemente.

Ele não quis fazer nenhum mal.

Eu sabia que ele sabia que estava me matando por misericórdia, mas acho que mesmo assim doia, então ele chorou e chorou.

Yin fez tudo isso para me poupar das coisas terríveis que a vida traz. Eu sei disso, então fico em paz enquanto ele me carrega até o mar.

Meu último desejo tinha sido ser enterrada pelas águas e ele faria isso por mim.

Em breve as assas negras e profundas da morte me abraçariam e eu iria.

As ondas naquele dia estavam agitadas, consigo sentir isso conforme estas se chocam contra a minha pele a esfriando.

Sou carregada para longe, não dá mais para ouvir Yin chorar.

Faltava pouco, muito pouco quando atinjo a superfície novamente.

Aqueles com certeza não eram os braços de Yin, quem faria isso comigo?

Mesmo irritada deixo ir, não tem como me tirar desse torpor, não mais.

Então sinto algo afiado se cravar em meu pescoço, duas pontas atravessam a pele macia sem esforço algum e sei que alguém está me mordendo graças a textura fofa dos lábios que encostam em mim quando as presas já se afundaram o maximo que poderiam.

Cinco, quatro, três, dois, um.

Sei que morri, mesmo que por apenas sete minutos.

Minha consciência voltar em um estalo e sinto uma dor lascinante em cada canto do meu corpo.

Tem algo queimando e correndo em minhas veias junto com meu corpo.

Quando a bala começa se mover dentro do meu crânio fazendo o caminho inverso do de antes não consigo segurar o grito que estava preso em minha garganta.

Todo meu pânico atravessa por esse grito, eu deveria estar morta, o que está acontecendo?

Minha pele se torna mais fria do que já estava e meu coração não voltou a bater depois dos sete minutos de morte.

Como?

Levo a mão até minha testa e o buraco que deveria estar ali se foi.

-Se queria estar morta parabéns, você conseguiu. - essa voz é grave e dura.- Só acho que a morte não é como você esperava, pelo menos não essa que tive o prazer de te proporcionar.

Usando de uma força intensa abro meus olhos e é quase impossível mantê-los assim.

Só havia aquele homem e eu, estávamos na outra margem da praia em que Yin me deixou.

Os cabelos encharcados colados na testa denunciava que ele havia me tirado da água.

Meu sangue está espalhado por seus lábios e quando ele sorrio também o pude ver manchando as presas.

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