Coisa Especial.

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C.

Por fim, porém, nós duas nos sentamos.

- Precisamos comer.

A pergunta dançava em seus olhos, mas ela não a verbalizou.

Sim, Ari.

Comida desta vez.

Entreguei-lhe o prato e ela pegou o meu.

A massa fria não estava ruim - eu só podia imaginar como seria seu gosto quente.

Porém, se eu tivesse de escolher entre a massa e Ari...Bom, Ari sempre venceria.

Seu rosto se torceu de concentração e ela franziu a testa para a massa.

No que ela se concentrava com tal intensidade?

Ela levantou a cabeça e rapidamente olhei meu próprio prato.

- Há quanto tempo você é domme? - perguntou ela.

Ah.

Ela queria fazer perguntas pessoais.

Um tremor de inquietação me atingiu.

- Quase dez anos.

- Teve muitas submissas?

Com ou sem coleira?

E defina teve.

Mas escolhi a saída mais fácil.

- Isso depende do que você considera "muitas".

Ela revirou os olhos, sem se abalar.

- Sabe o que eu quis dizer.

Embora eu ficasse satisfeita que ela estivesse à vontade para me fazer perguntas, precisava estabelecer algumas regras novas.

Baixei o garfo e a olhei.

- Não me importo de ter esta conversa, Arizona. É a sua biblioteca. Mas lembre-se de que, só porque você faz uma pergunta,não quer dizer que terá uma resposta.

Novamente, a determinação cruzou seu rosto.

- Muito justo.

- Então, pergunte.

Sua primeira pergunta me surpreendeu.

- Você já foi submissa?

Meu tempo com Erica voltou à mente - as várias encenações que ela me ensinou, as poucas vezes em que me submetia ela. Nossa relação não foi sexual, mas ela acreditava que uma dominadora precisava da experiência da submissão.

- Sim - afirmei e seus olhos se arregalaram. - Mas não por muito tempo, só por uma ou duas encenações - esclareci depressa.

Surpreendentemente, ela não me perguntou mais sobre essas encenações.

- Algum dia uma submissa sua usou a palavra de segurança?

- Não - respondi, querendo ver sua reação.

- Nunca?

- Nunca, Arizona.

Ela desviou o olhar primeiro.

- Olhe para mim - mandei, porque queria que ela percebesse a verdade do que eu lhe diria. - Sei que você é muito nova nisso, então eu te pergunto: algum dia estive perto de te obrigar a fazer mais do que consegue suportar?

Eu sabia que a resposta antes de ela a pronunciar, mas queria que ela acompanhasse meu raciocínio.

- Não - declarou.

Fifty Shades Of CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora