|17|The Day That Never Comes|Charles Xavier|Parte 2|

10.2K 425 30
                                    

🔹Seu Nome🔹


O mundo está desmoronando sobre mim e não consigo encontrar motivo para ser amada


Há três meses eu estou esperando em uma ilha isolada da cidade com os alunos por ordens mais precisas.
Andei seguindo com as aulas, já que este lugar é o mesmo que eu fiquei quando fui recrutada por ele. Infelizmente, ele estava abandonado e com muita ajuda conseguimos reconstruir e torna-lo uma escola com os mesmos recursos que tínhamos na mansão.
Encarei os meus próprios pés, sentada debaixo de uma árvore no jardim, pensando em tudo o que eu poderia ter feito para ajudar os que ficaram, ao invés de fugir. Charles desapareceu e a única lembrança que tenho dele é o chaveiro com a primeira letra de seu nome.
Brinco com esse chaveiro e sorrio boba, relembrando todos os momentos em que passamos juntos para chegarmos no que éramos a três meses atrás, principalmente quando ele sofreu o acidente com a bala e ficou paraplégico.

— Senhorita Seu Nome? — a pequena garotinha se aproximou acanhada, com os braços para trás, sorrindo.

— Olá Ellie, o que posso fazer por você? — estendi minha mão, convidando-a para sentar-se comigo.

— Estou com medo. — agarrou minha perna, encostando sua testa no meu joelho.

— Medo do que? — acariciei seu cabelo, esperando que ela olhasse para mim.

— Eu vejo. — sua voz ficou trêmula e suas mãos começaram a soar.

Eu me identificava demais com aquela garotinha, principalmente por termos poderes muito semelhantes. Sentíamos as vibrações das pessoas, víamos o futuro e pressentíamos o que poderia acontecer de pior com pessoas que amávamos.  Eu me senti desse mesmo modo, aterrorizada quando eu vi a imagem deles chegando na mansão e destruindo tudo, inclusive ele.
Meu coração dói só de lembrar as três noites que passei sem dormir por pensar que poderia tornar-se realidade. Muitas coisas que vejo são probabilidades, não há certeza de que realmente vai acontecer, mas oitenta por cento se concretiza.

— O que você viu? — fiz Ellie olhar para mim, sorrindo tranquilamente para passar algum tipo de confiança a ela.

— Aquele homem que estava na sua foto, eu o vi.

Meu sorriso se desmanchou na hora e uma onda de esperança tomou conta de mim. Charles estaria mesmo vivo?

— Ellie, querida, conte-me mais.

— Ele trazia consigo mais alguns de nós, mas também o caos e a guerra. Ele fez muitos inimigos durante esses meses e por causa disso, seremos prejudicados.

— Charles nunca faria mal a nenhum de vocês. Ele os ama.

— Eu não duvido disso, mas não é com ele que me preocupo. — me encarou, segurando em minha mão e mostrando toda a sua visão para mim.

Charles comandava sua cadeira pelas ruas devastadas por causa guerra, ao seu lado tinha mais cinco mutantes e bem acima da sua cabeça, seus inimigos declarados. Os mesmo que eu vi a três meses atrás. Ele pode ter achado que terminou, que enfim ficaremos bem, mas o pior está só começando.
Ellie se afastou e levantou-se, correndo para junto das outras crianças. Observei as nuvens cinzentas tampando o sol amarelado, sentindo que minha vida estava igual a eles, coberta por uma camada de tristeza, que no fundo, tem uma esperança esperando para ser liberada.

Eu nunca vou querer te deixar, mas não posso fazer você sangrar se eu estiver sozinha

Acordei sobressaltada no meio da madrugada, depois de um pesadelo horrível envolvendo a mim e meus alunos. Na ausência de Charles, eu me tornei uma figura protetora para esses garotos e desde então, eles me chamam de professora. Nunca pensei que poderia assumir esse papel, já que praticamente a cinco anos atrás, eu estava tão desamparada que quem precisava de ajuda era eu e hoje, eu cuido da educação de dezenas de jovens que precisavam aprender a lidar com seus dons.
L

Imagines Heróis Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora