Eu e Minhyuk tínhamos uma relação meio conturbada.
Nossos pais se conheciam desde sempre e antes de nascermos abriram uma academia em sociedade, o que quer dizer Minhyuk e eu também nos conhecemos desde sempre.
Nunca nos demos muito bem. Eu era a princesinha do meu pai, uma princesa meio estranha? Talvez.
O sr. Meu pai era da seguinte opinião: minha filha é linda de mais e eu não vou estar sempre aqui para proteger ela, então vou ensinar ela a se proteger.
Eu basicamente nasci em um tatame e provavelmente vou morrer em um.
Minhyuk era o filho diplomático, não gostava de violência e como consequência não ia muito com a minha cara por causa das lutas que eu praticava.
Basicamente fomos treinados cada um para cuidador de uma área da academia. Ele lidava com as burocracias e estâncias financeiras e eu da qualidade dos funcionários, aparelhos e das aulas que ofereciamos.
Tudo isso desde muito novos e obviamente brigando sempre.
No entanto, crianças crescem, começam a malhar e eventualmente ficam gostosas de mais para querer só brigar com elas.
-Ver ele treinando te acende né?
Viro a cabeça do que estava encarando para olhar Sun Hee me olhando com um sorriso mais que malicioso.
-Não acende você? - Questiono.
-Você me pegou, acho que é assim com todas as garotas da academia. - Levanta as mãos ao lado do rosto.
-Acho que alguns garotos também.- Riu.
-Vocês ainda brigam muito? - Parece curiosa, o que se tratando de Sun Hee é perigoso.
-Em 19 anos nunca tivemos uma conversa civilizada. - Respondo.
-Logo ele que é tão calmo. - Ela me olha como se eu tivesse destruído todo o pouco que ela sabia sobre o garoto puxando pesos a nossa frente.
-Eu tenho PhD em como tirar Minhyuk do sério. - Digo isso como quem se gaba de uma faculdade de verdade.
-Gostaria que você soubesse que vocês dois passaram a ser o meu shipp otp.- Afirma.
-Ah, sai daqui com essas suas conversas estranhas. - Bato uma luva na outra. - Vamos brigar.
Ela devolve meu sorriso torto e começamos a trocar socos e chutes.
Sinto o olhar de Minhyuk queimar minhas costas. Talvez não tenha sido só ele a crescer e ficar gostoso.***
-O que? - Levanto revoltada batendo na mesa. - Como assim a academia está declarando falência.
-Eu não vi nada disso nas nossas finanças. - Admite Minhyuk.
-Nós não queríamos que vocês soubessem. - Começa o pai dele.
-Preferiu mentir para nós ao invés de nos deixar ajudar? - Ele parecia traído. - Inacreditável.
O garoto da as costas e começa a sair do escritório.
-Pela primeira vez na vida concordo com ele. - sigo o exemplo e também começo a me retirar da sala.
-Obrigado por nos fazer ter algo em comum. - Ironiza.
-Não acredito que isso vai acabar. - Penso alto quando já estamos longe do escritório.
-Eu também não, isso aqui é como a minha casa.
-Nossa casa. - Corrijo.
Permanecemos os dois lado a lado encarando as dependências da academia com expressões dignas de pena.
-Espera aí - Pede. - Você luta...
-Mas você jura? - Interrompo.
-Cala a boca Ayano.- ordena. - E você é boa nisso, por que nunca participou de um campeonato?
-Meu pai nunca deixou. - Respondo perdida naquela conversa. - Espera, você acabou de me elogiar?
-Tanto faz. - Ele corre até a recepção. - Olha isso aqui.
Pego panfleto das mãos dele. O papel me anunciava um campeonato que aconteceria dentro de um mês e oferecia um valor incrível para cada luta ganha.
-Se você ganhasse todas essas lutas e ainda o absoluto... - Ele solta um suspiro longo.- Eu sei que a possibilidade é bem remota mas...
-Vamos tentar. - Afirmo. - Só temos um problema.
-Qual seria? - Quer saber ansioso.
-Não tenho com quem treinar. - Informo.
-Você precisa de alguém experiente?
-Não exatamente, um corpo para praticar já é o suficiente. - Digo.
-Sendo assim, por um mês meu corpo é seu. - Oferece.
Não sabe como essa proposta é tentadora Minhyuk.***
-Agora você fecha o cadeado e tenta não me deixar estourar sua guarda. - Explico.
-Cadeado?
Reviro os olhos, com mais essa é a quinta vez que refresco a memória dele quanto a isso.
-É só enrolar as pernas em volta da minha cintura. - Repito analisando ele seguir meus comandos. - Isso, agora vc segura firme na lapela do kimono e não solta.
E assim ele faz, eu só não esperava que ele fosse me puxar na hora que eu tentaria fugir.
Em um piscar de olhos ele vira a posição e me encara com um sorriso convencido.
-Até que não é tão difícil.- Afirma levantando meus braços para cima da minha cabeça.
-O que pensa estar fazendo? - Quero saber.
-Jiu-jitsu é o nome, certo? - Minhyuk mantém o sorriso ali e se abaixa um pouco mais.
-Não se usa luta para abusar de uma menina inocente. - Afirmo.
-Não vejo ninguém inocente aqui, além disso...- Ele se curva até a minha orelha para sussurrar ali. - Não é abuso se eu tenho o seu consentimento.
O moreno aproveita meu momento atônita e morde o lóbulo da minha orelha, o que me faz acordar e girar a posição mais uma vez.
-Tem razão. - Concordo sentanda sobre a barriga dele.
Mil perguntas passavam pela minha cabeça, mas resolvi ignorar todas e aproveitar a oportunidade que me foi dada.
Tomo a primeira iniciativa de começar a tirar a roupa e jogo minha camiseta para longe de nós.
-Aqui? - Questiona.
-Não tem ninguém aqui a essa hora, e o tatame é tão fofinho.- tendo dizer a última parte manhosa, mas falhei miseravelmente, não nasci para ser amável.
-Tem razão, não consigo pensar em um lugar melhor.
Ele se senta me fazendo cair sobre seu colo e me beija pela primeira vez.
Não fazia idéia do quando esperava por aquilo até acontecer.
Minhyuk ganhara, disparado, o prêmio de melhor beijo do mundo.
Não perco tempo em tirar a blusa dele também.
-Você deve ter alguma alergia a panos. - Diz rindo mas mesmo assim me deixando arrastar o tecido para longe de sua pele.
-Sim, odeio roupas, prefiro a pele nua. - Informo o fazendo abrir um sorriso ainda mais sacana.
Então juntos no meio de uma academia vazia, nós lideramos uma revolução, abrimos todos os zíperes e demos um basta na guerra entre nós.
Sem guerras e sem roupas enfim tivemos paz.
Uma vez Sun Hee me disse que todo esse ódio era tensão sexual acumulada. Ela estava coberta de razão, mas eu jamais a deixaria saber sobre isso.***
-Preparada? - Minhyuk parece mais nervoso do que eu.
-Já estamos no improvável certo?
-Acho que sim, você já é a campeã do normal e essa é a última do absoluto. - Responde. -Já temos bastante dinheiro, com essa última luta vai dar para quitar a maior parte das dívidas.
-E não fechar as portas. - Completo.
-Sem pressão nem nada, mas a gente precisa dessa vitória.
Nunca o tinha visto roer as unhas, nesses últimos dias descobri várias imperfeições do perfeito Minhyuk. Isso me fez o odiar menos, até o momento em que começamos a treinar juntos eu tinha a impressão de que ele era o sr. Perfeição e que só perdia a pose quando eu o irritava. Mas no fim das contas ele é só mais um ser humano comum, exatamente como eu.
Ouvimos o som alto do sinete chamando as finalistas para o ringue e meu estômago começa a se contorcer.
-Acho que estou um pouco nervosa. - Admito.
-Parabéns por estar só um pouco, eu estou completamente aterrorizado. - Confessa para mim. - Acaba com essa garota e não se machuque muito.
Minhyuk planta um beijo carinhoso na minha testa e me deixa ir.
Respiro fundo e trago a mente cada técnica que já tinha aprendido e todos os treinos com Minhyuk.
Levanto os olhos devagar para encarar minha adversário.
Alta loira e bem mais pesada do que eu, isso não seria fácil, mas eu tinha a velocidade a meu favor, aquela garota com certeza era mais desengonçada graças ao seu tamanho.
Três hounds, e muita trocação depois a luta chega ao fim.
Não consegui resolvê-la com um nocalte.
-Está tudo na mão dos juízes Minhyuk. - Choramingo. - Não acho que vão me dar mais essa.
-Ei, não seja tão pessimista. Você foi ótima. - Ele passa o olhar por meu rosto e me encara desgostoso. - Mas se machucou bastante.
-Não é nada, é só limpar, dar uns pontos e estou nova.
Jogo água no rosto para tira o sangue e poder voltar para ouvir o resultado um pouco mais digna.
Dou uma última olhada nos olhos do moreno a minha frente e volto para o ringue para o anúncio da vencedora.
Depois de anunciar a pontuação de cada uma ele pronuncia meu nome com um sotaque bem engraçado.
Enxergo meu pai ao lado do pai de Minhyuk se misturarem a platéia a tempo de meu braço ser erguido.
Não perco tempo em sair correndo dali, pular a grade e dar a notícia de que a academia estava salva.
Ele provavelmente comeria meus rins por ter participado de um campeonato mais tarde, mas no momento aproveitei sua surpresa e voltei a correr, dessa vez em direção a Minhyuk.
-CONSEGUIMOS. - Grito ainda longe e mais alto que o burburinho que se instalara ali.
Sem avisar pulo em seu colo para poder beijá-lo mais confortavelmente.
-Isso conta como um pedido de namoro? - Questiona rindo.
-Só se a resposta for sim. - Respondo.
-Então conta.
Ele me beija de novo e tudo que consigo imaginar antes de fechar os olhos é a surpresa das pessoas que nos conheciam ao ver aquela cena.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sweet Imagination
FanfictionMonsta X, BTS, Big Bang, 2PM, NCT, Seventeen, Got7, Lee Minho, Kim Soo Hyun, Lee Jong Suk e tudo o universo Kpop. imagines de tudo o que for coreano. Pedidos fechados!