|16| The Day That Never Comes | Charles Xavier | Parte 1 |

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🔸 Charles 🔸

CINCO ANOS ATRÁS

Eu nunca pensei que você seria aquele a segurar o meu coração
Mas você apareceu e me tirou do chão desde o começo

Encostei minha cabeça na parede e tampei meus ouvidos com as minhas mãos, vendo aquela cena que eu via quase todos os dias desde que me entendo por gente. Eu estava cansada de chegar da escola e ver meu pai espancando minha mãe, enquanto eu não podia fazer nada.
N

ão sou nenhuma assassina e me tornaria uma se eu tentasse ajudá-la. Tenho muito pouco controle dos meus poderes e toda vez que estou com raiva e encosto em alguém, essa pessoa acaba enlouquecendo e consequentemente, acaba morrendo por causa dos delírios.


— Por favor! — mamãe chorava e em meio a tantos gritos, a fivela do cinto batendo contra sua pele era o único som em que eu estava focada.

Eu olhei para frente e ela estava caída, sem reação alguma, com vários cortes e poças de sangue ao seu lado. As lágrimas caíam no meu rosto, molhando todo o meu pijama de seda rosa. Nunca poderei reclamar do que ela fez por mim, pois ela sempre me deu o melhor. Tudo o que eu pedia, tudo o que eu desejava, ela arranjava um jeitinho e me dava, mesmo que isso custasse dois meses de salário.
C

horei como nunca tinha chorado antes. Uma força corria em minhas veias e eu sentia o controle escapando por entre meus dedos. Estava prestes a fazer uma loucura, eu sabia, mas no momento em que eu decidi me levantar, o tempo parou ao meu redor. Eu conseguia ouvir, ver, mas não conseguia me mexer.


Você põe os seus braços ao meu redor e eu acredito que é mais fácil você me deixar ir.
Mas você coloca seus braços ao meu redor, e eu me sinto em casa


Um rapaz de cabelos brancos apareceu em minha frente e sorriu, comendo seu salgadinho de queijo. Ele voltou sua atenção para as duas figuras no começo do corredor. Em um piscar de olhos, ele tirou ela dali, voltando em poucos segundos e prendendo o meu pai com algumas cordas na cadeira. Ele pegou em meu braço e me levou consigo.
Uma onda de tontura e ânsia de vômito surgiu em mim, fazendo-me ficar parada no mesmo lugar em que ele havia me deixado.


— Está tudo bem, é o efeito do ricochete. — sorriu da mesma forma que antes — Vamos, tem uma pessoa que gostaria de conhecê-la.

— Onde está minha mãe? — perguntei, seguindo ele.

— No hospital. Não se preocupe, ela não vai voltar para casa porque eu chamei a policia e deixei um bilhete explicando tudo para eles. — continuou andando, dobrando o primeiro corredor.

— Obrigada. — falei e ele olhou para trás, assentindo.

O rapaz que não tinha se apresentado parou em frente a uma porta de madeira, batendo na mesma e entrando. Fiquei esperando onde eu estava, com os braços para trás e olhando para os meus pés.

— Ele está a sua espera. — o garoto apareceu no meu campo de visão, abrindo a porta para mim e esperando que eu entrasse. — Irei esperar aqui fora.

Imagines Heróis Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora