Palavra de segurança

4.3K 239 58
                                    

A.

Mesmo meu corpo pedindo por mais naquela tarde, como ordenou-me, pratiquei as posições de ioga com ajuda de uns DVDs na academia e tomei um banho de espumas demorado. Só voltei a vê-la às seis horas daquela noite. Se aquele jantar noqual eu teria que servir bifes fosse algum tipo de teste no qual Callie quisesse me ver fracassar, ficaria tristemente decepcionada.

Eu era conhecida por fazer um bife capaz de deixar qualquer um de joelhos.

Tudo bem, mentira. Eu sabia que não tinha esperança de colocar Calliope Torres de joelhos, mas ainda podia preparar um bife de arrasar. É claro que ela não elogiou minha comida. Mas me convidou para comer com ela, então me sentei em silêncio ao seulado. Peguei uma garfada da carne e coloquei na boca. Queria perguntar onde ela estivera a tarde toda. Se ela ficava em Nova York durante a semana. Mas estávamos à mesa de jantar e eu não podia fazer isso.

Depois que terminamos, ela me disse para acompanhá-la. Andamos pela casa, passando de seu quarto a outro antes domeu. Ela abriu a porta, deu um passo de lado e gesticulou para que eu entrasse primeiro.O quarto estava às escuras. Uma pequena e solitária lâmpada fornecia a única luz. Duas correntes grossas com algemas estavam penduradas no teto. Girei o corpo e a olhei, boquiaberta.

Ela não demonstrou surpresa.

- Você confia em mim, Arizona?

- Eu... Eu...

Ela andou à minha volta e abriu uma algema.

- O que você achava que nosso acordo exigiria? Pensei que tivesse consciência de onde estava se metendo.

Sim, eu sabia. Mas pensei que as correntes e algemas viessem mais tarde. Muito, muito mais tarde.

- Se quisermos progredir, você precisa confiar em mim. - Ela abriu a outra algema. - Vem cá.

Hesitei.

- Ou - disse ela -, pode ir embora e não voltar mais.

Andei até ela.

- Muito bem. Tire a roupa.

Foi pior do que na noite anterior. Pelo menos eu tinha alguma idéia do que Callie queria. Mesmo mais cedo, na cama dela,não havia sido horrível demais. Mas isto, isto era loucura. A parte louca de mim se deleitava. Quando estava completamente nua, ela pegou meus braços, esticou no alto de minha cabeça e os acorrentou. Afastou-seum passo, mexendo numa gaveta de uma mesa próxima, pegou um cachecol e voltou.

Ela ergueu o tecido preto.

- Seus outros sentidos serão intensificados quando eu a vendar.

Depois amarrou o cachecol, cobrindo meus olhos, e o quarto ficou escuro. Ouvi passos e, em seguida, nada.

Nenhuma luz.

Nenhum som.

Nada.

Só a batida acelerada de meu coração e minha respiração trêmula.

Leve como o ar, algo empurrou meu cabelo de lado e eu dei um salto.

- O que está sentindo, Arizona? - sussurrou ela. - Seja sincera.

- Medo - respondi em meu próprio sussurro. - Eu sinto medo.

- É compreensível, mas inteiramente desnecessário. Eu nunca a machucaria.

Alguma coisa delicada circulou meu seio. A excitação pulsou entre minhas pernas.

- O que sente agora?

- Expectativa.

Ela riu e o som reverberou por minha mente. Senti que ela traçava outro círculo: implicante, provocante, mal tocando em mim.

Fifty Shades Of CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora