SEUNG YEON (UNIQ) X TAEHEE

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Era uma vez em um reino muito distante, um homem que inventou uma história, disse que eu deveria acreditar nele.

Afirmou assiduamente que se seguisse por seu caminho encontraria meu príncipe encantado e um final feliz.

Mas aqui vai um pequeno spoiler da vida real: finais felizes não existem.

Quatro já tinham caído no papo desse cara, o chamavam de o Escritor, dizem que ele observa e escreve nossas histórias, mas ele sempre manipula o final do jeito que ele quer.

Acontece que ele para a narrativa depois de escrever um lindo e, sinto-me obrigada a avisar, ilusório :"e viveram felizes para sempre."

É claro que ele assumia isso, não seguia a convivência dos "belos" casais até o fim para ver que a vida deles poderia ter e ser tudo, menos feliz.

Cinderela se esqueceu o por que de ter ido para aquele castelo, o sr. Encantado não vem mas para casa e como consequência disso ela adquirio uma queda pelo cara da loja de bebidas do seu reino.

Aurora vive cheia de desculpas para o seu príncipe, na maioria das vezes diz que está cansada, mas o que realmente queria dizer é que prefere passar sua vida inteira dormindo do que o ter a impedindo de sonhar.

Rapunzel só sabe chorar, disse que ela mesma teria cortado as longas madeixas se soubesse que homens podiam escalar cabelo, tudo o que ela queria era encontrar uma nova torre e se manter longe da janela.

A lista de insatisfações era bem extensa. E é agora, de frente para um destino pronto para ser manipulado que eu me recuso a fazer parte do aglomerado de princesas insatisfeitas e com a vida desgraçada.

-Eu não ligo para os seus contos de fada. Não vou fazer parte de um. - Esbravejo.- Não quero um príncipe tão preocupado com a princesa, apesar de saber que ela só está esperando pela próxima coisa melhor.

Sinto-me falando com o vento, o Escritor nunca responde, só manipula.

Ouço cascos se aproximando rapidamente e do alto da minha torre vejo um pequeno exército atravessar a ponte que leva até a base da estrutura.

Observo intediada vários cavaleiros passando pelas armadilhas enquanto um aproveita que os esforços em mantê-los afastados estam focados nos parceiros para chegar ao topo onde me encontro.

Suspiro exasperado quando ouço a porta do quarto ser arrombada.

-Princesa Taehee, meu senhor veio resgatá-la. - O homem de armadura enferrujada se ajoelha a minha frente.

-Seu senhor não teve a cara de pau de subir ele mesmo até aqui? - Questiono sem acreditar.

-É perigoso de mais para alguém da família real. - Explica.- Mas eu, seu fiel escudeiro, Seung Yeon venho para trazer as boas novas dele.

Olho novamente por minha janela e vejo que lá longe um homem de armadura dourada e lustrosa está a espera de notícias.

-Vá e diga ao seu cavaleiro branco que ele é muito bonito. - Peço educadamente. - MAS EU NÃO QUERO A PRÓXIMA COISA MELHOR.

Mesmo gritando para que o Escritor e todo o pequeno exército ouça, não é como se eu tivesse o poder de escolha de qualquer jeito, sou arrastada torre abaixo até o meu tão desdenhado príncipe.

-Oh, minha querida senhora, consegui tirá-la de sua clausura. - Diz teatralmente se jogando sobre seus joelhos e beijando minhas mãos de forma molhada.

-Pois eu preferia passar o resto de minha vida lá em cima, próxima as nuvens. - Puxo minhas mãos das dele e as encaro com nojo.

-Ela é um pouco difícil senhor. - alerta o escudeiro.

-E isso a torna mais linda e encantadora. - Eu

simplesmente odeio esses elogios.

Sou obrigada a seguir todo o caminho até o castelo na garupa do cavalo do meu sr. Encantado.

Odeio o modo como esses príncipes mequetrefes nos tratam como incapazes, eu poderia muito bem ter montado até o palácio.

Passo semanas completamente infeliz vagando pelos jardins reais e sendo servida com as melhores coisas do reino, que mais me pareciam as piores.

Os corselets eram tão apertados que me atrapalhavam a respiração e me passavam tanto pó no rosto que mais me sentia uma viciada de uma sarjeta qualquer ou uma parede muito bem rebocada.

Apesar de ter me arrastado até aquele destino horrível, Seung Yeon era uma boa compania.

Custou-me recordar que o culpado por tudo isso era o Escritor e não o pobre escudeiro.

Porém, quando deixei essa informação voltar às clarezas de minha coincidência, o homem se tornou uma das únicas coisas boas deste lugar, logo atrás da comida.

Todo o banquete o sr. Encantado me pedia para dar a graça de minha "bela" voz para os convidados no salão principal.

Então eu cantava e deixava minha cabeça baixa e volta e meia pensava sobre como seria incrível quebrar as paredes daquele palácio que mais me parecia um cárcere.

Seung Yeon era o único a saber de tudo isso, talvez por que fosse o único que olhasse-me nos olhos.

Minha infelicidade estava visível para quem quisesse ver, exatamente por isso ele era o uno que percebera.

-Sirvo meu senhor pois assim um dia terei como eu mesmo ser o príncipe que resgata e vive feliz com sua donzela. - Disse-me uma vez que o questionara sobre o por que de ser o escudeiro do príncipe.

- E ter uma esposa infeliz? - Pergunto.

-Nunca havia pensando sobre isso até a sua chegada, princesa. - Responde agora pensativo.

-Nenhuma de nós realmente quer ser resgatada, poderíamos fazer isso muito bem sozinhas. - Divago. - Não é o sonho de ninguém se casar com um sr. Encantado, creio que este é sim o pesadelo.

-Não gostaria de ser o pesadelo de minha donzela. - Constata.

-Então não se torne um príncipe, Seung Yeon. - Aconselho. - Teu sorriso é bonito de mais para viver atrás das muralhas de um castelo privado.

-O seu também senhora. - Ele se afasta após concordar.

Suspiro alto pensando o quão incrível seria conhecer o mundo por trás das pedras cinzentas que compunham o muro.

-Escute aqui seu escritor de araque, eu me recuso a me entregar a esse destino falido.

Desço as escadaria apressada, o corselet quase solto sacoleja enquanto desço dois ou três degraus de uma só vez.

Não deixei que me transassem os cabelos, também não coloquei sapato algum.

Todos no salão principal me olham de forma estranha, talvez agora, sem a grande quantidade de enfeites, vejam meu descontentamento.

Sr. Encantado me encara vacilante mas mesmo assim me pede para cantar.

-Não posso mais aguentar seu amor de conto de fadas príncipe. - Digo alto para que todos ouçam. - Por que eu simplesmente não ligo para os seus contos de fada.

A última parte sendo tanto para o senhor do trono quanto para o Escritor.

Volto a correr, dessa vez em direção a minha tão sonhada liberdade.

-TAEHEE. - Reconheço a voz de Seung Yeon.

-Não vou voltar. - Respondo.

-Não quero que volte . - Informa. - Vou com você. Refleti sobre tudo e não quero ser mais um encantado com um princesa que só espera pela próxima coisa melhor.

Deixo que ele se aproxime e entrelace nossos dedos para corrermos juntos portões a fora.

Depois de uma vida sendo classificada pela santa paciência e a burra apreciação, deixei-me levar pelos sentidos e acreditar que a história precisa de algum conserto e um final feliz melhor.

Tudo ao lado de Seung Yeon, que estava longe de ser a próxima coisa melhor e me permitiu não o ser também.

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