Castelo de Cartas.

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 A.

Estava dividida.

A Ari Racional ficou mortificada por Callie ter implorado, na frente de um mundo de gente, para que eu permanecesse na festa de noivado de Mark e Lexie, fazendo com que cada olhar tivesse se virado na minha direção.

A Ari Louca dava cambalhotas porque  Callie tinha acabado de implorar, na frente de um mundo de gente, para que eu permanecesse na festa de noivado de Mark e Lexie, e não dava a mínima para os olhares.

Obriguei meus pés a se mexerem, a me carregarem pela pista de dança.

Casais paravam de cada lado, criando um caminho para mim.

Lexie vai me matar.

Tenho certeza.

Logo depois de matar Callie.

Callie estava petrificada, olhando para mim.

Tirei o microfone da mão dela e o meti nas mãos do DJ aturdido.

- Mas que merda você acha que está fazendo? — perguntei.

Obviamente, a Ari Racional decidira abrir o bico primeiro.

Ela olhou o salão como se enxergasse a multidão pela primeira vez.

- Desculpe, não pude deixá-la ir embora. Mas foi um erro meu resolver as coisas assim. Vou acompanhá-la até seu táxi. — Ela estendeu a mão, que recusei a pegar. — Desculpe — disse novamente, retraindo a mão.

- Estou aqui agora. Pode muito bem falar o que quer dizer.

- Tem uma salinha no....

- Senhoras e senhores — interrompeu o DJ. — A madrinha e a dama de honra... Calliope Torres  e Arizona  Robbins!

A multidão explodiu em aplausos educados enquanto começava a tocar um concerto de piano.

Nós temos que dançar?

- Ah, que inferno — disse Callie.

Lexie estava ao lado do DJ, com um sorriso malicioso no rosto.

Sim, vocês tem.

Sim, nós temos.

Eu te odeio, murmurei a ela.

Ela me soprou um beijo.

Callie abriu os braços.

- Vamos?

Coloquei a mão em seu braço e ela me levou para a pista.

Estava tensa.

À nossa volta, a multidão voltou a murmurar.

Fomos para o meio da pista vazia e ficamos de frente uma para a outra.

- Estou tentando decidir se isso pode ficar ainda mais constrangedor e não consigo — disse Callie enquanto eu, hesitante, colocava a mão em seu ombro.

- A culpa é toda sua — falei enquanto seu braço cingia minha cintura. — Se tivesse me deixado ir embora, isso não teria acontecido.

Seu olhar penetrava minha alma.

- Acabei fazendo tudo errado, mas se tivesse deixado você ir embora, nunca me perdoaria.

A Ari Louca queria dizer-lhe o quanto adorou seu jeito de resolver as coisas, mas a Ari Racional tinha outras coisas para discutir.

- Se esse sentimento é tão forte para você — falei —, talvez devesse ter tentado me telefonar em algum momento no mês passado.

- Eu não estava em condições, Ari.

Fifty Shades Of CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora