|39| Beautiful | Erik Lehnsherr/Magneto|Parte 1 |

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Seu Nome

Cruzei o jardim a passos largos, não queria ser notada pelas pessoas que estavam sentadas lendo um livro ou até mesmo tendo aula com os seus instrutores. Eu estava eufórica, só queria sumir do mundo, ficar ausente de todos os problemas e quem sabe ter um pouco de paz. Isso era o que eu precisava: paz. Mas eu não aguentei. Quando cruzei os portões da mansão Xavier, eu me permiti sentir e com isso saio em disparada por uma direção qualquer, eu estava sem rumo.

Há muito tempo eu sonhava em viver uma vida simples, ser escritora, trabalhar em grandes obras da dramaturgia e claro, ser reconhecida pelo meu trabalho árduo.  Mas tudo mudou quando eu completei dezoito anos. Os meus tão sonhados dezoito anos se tornaram um pesadelo, eu só pensava em esquece-los. Meus pais adotivos preparam uma linda festa, com direito a muita bebida e comida. Eu convidei os meus amigos, algumas pessoas que eram “importes” na época da escola também compareceram e tudo saiu como eu esperava, estava perfeito. Foi então que tudo começou a desmoronar. Na manhã seguinte a minha festa, várias pessoas apareceram mortas, inclusive pessoas que tinham ido ao meu aniversário e ainda estavam com as suas fantasias da noite passada. Todas as pessoas com quem eu tive contato em minha vida se foram e só tinha restado apenas eu. Meus pais haviam morrido.

Depois de muita investigação, a polícia constatou que um composto químico altamente perigoso para o ser humano estava dentro do ponche que meus pais haviam comprado. A empresa fabricante do produto negou sua culpa, mas depois de várias audiências, eles foram condenados a pagarem mais de meio milhão para as famílias das vítimas. Com esse dinheiro eu venho sobrevivendo, mesmo não precisando usa-lo na maioria das vezes.

“Eu sinto muito”. A voz de Charles soou em minha cabeça e sei que sua tentativa de me localizar através do Cérebro estava dando certo.

— Deixe-me Charles. — respirei fundo, sentando-me a beira de um riacho.

“Você sabe mais do que eu que se fugir, ele irá atrás de você independente do lugar”. Pronunciou, fazendo com que eu virasse os olhos.

— Então deixe que venha. — chutei uma pedra que estava bem no meu caminho — Não me procure mais.

Consegui desabilitar a possibilidade de Charles me procurar, eu o bloqueei de minha mente.
Não sabia o que fazer, precisava de um plano para sobreviver sozinha dessa vez e infelizmente, eu tive que fugir. 

Dois anos depois

E como tudo em minha vida nunca dá certo, eu estava fugindo novamente. Depois de passar dois anos vivendo em uma ilha paradisíaca na América do Sul, Stormi acabou me encontrando e infelizmente tive que deixar tudo o que construí para trás e voltar para América do Norte. Você deve estar se perguntando “Mas que diabos ela foi fazer lá?” e então eu respondo que eles não irão me procurar aqui. Sabem que esse lugar seria o último que eu procuraria e por isso ele se torna um esconderijo perfeito. Richard Stormi irá me procurar nos quatro cantos do mundo e pode ter a certeza de que nunca irá me encontrar.

Abri a enorme porta de madeira ao mesmo tempo em que algumas crianças passaram correndo por mim e quase me derrubaram. Um rapaz desconhecido saiu atrás delas, mas desistiu assim que as viu do outro lado do jardim. Ele soltou um suspiro de cansaço e voltou para dentro da mansão, mas quando me viu, parou onde estava e veio todo gentil para me ajudar.

— A senhorita precisa de ajuda? — ele perguntou e por um momento eu pensei conhecer ele.

—  Pode deixar que eu cuido dela Curtis. — Tempestade falou, aparecendo atrás dele. Ela se aproximou de nós e abriu os braços, assim como fazia quando entrei para a família. — O bom filho a casa torna. — pronunciou, afagando os meus cabelos — É tão bom te ver Seu Nome.

— Sinto muito por ter fugido nas circunstâncias que estávamos. — falei, me afastando — Eu não estava aguentando mais Tempestade.

— Eu sei minha querida, Erik e Charles nos explicou tudo. — sorriu, passando o um dos braços pelo meu — Vamos, eles querem vê-la.

Tempestade não esperou que eu respondesse algo, apenas me saiu puxando junto a si. Olhei para trás e vi o jovem Curtis nos observando. Levantei a mão para cumprimenta-lo e agradecê-lo por ter se preocupado em me ajudar e ele envergonhado apenas retribuiu o gesto.

Tempestade parou subitamente em frente a uma porta que eu conhecia muito bem. Minhas mãos começaram a tremer, eu estava soando frio. O medo me atingiu, como ele sabia que eu estava aqui sendo que o bloqueei?

— Entre, eles estão a sua espera. — ela disse, deixando-me sozinha.

Respirei fundo várias vezes, sentindo o meu coração querendo rasgar o meu peito. Eu sentia a presença de Charles e sabia muito bem que Erik estava com ele. Poderia jurar que ouvi a voz de Charles em minha consciência, mas foi apenas um resquício de medo.

Bati na porta três vezes e quando eu ouvi a permissão para entrar, senti toda a vergonha me consumindo. Coloquei uma de minhas mãos na maçaneta e a girei, abrindo a porta. Assim que entrei, a primeira coisa que vi foi o o rosto de Erik, ele estava impassível. Eu gostaria muito de voltar no tempo e ter ficado ao seu lado, mas eu simplesmente não consegui. Eu precisa ir embora o mais rápido possível e foi isso que eu fiz. Sei que os meus atos tiveram consequências, mas eu não poderia deixar que eles se machucassem por minha causa.

Infelizmente, Erik não pensou assim.

— Seu Nome, como é bom revê-la. — Charles disse, quebrando o silêncio. — Fez uma ótima viagem?

— Como você descobriu que estava aqui Charles? — perguntei e ele apenas sorriu, batendo o dedo indicador delicadamente em sua têmpora — Certo, eu quebrei o bloqueio.

— Exatamente. — sorriu, direcionando sua cadeira em minha direção — O que a traz aqui?

— Stormi está atrás de mim. — falei e ouvi Erik bufar  — Não tenho para onde ir Charles. Independente do lugar que eu for, ele vai atrás.

Charles parou sua cadeira a poucos centímetros de mim e sorriu ao tocar minha mão.

— Fico feliz que esteja em casa. — ele disse, dando uma piscadela — Eu vou deixá-los a sós.

— Charles é melhor não...

Ele simplesmente me ignorou e se afastou, saindo do seu escritório. Fiquei alguns segundos olhando para a porta fechada e quando me virei, Erik me observava atento. Limpei o suor das minhas mãos e peguei um copo de água, bebendo todo o conteúdo.

— Por onde você andou? — perguntou, cruzando os braços.

— América do Sul. — suspirei, vendo os seus olhos azuis. Deixei meu copo em cima da mesa de centro e me afastei, caminhando até a janela. — Ilha de Tinharé.

— Nossa lua de mel. — ele disse e pude ouvir seus passos se aproximando. Ele parou do meu lado esquerdo e voltou a cruzar seus braços, revelando a aliança grossa de ouro que eu tinha colocado ali há dois anos atrás.

A ideia de ficar na mesma sala que ele, era repugnante. Todo o meu auto-controle estava indo para o ralo e eu precisava muito me afastar, porém eu não conseguia. Assim que reuni coragem para me mover, Erik pegou em minha mão e me puxou de volta para o mesmo lugar em que eu estava.  Eu o enviarei por alguns segundos, o que foi o suficiente para ele me abraçar, sendo retribuído no mesmo instante.

— Por que fugiu? — ele perguntou, ainda com seu rosto em meu pescoço.

— É uma longa história Erik. — olhei para os anéis reluzentes em meu dedo anelar esquerdo. A aliança seguida de um solitário de diamante brilhava a medida em que a luz do sol refletia nele.

— Temos todo o tempo do mundo a partir de agora.

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CONTINUA...

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